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Legado imortal: Cinco livros para celebrar Gabriel García Márquez

No ano em que se completa dez anos da morte do colombiano, confira algumas de suas principais obras

Publicado sexta-feira, 10 de maio de 2024 às 09:00 h | Autor: Bianca Carneiro
Carreira literária do autor foi marcada pela habilidade de mesclar o real com o fantástico
Carreira literária do autor foi marcada pela habilidade de mesclar o real com o fantástico -

Gabriel García Márquez, conhecido carinhosamente como Gabo, foi um dos maiores nomes da literatura latino-americana. Nascido em 6 de março de 1927, na pequena cidade de Aracataca, na Colômbia, Márquez cresceu imerso em um ambiente rico em tradições, histórias e mitos que influenciaram profundamente sua obra.

Sua carreira literária foi marcada pela habilidade de mesclar o real com o fantástico, criando o que se tornou conhecido como "realismo mágico". Seu trabalho mais aclamado, "Cem Anos de Solidão" (1967), é frequentemente considerado uma das maiores obras da literatura do século XX.

Além de "Cem Anos de Solidão", Márquez escreveu uma série de obras igualmente notáveis, incluindo "O Amor nos Tempos do Cólera" (1985), "Crônica de uma Morte Anunciada" (1981) e "O Outono do Patriarca" (1975). Sua escrita abordava uma variedade de temas, como amor, solidão, política, e a complexidade da experiência humana, tudo isso enquanto cativava seus leitores com sua prosa hipnótica.

Mesmo após sua morte em 17 de abril de 2014, o legado de Gabriel García Márquez continua a ecoar. Recentemente, uma obra inacabada dele ganhou os holofotes. Composta por até cinco rascunhos nos quais o laureado com o Prêmio Nobel de Literatura trabalhou nos últimos anos de sua vida, "Em Agosto Nos Vemos" foi revelada pelos seus filhos, Rodrigo e Gonzalo García, no início de abril, durante o 97º aniversário do autor.

No ano em que se completa dez anos da morte do colombiano, confira algumas de suas principais obras, que continuam a inspirar e emocionar leitores de todas as idades.

"Cem anos de solidão" (1967)

Imagem ilustrativa da imagem Legado imortal: Cinco livros para celebrar Gabriel García Márquez

Obra-prima do autor, o livro é considerado, ao lado de “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes, um dos livros mais importantes da literatura em língua espanhola, tendo sido vendido para mais de 50 milhões de cópias e traduzido por 46 línguas.

A obra conta a história da cidade mítica de Macondo e dos descendentes de seu fundador, José Arcadio Buendía, durante um século. Cem Anos de Solidão ganhou, recentemente, uma adaptação audiovisual pela Netflix. A série não tem data de estreia, mas será lançada ainda em 2024.

"O amor nos tempos do cólera" (1985)

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Ambientado entre os séculos 19 e 20 na cidade fictícia inspirada em Cartagena de Las Índias, o livro narra a história do amor de Florentino Ariza por Fermina Daza. O romance foi o primeiro escrito por García Márquez depois da premiação do Nobel de Literatura, em 1982, e quebra a sucessão de obras do autor influenciadas pelo realismo mágico.

"Crônica de uma morte anunciada" (1981)

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A narrativa intrincada mergulha nas profundezas da violência, honra, culpa e, sobretudo, na inevitabilidade do destino. Ambientada em uma pequena cidade fictícia, a história gira em torno do assassinato de Santiago Nasar. Desde o início, o enredo é marcado pela ironia: a morte de Santiago é anunciada antes mesmo de acontecer, porém, paradoxalmente, ninguém consegue evitar o desfecho trágico que se desenrola.

Memória de minhas putas tristes (2004)

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O último romance de Gabriel García Márquez conta a história de um velho jornalista que, ao celebrar seu octogésimo aniversário, decide presentear-se com uma noite de amor com uma jovem virgem. O livro é uma meditação sobre a passagem do tempo, a solidão e a busca pelo significado na velhice, apresentando uma reflexão melancólica sobre a vida e o amor.

O Outono do Patriarca (1975)

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Neste romance experimental, García Márquez mergulha na mente de um ditador caribenho não nomeado, explorando os meandros do poder e da paranoia. A narrativa, fragmentada e labiríntica, reflete a natureza opressiva e surreal do regime ditatorial, enquanto o autor utiliza uma linguagem rica e simbólica para retratar a decadência de um líder autoritário.

"Viver para contar" (2002)

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Primeiro volume de suas memórias autobiográficas, "Viver para Contar" aborda a infância e juventude de García Márquez, abrangendo o período de 1927 a 1950, culminando com sua proposta de casamento à sua futura esposa.

O livro mergulha profundamente na vida familiar, educacional e profissional do autor, explorando sua relação com seus pais, suas experiências na escola e seus primeiros passos como jornalista e escritor de contos. García Márquez entrelaça suas memórias com eventos históricos e pessoais significativos, destacando como essas experiências moldaram sua visão de mundo e influenciaram sua obra literária.

Desde o massacre das Bananeras, que mais tarde seria retratado em sua obra-prima "Cem Anos de Solidão", até as amizades e tragédias que inspiraram "Crônica de uma Morte Anunciada", e o retrato afetuoso de seus pais que ecoa em "O Amor nos Tempos do Cólera", "Viver para Contar" mostra as influências e inspirações por trás das obras dele.

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