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15/07/2024 às 21:07 - há XX semanas | Autor: Flávia Barreto

LITERATURA

Livro celebra legado da Ialorixá Hilda Jitolu, matriarca do Ilê Aiyê

Obra foi idealizada por Valéria Lima, neta de Mãe Hilda

Imagem ilustrativa da imagem Livro celebra legado da Ialorixá Hilda Jitolu, matriarca do Ilê Aiyê
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O Instituto Mãe Hilda e a Fundação Rosa Luxemburgo lançaram o livro biográfico "Mãe da Liberdade: a trajetória da Ialorixá Hilda Jitolu, matriarca do Ilê Aiyê", nesta segunda-feira, 15, na Senzala do Barro Preto.

Idealizada pela neta de Hilda Jitolu, Valéria Lima, a obra narra a vida da Ialorixá que fundou um dos mais conhecidos terreiros de candomblé na Bahia, o Axé Jitolu. Além disso, Hilda contribuiu para a fundação do primeiro bloco afro do Brasil, o Ilê Aiyê, e foi grande incentivadora da educação do povo negro e periférico.

Mãe Hilda completaria 101 anos em fevereiro
Mãe Hilda completaria 101 anos em fevereiro | Foto: Cedoc A TARDE

A publicação é resultado de uma pesquisa conduzida entre 2012 e 2014, como parte do mestrado em Estudos Étnicos e Africanos da jornalista Valéria Lima, neta da Ialorixá e diretora-executiva do Instituto da Mulher Negra Mãe Hilda Jitolu.

Valéria considera a publicação do livro como a realização de um sonho e lembra o que a incentivou a materializar o legado de sua avó, uma ancestral bastante respeitada e inspiração para mulheres negras.

“Um dos pilares da gente é preservar a memória de mulheres negras para as próximas gerações. A gente precisa de inspiração, precisa conhecer a história das nossas ancestrais para que a gente dê passos mais longos e voos mais altos do que elas foram capazes de dar”, disse a jornalistas.

Neta de mãe Hilda, Valéria é a idealizadora da obra
Neta de mãe Hilda, Valéria é a idealizadora da obra | Foto: Flávia Barreto

A escritora acredita que sua missão e seu compromisso são eternizar a história, não só de Mãe Hilda de Jitolu, mas também de outras mulheres negras:

“Desde que eu entrei na graduação, criei consciência de que esse era o meu compromisso, essa era a minha missão nessa encarnação. Esse é o primeiro passo, espero que venham outros livros, que eu tenha a oportunidade de contar a história de outras mulheres, para que as próximas gerações tenham em quem se inspirar e possam ler, sentir materializada a história dessas pessoas".

Ela acredita que contar a história de uma mulher negra que não teve acesso à educação, foi uma liderança de religião de matriz africana e contribuiu para a construção do primeiro bloco afro do Brasil, diz às próximas gerações que elas são capazes de tudo.

"Se ela, sem nenhum acesso, fez o que fez, eu estou dizendo para as próximas gerações: a gente pode ser o impossível. O que você acha impossível hoje, você pode ser. É sobre contar e eternizar essa história e inspirar as próximas gerações para que as pessoas entendam que existiu essa grande mulher na nossa sociedade.”

Filho de Mãe Hilda Jitolu e tio de Valéria, Vovô do Ilê Aiyê se emociona ao contar que o legado de sua mãe está sendo materializado para que os mais novos possam dar continuidade a essa história:

“Nós falamos muito a história que não foi contada, porque essa história de mãe aqui com a comunidade já vem bem antes do Ilê Aiyê. E quando surgiu a ideia do Ilê, ela abraçou totalmente e continuou o barracão sendo um espaço sagrado que a gente frequentava, fazia reuniões. Na época da entrega de fantasia, era lá, a costura era lá, tudo acontecia lá no Ilê Axé Jitolu. Ela sempre foi uma grande guardiã, realmente, daqui da comunidade”.

Imagem ilustrativa da imagem Livro celebra legado da Ialorixá Hilda Jitolu, matriarca do Ilê Aiyê
| Foto: Flávia Barreto

A estilista das deusas do ébano, Dete Lima, mãe de Valéria, considera este lançamento um marco. "Para mim, hoje é um dia de agradecimento. É um dia de agradecer ao Deus ancestral, aos orixás, por eu estar aqui participando desse momento tão importante da vida de nossa família. Ver a história de vida de minha mãe ser contada por sua neta, minha filha Valéria Lima. Então, é um dia de só agradecer a tudo”, celebra.

Ela acredita que ter sua filha responsável pela obra confirma que, enquanto mãe, está no caminho certo. Dete pontua que está vendo sua filha receber o ensinamento que ela recebeu da mãe, e ver o passar adiante é emocionante.

"O legado que Mãe Hilda deixou, os ensinamentos que deixou, eu já passei para minha filha e ela vai passar, está passando para o mundo quando conta a história de Mãe Hilda, com detalhes importantíssimos de nossas vidas que ninguém nunca falou. E hoje ela fala para o mundo saber”.

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