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Ana Mametto lança novo EP “Firmamento” nesta sexta: "ancestralidade"
Em entrevista ao Isso é Bahia, artista fala sobre produção e próximos projetos
A sexta-feira é o dia reservado a Oxalá, entidade que representa as energias gerativas da natureza. A relação entre a vida, criação e ancestralidade é também tema do EP “Firmamento”, da cantora Ana Mametto, que chega nesta sexta, 16, dia de Oxalá às plataformas digitais.
Em entrevista ao Isso é Bahia, da A TARDE FM (103.9), a artista conta sobre a origem da canção que dá título ao EP, uma composição de Altay Veloso que também faz uma participação especial. Evocando a história de como os africanos trouxeram nas suas crenças as yabás (orixás femininos) para o Brasil, a música, segundo Mametto, fala também sobre a energia feminina presente na vida tanto de Altay, quanto na dela.
“Altay Veloso fala muito dessa relação da vida dele com as mulheres, a nossa relação com a energia feminina é muito forte. Quando a gente fala em firmamento, a gente pensa nesse céu, nesse horizonte, naquilo que os olhos não podem ver. A gente só sente, Altay foi muito feliz nessa composição porque ele conta um pouco da história do nosso sincretismo”, afirmou.
Além de “Firmamento”, o EP de quatro canções traz ainda “Toada do Mar”, obra de Saul Barbosa e Jorge Portugal, que foi gravada pela primeira vez. A canção possui participação especial da St. Petersburg Studio Orchestra e mistura a sonoridade da orquestra com nuances da cultura nordestina.
“A maior alegria que a gente tem hoje é de trazer uma pérola de Saul Barbosa e Jorge Portugal. Essa música, eu toco há décadas com eles e ainda não havia sido gravada, então, foi muito importante contar com Saul e Jorge nessa contribuição que a gente fez em perpetuar a obra deles. Além da beleza da obra em si, é muito importante para a gente, enquanto cidadão baiano soteropolitano, ter um olhar que valorize o compositor daqui, a nossa obra”, explicou Yacoce Simões, marido de Ana Mametto e produtor do EP.
Estão ainda na obra “Estrela Cintilante”, assinada pelo próprio Yacoce, e uma reinvenção de “Canto de Ossanha”, de Vinícius de Moraes e Baden Powell, que sempre esteve no repertório da artista. Para Ana, a oportunidade de lançar um EP como este é um desdobramento da diversidade atual do mercado de música na Bahia, que antes era regido majoritariamente pelo axé, e com isso, ditava o que era interessante ou não para o estado escutar.
“É muito interessante, que como a gente veio do mercado do entretenimento baiano, por muitos anos foi ditado o que deveria ser gravado. Olha como a gente tá passando por uma mudança tão grande, apesar do gênero do axé não estar em tanta evidência mais, em compensação, abriu um outro campo onde a gente, diariamente, está conhecendo novos artistas baianos, que estão despontando até em carreiras internacionais, que nao tem nada a ver com axé.
Mas além da musicalidade indiscutível, Ana também performa na arte como atriz. Ela embarca, em breve, para o Ceará, onde vai gravar um filme de comédia, com Tânia Alves, em que faz uma influencer digital. “Me sigam no Instagram. Agora com minha personagem influencer, quero ser uma influencer de verdade”, brincou ela.
De volta a agenda musical, ela vai se apresentar no Teatro do Comércio, após a reinauguração em julho, com o show “Saudação”. Clique aqui e veja o clipe de “Firmamento”.
