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DIA INTERNACIONAL DE LEMBRANÇA DO TRÁFICO

Livros ajudam a entender o tráfico de escravizados e abolição

Com ajuda de especialista, Portal A TARDE reuniu livros que debatem o assunto

Matheus Calmon

Por Matheus Calmon

23/08/2023 - 10:00 h | Atualizada em 23/08/2023 - 12:22
Tráfico resultou em milhões de vidas dilaceradas e destruídas
Tráfico resultou em milhões de vidas dilaceradas e destruídas -

Em uma sociedade constantemente moldada pelo legado histórico, a compreensão do tráfico transatlântico de escravizados africanos é obrigação inegável para preservar a memória de uma tragédia humana de proporções inimagináveis. O crime resultou em milhões de vidas dilaceradas e destruídas, representando uma das maiores violações dos direitos humanos de todos os tempos.

Esta quarta-feira, 23, é o Dia Internacional para a Memória do Tráfico de Escravizaos e sua Abolição. A data foi instituída pelo Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e visa homenagear as vítimas do tráfico de escravizados e celebrar a luta contra a escravidão.

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Na noite de 22 para 23 de agosto de 1791, na colônia francesa de São Domingos (atual Haiti), teve início a Revolta de Santo Domingo, marco inicial da Revolução Haitiana. Liderados por figuras como Toussaint Louverture, Jean-Jacques Dessalines e Henri Christophe, escravizados rebelados se levantaram contra a opressão.

O movimento culminou na abolição da escravidão na colônia e na independência do Haiti em 1804, deixando um impacto na história local e inspirando lutas semelhantes globalmente. Historiador, pesquisador e professor, Luis Santana afirma que conhecer e compreender o tráfico transatlântico de escravizados africanos é importante para que a tragédia humana do comércio dessas vítimas não seja esquecida. "Sobretudo entender as causas históricas da escravidão e do tráfico no mundo, reflexo do capitalismo escravista".

"Diante disso, a sociedade contemporânea, ciente desse passado, pode contribuir e ajudar na luta contra o racismo estrutural, contra o racismo religioso, na luta por implementação de políticas públicas para a emancipação do povo negro e o respeito e resgate da cultura, memória e ancestralidade".

Santana avalia que o trabalho histórico sobre a escravidão por estudiosos brasileiros está entre os melhores já produzidos no mundo. "Desde a década de 1970 e 1980 a produção historiográfica avançou e diversificou nas análises referentes á escravidão na história do Brasil. A questão do negro escravizado, o seu papel social e a sua agência histórica ganham novas perspectivas de análise".

Para auxiliar na compreensão do assunto, ele sugere alguns livros. Um deles é o 'Coroas de Glória, Lágrimas de Sangue: a rebelião dos escravos de Demerara em 1823', da historiadora Emília Viotti da Costa. "Aborda a história acontecida há 200 anos atrás, de uma rebelião envolvendo mais de 10 mil escravizados na Guiana Inglesa".

Outra obra sugerida por Santana é 'O jogo da Dissimulação: abolição e cidadania negra no Brasil', de Wlamyra Albuquerque. "A autora tece um mosaico sobre a questão racial, construção de identidades raciais e o fim da escravidão no Brasil, no período do século XIX".

Por fim, ele sugere o livro 'Francisco Dias Coelho: O Coronel negro da Chapada Diamantina', do professor Moises de Oliveira Sampaio.

"Aborda a trajetória e ascensão, no pós-abolição, do Coronel Dias Coelho, homem negro que foi o mais rico e poderoso na região da Chapada Diamantina nos primeiros anos do século XX e uma das 10 maiores fortunas da Bahia, no mesmo período".

Confira outros livros que auxiliam no entendimento do assunto.

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| Foto: Divulgação

'Mulheres negras no Brasil escravista e do pós-emancipação', de Giovana Xavier

Como foi a participação das mulheres cativas na organização da sociedade escravista e nas primeiras décadas do pós-emancipação? Estas e outras questões são abordadas na obra de Giovana Xavier. O livro apresenta um quadro amplo e fascinante das experiências das mulheres africanas, crioulas, cativas e forras – primeiras agentes da emancipação da comunidade de africanos e de seus descendentes na diáspora.

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'Um Contraponto Baiano', de Bert Jude Barickman

A obra do autor Bert Jude Barickman analisa a experiência da escravidão e da liberdade na Bahia e sua relação com a Corte Imperial no século XIX. O livro explora os desafios enfrentados pelos negros e mestiços em busca de cidadania e participação política, oferecendo uma perspectiva sobre a história baiana nesse período.

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Trilogia 'Escravidão', de Laurentino Gomes

A série literária de Laurentino Gomes explora a história da escravidão e abolição no Brasil. Dividida em três volumes, a trilogia aborda desde as origens da escravidão até a resistência de Zumbi dos Palmares, investiga as complexidades do período colonial e sua relação com a independência do Brasil, e explora a evolução da escravidão no Império e na República.

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Bahia. Escravidão, Pós-Abolição e Comunidades Quilombolas. Estudos Interdisciplinares, de Maria de Fátima Novaes Pires, Napoliana Pereira Santana, Paulo Henrique Duque Santos

A obra é uma coletânea que oferece um olhar aprofundado sobre a história da Bahia, abordando a escravidão, o período pós-abolição e o papel das comunidades quilombolas. O livro examina os aspectos sociais, culturais e políticos que moldaram a trajetória da escravidão na Bahia, explorando sua influência no período após a abolição e as lutas e contribuições das comunidades quilombolas.

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Torto Arado, de Itamar Vieira Junior

A obra se destaca por oferecer uma visão profunda e sensível da vida no sertão da Bahia, explorando questões de desigualdade, identidade e herança histórica e mergulha nas complexidades das relações sociais, da história local e da experiência do povo afro-brasileiro, destacando o papel do passado na formação do presente. Na história, a escravidão em está presente como pano de fundo histórico que influencia a vida das personagens e a dinâmica da comunidade retratada.

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'O Tabuleiro da Baiana', de Sonia Rosa

O livro oferece um olhar sobre a cultura e a história da Bahia, explorando temas como identidade, herança cultural e luta por reconhecimento. Embora não se concentre na escravidão, ele aborda de forma sensível e contextual a influência das tradições afro-brasileiras na formação da sociedade baiana e na vida das personagens.

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'Os Rosários dos Angolas – Irmandades de africanos e crioulos na Bahia Setecentista', de Lucilene Reginaldo

A autora explora a importância das irmandades de africanos e crioulos na Bahia do século XVIII e investiga a influência dessas irmandades como espaços de organização social, religiosa e cultural para as comunidades afrodescendentes. Através da análise das atividades dessas irmandades, a autora ilumina a complexidade das experiências e interações das populações afro-brasileiras na Bahia colonial, contribuindo para uma compreensão mais abrangente da história e da luta por direitos e reconhecimento.

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'O Alufá Rufino: Tráfico, Escravidão e Liberdade na Bahia do Século XIX', de João José Reis

No livro, João José Reis examina a vida de Alufá Rufino, uma figura histórica na Bahia do século XIX que transita entre os mundos da escravidão e da liberdade. O autor aborda a complexidade das relações raciais, sociais e religiosas durante esse período.

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'Negros da Terra: Índios e bandeirantes nas origens de São Paulo', de John Manuel Monteiro

John Monteiro aborda as complexas relações entre indígenas, africanos e europeus no início da colonização brasileira. Ele oferece uma visão ampla sobre a formação da sociedade brasileira.

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| Foto: Divulgação

"A Negação do Brasil: O Negro na Telenovela Brasileira", de Joel Zito Araújo

Embora mais centrado na análise da representação dos negros nas telenovelas brasileiras, esse livro tem o objetivo de lançar luz sobre como a cultura popular reflete e molda as percepções da escravidão e da abolição.

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