INVESTIMENTO
Feiras literárias ganham incentivo e destaque em edital milionário
Foram investidos R$ 24,3 milhões na iniciativa, que faz parte do programa Bahia Literária
Por Flávia Barreto e Edvaldo Sales
O Governo da Bahia lançou, por meio da Fundação Pedro Calmon, nesta quinta-feira, 27, um edital que prevê a seleção de propostas para concessão de apoio financeiro visando à realização de eventos literários nos 27 territórios de identidade da Bahia, conforme a legislação e os planos estaduais de cultura e educação.
O investimento na iniciativa, que faz parte do programa Bahia Literária, é de R$ 24,3 milhões. Ao todo, 81 propostas serão contempladas, o valor máximo de cada proposta é de até R$ 300 mil. As inscrições acontecem de 1º a 31 de julho e podem ser realizadas através do formulário disponível no site da Fundação Pedro Calmon.
De acordo com o edital, 50% das vagas serão reservadas para ações afirmativas ou cotas, sendo 40% para pessoas negras, 5% para pessoas indígenas e 5% para pessoas com deficiência.
Presente no evento de lançamento, que aconteceu no Quadrilátero da Biblioteca Central do Estado da Bahia, em Salvador, o secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, disse que, em 2023, a gestão apoiou 36 feiras literárias diretamente e deu algum tipo de suporte a outras.
“Chegamos a 56 no total. E o que nós vimos nessa experiência é que a feira literária, quando chega a um município, especialmente os pequenos e médios, ou às comunidades, têm um potencial muito grande de mobilização da população”, pontuou.
Segundo o gestor, essas feiras despertam a curiosidade, atraem as pessoas que querem entender o que está acontecendo, os estudantes que vão para apresentar os seus trabalhos e as suas famílias para ver o que está sendo exposto ali. “Isso é uma forma extraordinária de nós gerarmos um novo envolvimento da juventude e da população que vive nas periferias e nas cidades do interior”, disse.
Eu tenho dito que isso nos ajuda a criarmos uma nova cultura na sociedade, uma cultura de pessoas mais envolvidas com o mundo do livro, da literatura, que chegaram a dizer que tinha acabado dada as novas tecnologias. E o que nós vimos com as feiras literárias, com o Bahia Literário, é o quanto a leitura, os livros e as bibliotecas são instrumentos vivos da nossa cultura baiana.
Bruno enfatizou que o livro não é uma forma de anular as novas tecnologias, assim como as novas tecnologias não chegaram para substituir o poder e a importância do livro.
“Nós queremos que as coisas andem conjugadas, mas a Secretaria de Cultura, especificamente, tem aumentado o apoio às iniciativas nesse sentido. Nós tivemos agora com a Paulo Gustavo editais específicos para a produção, por exemplo, de conteúdos para a web. Essas coisas que também aproximam da juventude, por meio da tecnologia, o acesso às políticas culturais”, completou.
Democratização da leitura
Ao lado do chefe da pasta da Cultura, Rowenna Brito, secretária de Educação, destacou a democratização da leitura. De acordo com ela, o livro não pode ser um objeto de luxo.
“Nós estamos aqui para reafirmar esse compromisso e dizer que dentro da rede estadual da educação e para as redes municipais são espaços onde a gente vai democratizar a leitura e o livro. [...] Precisamos fazer desse estado cada vez mais um estado leitor. Precisamos que os professores, professoras, estudantes e a sociedade como um todo utilize esse equipamento, esse instrumento de libertação do povo”, disse.
Além disso, ela falou que, com o edital, quer contemplar os 27 territórios de identidade, “com as iniciativas dos municípios, das organizações sociais e dos produtores de cultura nos territórios”.
Rowenna Brito afirmou que a Secretaria de Educação vai continuar investindo no Vale Livro. “Na Bienal do Livro, nós investimos cinco mil vales, tanto para professor como para estudante. Nesse segundo momento, a gente vai avançar na perspectiva de incluir para os estudantes da rede estadual o Vale Livro sim, porque a gente quer que nossos estudantes saiam com a sacolinha cheia de livros para poder ler”, finalizou.
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