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05/09/2023 às 0:30 | Autor: Tamires Silva*

LITERATURA

Lançado nesta terça, livro de cartas da Santa Dulce revela lado humano

Os textos escritos pela religiosa foram feitos entre os anos de 1930 e 1980

“Apanharam em meu quarto a fita de Roberto Carlos que você me deu. Será que arranja
outra”? Santa Dulce, 9 de outubro de 1979
“Apanharam em meu quarto a fita de Roberto Carlos que você me deu. Será que arranja outra”? Santa Dulce, 9 de outubro de 1979 -

Com 59 manuscritos de Irmã Dulce, o livro Cartas de Santa Dulce: a face humana em todos nós reúne manuscritos da Mãe dos Pobres escritos durante os anos de 1930 a 1980. O volume será lançado nesta terça-feira, 5, 18h, no Espaço Coworking do Shopping Barra.

A obra convida o público a um inédito e profundo mergulho na memória da religiosa baiana que se tornou a primeira santa do Brasil. O projeto foi coordenado por uma comissão editorial que contou com ninguém menos que sobrinha de Irmã Dulce, Maria Rita, hoje, superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce, além da participação também dos museólogos das Obras Sociais, Osvaldo Gouveia, Carla Silva e Marcela Avendaño; a missionária Irmã Maiara Santos; e o gestor do Complexo Santuário Santa Dulce dos Pobres, Márcio Didier.

“Santa Dulce foi um anjo que passou aqui na cidade de Salvador, e que fez um trabalho único em termos da saúde, da área social e da educação, ela atuou intensamente nestas três frentes, e muitas vezes ela pôde fazer o que o governo não pôde fazer sozinho”, afirma Maria Rita.

“A sua atuação foi importante para o povo que, até a década de 1980, quando não tínhamos o SUS, era atendido. Com o advento do SUS, Santa Dulce continuou exercendo um papel de fundamental importância. Na educação, através do Centro Educacional Santo Antônio, ela ofereceu educação fundamental para crianças e jovens que estavam abrigados no centro”, acrescenta.

Maria Rita ressalta que, mas do que suprir uma necessidade imediata, Dulce queria transformar de fato a vida de quem ela ajudava. “Ela sempre teve uma preocupação de transformar a vida dessas crianças, não simplesmente dar educação e abrigo, mas realmente transformar a vida destas pessoas. Na área social, ela exerceu um papel de relevância, acolhendo pessoas que não tinham referência familiar, estavam na rua, ou que as famílias não tinham condições de acolher, como idosos ou pessoas com deficiência”.

Material rico

Cartas de Santa Dulce: a face humana em todos nós foi organizada ao longo de dois anos. A equipe também garimpou, junto ao acervo do Memorial Irmã Dulce (MID), postais e fotos da intimidade de Santa Dulce, entre outros documentos até então inéditos. O diversificado grupo contou com a participação, além da superintendente da OSID, da jornalista Luciana Savaget e do designer Gilberto Strunck.

“Professor Osvaldo Gouveia, que foi o coordenador do processo de canonização, e eu nos deparamos com inúmeras cartas de Santa Dulce que eram importantes para envio ao Vaticano, para mostrar como Santa Dulce se relacionava com os diversos segmentos da sociedade, a família, os amigos, os benfeitores, as autoridades, e muitas cartas comporam o processo de canonização”, conta Maria Rita.

Com um material tão rico em mãos, a superintendente percebeu que não poderia simplesmente engaveta-lo. “Esse material não poderia ficar guardado aqui no Memorial Irmã Dulce, e então, com ajuda de dois grandes amigos das Obras de Santa Dulce, uma jornalista, Luciana Savaget e um designer, Gilberto Strunck, foi possível sentarmos e prepararmos esse livro ao lado da comissão editorial. Tivemos muita dificuldade em selecionar as passagens que foram mais expressivas e que iriam tocar mais os corações de nossos leitores. O carinho e cuidado que ela tinha com os Filhos pelo Coração, os meninos do Centro Educacional do Santo Antônio, a preocupação que ela tinha com as irmãs do Instituto Filhas de Maria Serra dos Pobres, a gestora que muitos não conhecem: organizada, que tinha uma preocupação minuciosa, Santa Dulce também sentia saudade, se preocupava com o futuro das obras, apesar da sua fé inabalável em Deus, ela era um ser igual a nós. Então esse livro mostrará o ser humano Santa Dulce, a ideia é passar uma mensagem de paz e amor e que todos nós devemos fazer um pouco pela sociedade, o pouco que nos cabe”.

O processo de canonização de Santa Dulce foi um dos mais curtos da história da igreja, só atrás do Papa João Paulo Segundo e Madre Tereza de Calcutá. O processo foi aberto em 2011 quando Irmã Dulce foi beatificada pela Igreja Católica, e a última cerimônia pública de canonização ocorreu em outubro de 2019, antes da pandemia do COVID-19.

“Eu diria que toda sua obra ainda repercute na sociedade até hoje. Desde a década 60 ela acolheu jovens estudantes que praticavam a medicina de qualidade, e até hoje ela continua fazendo uma medicina diferenciada com os valores humanos na escola, a frente que chamamos de Escola de ‘Dulcismo’, que permite que os estudantes levem para sua vida profissional não só os ensinamentos da medicina, o conhecimento, mas os valores humanos de fundamental importância para exercerem sua profissão”, observa.

Com 100% de sua comercialização revertida para a obra social fundada por Irmã Dulce, o livro também será lançado no Rio de Janeiro, no dia 26 próximo. Durante as duas noites, o livro estará disponível pelo valor promocional de R$ 75. Posteriormente, a publicação estará à venda na Loja Irmã Dulce e na loja virtual (loja.irmadulce.org.br).

‘Cartas de Santa Dulce: a face humana em todos nós’ / Lançamento: hoje, 18h / Espaço Coworking, Shopping Barra (L4 Leste)

* Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr.

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