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LITERATURA

Pssica: no coração das trevas amazônico a mil por hora

Chico Castro Jr |. Repórter 2+ ccastrojr@grupoatarde.com.br

Por Chico Castro Jr |. Repórter 2+ [email protected]

24/10/2015 - 8:17 h
Edyr
Edyr -

O coração das trevas amazônico pulsa com taquicardia aguda em Pssica, sexto livro do paraense Edyr Augusto.

Romance policial de tirar o fôlego, o livrinho (apenas 96 páginas) espanta o leitor com a extrema agilidade com que a trama costura personagens em situações de violência brutal, sem julgamento ou perdão - como na vida real.

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Narrador hábil, Edyr, que é jornalista, publicitário e já teve seus romances publicados na Inglaterra, França, Peru e México, coordena duas linhas narrativas que caminham paralelas e vão se cruzando.

Na primeira, acompanhamos a via-crúcis de Janalice, uma menina de 14 anos, pobre e bonita, que, depois de ser vítima de revenge porn na escola, é expulsa de casa e, em seguida, raptada, prostituída, viciada em drogas, etc.

A outra segue o angolano Manoel Tourinhos, o Portuga, que sofre uma tragédia ao ter sua casa atacada pelos ratos-d'água (ladrões embarcados, que agem na região amazônica) e quer vingança.

Noir amazônico

Dono de prosa telegráfica (com o perdão do cansado clichê), Edyr abdica de absolutamente tudo que poderia travar o ritmo alucinante de sua narrativa: descrições de pessoas ou lugares, diálogos com aspas ou travessões, metáforas.

Não há uma frase mais longa do que uma ou duas linhas. É tudo jogado na cara do leitor com a delicadeza de um elefante epiléptico em uma loja de louça.

Seus personagens circulam pelo lado mais sombrio da sociedade, sejam eles ratos d'água, policiais aposentados, políticos corruptos ou traficantes de escravas sexuais.

E é através desses personagens que o autor vai fazendo uma radiografia da sociedade paraense contemporânea sem retoques, tocando em feridas como o tráfico de meninas, a violência sem limites dos piratas do rio, a corrupção generalizada dos políticos e autoridades e o desamparo em que vivem os desfavorecidos.

Festejado pela crítica francesa como o mestre do "noir amazônico", Edyr ainda ganhou o prêmio Chamaleon 2015, em Lyon. Está na hora de o Brasil descobrir este incrível autor.

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