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13/07/2023 às 15:00 - há XX semanas | Autor: Franciano Gomes*

DIA MUNDIAL DO ROCK

Cantora baiana defende a importância de tocar rock autoral em Salvador

Natural de Salvador, Jany é cantora, compositora e conheceu o rock ainda na infância

Jany se  apresenta em vários locais de Salvador e sente dificuldade na valorização da música autoral
Jany se apresenta em vários locais de Salvador e sente dificuldade na valorização da música autoral -

Mesmo sendo a terra daquele que é considerado o pai do rock, Raul Seixas, o "Maluco Beleza", a Bahia ainda não conseguiu colocar o gênero musical em um lugar de destaque em seus eventos, ou até mesmo realizar uma mega produção específica para os roqueiros. É fácil perceber a influência do peso da guitarra em outros estilos musicais e até a presença de algumas bandas de rock em shows, mas nunca como uma atração principal ou ocupando um grande espaço na grade da programação.

Em Salvador, muitos músicos, que resistem como verdadeiros amantes do rock, mantém suas presenças em algumas apresentações que acontecem nos bairros, parques, praças e pequenos estabelecimentos da cidade. No mês em que se celebra o Dia Mundial do Rock, comemorado nesta quinta-feira, 13, o Portal A TARDE conversou com alguns desses artistas para entender como anda o cenário do gênero em Salvador e na Bahia.

Nesta semana, recebemos em nossa casa, a cantora Jany, que contou como o rock surgiu em sua vida e como tem sido a sua relação com ele, desde então. A artista que se apresenta em vários locais da cidade, sente a dificuldade da valorização da música autoral, se deparando com o hábito cultural das pessoas em ouvirem sempre “covers”, interpretações dos grandes sucessos do rock nacional e internacional.

Natural de Salvador, Jany é cantora, compositora e conheceu o rock ainda na infância, quando seu irmão ouvia artistas como Charlie Brown Jr e Raimundos. Nesse período, a artista nem imaginava que se apaixonaria tanto. Na proporção em que foi crescendo, começou a curtir de sua casa a música da vizinha, que morava em um prédio atrás do seu. “Ela costumava colocar um som bem alto”, afirma.

E foi assim, através dessa amizade, que ela acabou conhecendo bandas que curte até hoje, como Aerosmith e Red Hot Chili Peppers. Nesta mesma época, Jany conheceu a Inkoma, primeira banda de uma outra certa soteropolitana roqueira “retada”, a Pitty, uma das maiores representantes do rock brasileiro contemporâneo e considerada por muitos como a princesa do rock no Brasil.

Nesse bate papo, Jany traz detalhes importantes de sua experiência como roqueira na capital da Bahia. Acompanhe:

Portal A TARDE: Como você acha que o rock se entrelaça com a cultura baiana?

Jany: Eu acho que o rock está entranhado na cultura baiana, só não é muito visto. Os holofotes não estão no rock, mas os maiores roqueiros do Brasil vieram de Salvador, vieram da Bahia. Então eu acho que o rock faz parte da cultura baiana de forma intrínseca. Porém não tem essa valorização que a gente gostaria.

Portal A TARDE: Falando de Salvador de forma específica, quais são suas experiências e desafios, como roqueira?

Jany: Ter um lugar bom pra tocar, um lugar legal que a galera compareça, se divirta e consiga consumir o autoral. Eu sinto que ultimamente, em Salvador, bandas cover têm tomado conta da cena e eu acho que é um desafio reavivar essa questão do rock autoral aqui. Tem muita casa que rola show de rock, porém, é cover. Eu acho que isso é importante, mas a parte do autoral também deve ser valorizada. Necessário também ter incentivos para que as bandas consigam entregar um material de qualidade e entrar nesse desafio de uma forma mais incisiva e que as pessoas consumam esse material, consigam escutar com qualidade. Eu acho que vai acontecer esse momento de rolar um evento, marcar um show de bandas autorais e a galera chegar e lotar aquele local.

Portal A TARDE: Como você avalia a ocupação dos espaços culturais pelo rock em Salvador?

Jany: Eu acho que é mínimo no sentido de que tem algumas casas de rock, especificamente que tocam rock mais do que qualquer outro estilo, mas eu não vejo grandes festivais de rock ultimamente. Você vai no Pelourinho rola todos os estilos ali naquelas praças, mas quando você vai ver, tem uma ou duas bandas de rock no meio de cinquenta bandas de outros estilos variados e olhe lá. Então, acho que os espaços não estão sendo ocupados pelo rock, como eu gostaria que fosse.

Bandas cover têm tomado conta da cena e eu acho que é um desafio reavivar essa questão do rock autoral aqui

Jany - cantora de rock

A cantora relembra com saudade dos espaços que marcaram sua carreira e que não fazem mais parte do cenário cultural da cidade: “eu tenho muita alegria de ter tocado nesses lugares que foram Calypso, Idearium, Nhô Caldos, Irish Pub, World Bar, Boomerang, Bond Canto, Clube de Engenharia, alguns locais icônicos do rock em Salvador".

A primeira banda de Jany foi a Transversal, que segundo ela, não saiu de sua casa “assim tipo bem experimental, com alguns amigos”. Mas foi com a Misen Scene que ela começou a se apresentar em Salvador. Atualmente além dos shows de sua carreira solo, Jany realiza um projeto que valoriza o trabalho de outras roqueiras, como Rita Lee, Pitty e Amy Winehouse.

Portal A TARDE: Como você atua com o projeto Girl Rock Power em Salvador?

Jany: Além do desafio do rock em Salvador, tem o desafio das mulheres no rock em Salvador. A ideia do projeto é valorizar as mulheres do rock, não só de Salvador, mas do Brasil e internacional também. Então, o repertório deste projeto é todo composto de músicas de banda de vocal feminino, cantoras, compositoras intérpretes do rock pop nacional, internacional e MPB. E desde 2019, quando eu comecei a tocar ele, e até hoje, nós somos bem recebidas nos lugares que vamos tocar.

O rock está entranhado na cultura baiana, só não é muito visto

Jany - cantora de rock

Jany se apresentou no Festival Palco do Rock 2020, que acontece em Salvador, em meio ao Carnaval. Ela estreou com a banda Fairy Ladies, criada exatamente para esse projeto. “É o maior evento de rock do Norte e Nordeste [...] o festival homenageou André Matos (Angra) e convidou catorze meninas para poder formar uma banda e fazer essa homenagem cantando as músicas dele. Como ele era professor, maestro, gostava dessa coisa de aprendizado, a gente aprendeu muito tocando metal, progressivo, que era uma coisa que a gente nunca tinha feito para se apresentar”.

Atualmente, a cantora está nos preparativos de seu primeiro disco, o “EP Jany”, com previsão de lançamento para o segundo semestre. O álbum terá cinco músicas e duas delas já estão tocando em todas as plataformas digitais: os singles “Ficou Perdido” e “Secreto Abrigo”. A produção musical é de Vicente Fonseca e participam da produção instrumentistas de Salvador, como Bruno Michel, Vitor Brasil e Felipe Pires.

Quem quiser ouvir a cantora pessoalmente, pode conferir a apresentação em pleno Dia do Rock, nesta quinta-feira, 13, no restaurante Figueira da Vila, localizado no Caminho das Árvores e depois no Rio Vermelho, na Casa da Felicidade, ambos em Salvador. Já no dia 15 de julho, é a vez do Astro Bar da Pituba receber Jany e sua banda. No dia 5 de agosto ela canta em mais uma edição do projeto Pilsner Fest Salvador, no bairro de Piatã.

*Sob supervisão de Bianca Carneiro

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