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MÚSICA

Baiana Jadsa estreia (via Natura Musical) com obra ousada

João Gabriel Veiga*

Por João Gabriel Veiga*

20/04/2021 - 6:04 h
Jadsa, aqui clicada pelo próprio produtor (e fotógrafo), o versátil João Milet Meirelles | Foto: João Meirelles | Divulgação
Jadsa, aqui clicada pelo próprio produtor (e fotógrafo), o versátil João Milet Meirelles | Foto: João Meirelles | Divulgação -

Através de seu Olho de Vidro, a cantora Jadsa mostra para o público como enxerga o mundo. Seu disco de estreia, lançado no final de março e com produção de João Meirelles (do BaianaSystem), apresenta uma voz cheia de personalidade para o cenário musical baiano – mas apesar de ser seu primeiro disco, não é nem de longe o início da trajetória da artista de 26 anos.

“Foi bem natural”, diz Jadsa, falando sobre como seus pais foram a porta de entrada para o mundo da música. “A gente ouvia muito vinil juntos, e sempre fui muito estimulada na musicalidade, na instrumentação, a tocar instrumentos… Desde os 2, 3 anos eu tenho um grande apreço pela música”, explica.

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Porém, ela começou a andar com as próprias pernas desde cedo. “Na escola, eu não era muito legal, e tirava umas notas meio baixas. As únicas matérias em que eu era boa eram artes e educação física”, conta.

Já no ensino médio, conheceu a literatura e o romantismo, e passou a escrever os próprios poemas, os quais destrinchava com o professor. “Comecei a musicar esses poemas que eu fazia. Mais ou menos pelos 14 anos foi quando eu comecei a compor com letra e melodia”, diz.

Fora da sala de aula, Jadsa também estava fazendo barulho na mesma época. “Cresci na cena do hardcore, do punk. Minha adolescência foi tocando na rua. Essa influência da rua, dos sons de rua, das festas de largo são o que mais me inspiram nesta energia baiana da musicalidade. A rua é o meu chão”, ela conta.

Aos 13 anos, ela entrou em sua primeira banda, na qual era a única garota e tocava covers do grupo capixaba de hardcore Dead Fish. Ainda aos 13, entrou na segunda banda – dessa vez, um grupo totalmente feminino. Entre algumas músicas de sua autoria, o grupo focava em tocar canções de Pitty e Inkoma – banda de hardcore que revelou a baiana, nos anos 1990.

“Só na minha terceira banda eu cantava como frontwoman, como vocalista principal, e quase tudo que a gente cantava era composição minha. tinha cover também, porque acho que fazer show na rua, você tem que chamar atenção também. A gente fazia muito cover dos Ramones”, relembra Jadsa. Depois disso, veio a carreira solo.

Inspirações

Olho de Vidro, o álbum de estreia, vem após um EP lançado em 2015 – e muita dedicação. “Gravei o disco em 2019, e é um prazer ter esse projeto materializado, as pessoas conseguirem escutar e ver o que tava na minha cabeça há uns cinco anos”, relata.

Uma de suas principais inspirações é Itamar Assumpção, figura de ponta da Vanguarda Paulista – movimento ocorrido entre os anos 1970 e 1980 – e compositor gravado por nomes como Rita Lee, Cássia Eller, Ney Matogrosso e Zélia Duncan. A apresentação à obra de Itamar veio por intermédio da mãe, por volta de 2016, 2017. “Foi um soco na cara”, diz Jadsa.

Para ela, o que a atrai nesse movimento da Vanguarda Paulista – que ela considera ser uma vanguarda nacional, ultrapassando fronteiras – é bem claro. “Eles faziam uma música atonal, que você poderia cantar em qualquer tom de voz. É uma música que abraça muitas pessoas, muitas vozes, muitas energias”, ela explica.

Isso reflete o que Jadsa vê como grande potencial da música como um todo, e o que ela busca retratar em seu trabalho. “A música pra mim é um lugar de diálogo, é onde eu posso emanar energia e receber também. Tem a questão do que é certo e o que é estranho, politicamente e sentimentalmente”, explica a musicista.

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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