HOMENAGENS
Na Flipelô, autores revelam conexões com Mãe Stella de Oxóssi
Ialorixá é a homenageada nesta sétima edição da Flipelô
Por Bianca Carneiro e Franciano Gomes
Localizada na Faculdade de Medicina da Bahia (Ufba), no Terreiro de Jesus, a Casa das Editoras Baianas abriga uma parte muito importante da programação da Festa Literária Internacional do Pelourinho (FLIPELÔ). No local serão realizadas exposições, vendas e lançamentos de livros, rodas de conversas, sessões de autógrafos e saraus.
Um dos destaques desta quinta-feira, 10, foi a mesa de ‘Ancestralidade, sabedoria e religiosidade’. Em um debate que conectou os três temas, os autores Edsoleda Santos – livro ‘Oxóssi – Okê!’ (Editora Solisluna), Enéas Guerra – livro ‘A Ialorixá e o Pajé de Mãe Stella de Oxóssi’ (Editora Solisluna) e Nelson Pretto – livro ‘Expressões de sabedoria: educação, vida e saberes’ (Edufba), aproveitaram para lançar suas obras.
Em conversa com o Portal A TARDE, a escritora Edsoleda Santos contou que a sua inspiração para ‘Oxóssi – Okê!’ veio da avó. “Ela estava dentro de mim, só que eu não estava sabendo [...] Esse trabalho que eu faço é uma homenagem a ela, à minha bisavó Maria Augusta Pires. O livro fala do orixá em si, do arquétipo dele, porque ele realmente é ligado com a caça, mas ele também é ligado para a sensibilidade com a poesia, com a música”, conta.
Além de apresentarem seus livros, os autores também trouxeram vivências, experiências e aprendizagens vividas com Mãe Stella de Oxóssi, homenageada nesta sétima edição da Flipelô, e a relevância dela para a educação e cultura. Edsoleda conheceu a ialorixá e diz que ela sempre a incentivou em seus trabalhos. “O que eu noto, que Mãe Stella mesmo me disse, que os orixás aceitavam o que eu estava fazendo. Que eu fosse, sempre dizia a mim: ‘pode continuar, vai em frente’. A cada livro que eu faço, eu sinto assim, que é como se eu estivesse cumprindo uma missão”, afirma.
Enéas Guerra assina as ilustrações do livro ‘A Ialorixá e o Pajé de Mãe Stella de Oxóssi’, escrito pela religiosa. “Mãe Stella me convidou para fazer ilustrações dessa história dela, que se passou na década de 50, na pandemia de gripe asiática. Ela era enfermeira sanitarista, visitadora, que ela chamava, ia de casa em casa, orientando as famílias a se safar da pandemia. E aí eu ilustrei esse livro para ela e ela ficou super encantada", relembra ele.
Já Nelson Pretto, autor de ‘Expressões de sabedoria: educação, vida e saberes’, relaciona os saberes de Mãe Stella e Juvany Viana. “A obra nasceu de uma participação das duas na aula inaugural da Faculdade de Educação da UFBA, que de acordo com o escritor, foi essencial para os estudantes da instituição. “Eu faço o link quanto com essas coisas, da sabedoria de Mãe Stella e de uma outra líder espiritual que é Juvany Viana [..] O livro, de certa forma, deixa registrado aquilo que foi muito importante naquele momento [em 2001] que era uma faculdade que vai formar futuras professoras e futuros professores, compreender que, além da ciência, existem outros conhecimentos ancestrais que precisam estar presentes na formação e não ser jogados como se fossem conhecimentos de segunda categoria”, ressaltou.
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