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MÚSICA

'A Cor Púrpura – O Musical' retorna a Salvador em turnê pelo Nordeste

Apresentação é focada em temas como racismo e abuso sexual

Por Eugênio Afonso

02/03/2023 - 7:00 h
Versão nacional 
de ‘A Cor Púrpura’  tem texto de 
Arthur Xexéo e direção de Tadeu Aguiar
Versão nacional de ‘A Cor Púrpura’ tem texto de Arthur Xexéo e direção de Tadeu Aguiar -

Primeiro surgiu o livro da escritora estadunidense Alice Walker, em 1982, premiado com o Pulitzer no ano seguinte. Depois Spielberg transformou A Cor Púrpura em um longa-metragem de sucesso, protagonizado por Whoopi Goldberg e Oprah Winfrey, com 11 indicações ao Oscar. O ano era 1985.

Daí para virar um musical da Broadway foi só uma questão de tempo e ajustes de plataforma cênica, até porque o tema não poderia ser mais atual: discriminação racial e abuso sexual. Adaptado para os palcos pela dramaturga Marshan Norman, o musical estreou em 2005 em Nova York (EUA) e tem atravessado o mundo.

Com versão do jornalista e escritor carioca Arthur Xexéo e dirigido pelo ator Tadeu Aguiar, o espetáculo aportou no Brasil em 2019 e, desde então, tem percorrido o País. Agora, a montagem nacional deste clássico do cinema norte-americano retorna a Salvador para duas apresentações: amanhã e depois, às 18h30, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves (a sala principal continua fechada em função do recente incêndio).

Para Tadeu, a proposta do espetáculo é falar de suplantação em diferentes momentos da vida. “O musical conta uma história lembrando que a gente tem que superar todos os nossos obstáculos, que não deve desistir e que o amor supera tudo”, comenta.

O diretor diz ainda que não houve grandes mudanças na estrutura básica do espetáculo. Que partituras e textos já vieram prontos, mas que todas as roupas foram desenhadas no Brasil. Segundo Tadeu, já somos o terceiro país no mundo a produzir musicais, ficando atrás apenas de Estados Unidos e Inglaterra.

Ele acredita que o País tem uma maneira de contar história muito mais visceral e, portanto, mais atraente. “Eu acho que a produção brasileira é muito mais interessante do que a da Broadway. Os atores aqui se entregam mais. São todos muito capacitados, cantam e dançam bem. Temos técnica e emoção juntos. Acho, inclusive, que somos melhores do que os americanos”, provoca o diretor.

Amor e sofrimento

Primeira escritora negra a ganhar o Pulitzer, Walker escreveu uma obra que continua extremamente atual, passados mais de 40 anos, ao retratar relações humanas, de amor, poder, ódio, em um mundo pontuado por estruturais diferenças econômicas, sociais, étnicas e de gênero.

A história se passa na primeira metade do século XX - zona rural da Geórgia, Sul dos Estados Unidos. Conta a trajetória e luta de Celie contra as adversidades impostas pela vida a uma mulher negra. Na adolescência, ela tem dois filhos de um suposto pai que a oferece a um fazendeiro local para criar os herdeiros, lavar, passar e trabalhar sem remuneração.

Sua saga é permeada por questões sociais de extrema relevância como abuso de poder, racismo, machismo, sexismo e violência contra a mulher. Mas enquanto Celie resigna-se ao sofrimento, as personagens Sofia e Shug entram em cena mostrando que há possibilidade de mudanças com novas perspectivas, esperança e até prazer. Através do amor, Celie finalmente encontra forças para descobrir sua voz no mundo.

“Na verdade, ela é uma mulher que foi tratada com ódio durante toda sua existência e nunca deixou de amar. Nem a ela nem a seus próximos. E a partir dessa personagem toda uma comunidade é transformada”, acrescenta o diretor.

Amanda Vicente, atriz que vive a protagonista, lembra que Celie é uma mulher resiliente, forte e que consegue transformar sua realidade abusiva, traumatizante e desumana.

“Ela usa o amor para ressignificar sua trajetória e mudar uma sociedade, e todos os que passam pela sua vida, com a representatividade da mulher preta em seu estado singular e progressista de liberdade”, comenta Amanda.

“Meu primeiro musical também tinha uma temática libertária e de representatividade de corpos pretos e desde então essa é a minha luta diária e eterna. Vivi para interpretar a Celie e contar essa história”, complementa a artista.

E a personagem responsável pela transformação de Celie na história, Shug Avery, é vivida por Flávia Santana, atriz com mais de 10 anos de experiência em teatro musical. Shug é uma cantora famosa, filha de um reverendo que a considera pecadora por seguir o sonho de ser artista e não se casar.

“Ela representa uma mulher à frente do seu tempo, libertária. É a partir do encontro com Shug que Celie recebe um amor verdadeiro. Algo genuíno, além do sexo. Fazer a Shug no palco é, para mim, mais libertador ainda porque ela é a razão de eu ter orgulho de mim mesma”, conclui Santana.

Estrutura grandiosa

Com 17 artistas em cena, a quarta edição de A Cor Púrpura – O Musical segue em turnê pela região nordestina (ainda tem Recife e Fortaleza) com uma estrutura cênica grandiosa. São 90 figurinos, palco giratório de seis metros de diâmetro e uma escada curva com sistema de traveling em volta do cenário.

Apresentado pelo Ministério da Cultura e Bradesco Seguros, o espetáculo tem ainda no elenco Wladimir Pinheiro, Erika Affonso, Jorge Maia, Caio Giovani, Majú Tabajiba, Lola Borges, Suzana Santana, Claudia Noemi, Hannah Lima, André Sigom, Renato Caetano, Thór Jr, Leandro Vieira, Rodrigo Fernando e Nadjane Pierre.

Em Salvador, o espetáculo se apresenta com apoio da 23ª edição do projeto Catálogo Brasileiro de Teatro, realizado pela Fred Soares Produções.

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