Com Fonte Nova lotada, Sandy e Júnior fazem público voltar no tempo

Emoção e muita nostalgia marcaram o show dos irmãos Sandy e Júnior, na noite do sábado, 13, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Trazendo um repertório consagrado desde o início da carreira, a dupla cantou seus maiores clássicos para os milhares de fãs que lotaram o estádio, nesta que foi a segunda apresentação da turnê “Nossa História”.

Com atraso de quase uma hora - o show estava previsto para começar às 20h30 - , foi por volta das 21h20 que os artistas subiram ao palco de mãos dadas, com a canção “Não dá pra não pensar”. A partir daí, em um setlist de quase 30 músicas, não faltaram sucessos como “As quatro estações”, “Olha o que o amor me faz”, “Imortal”, “Era uma vez” e “Quando você passa”.

Júnior levou o público à loucura como “Nada Vai Me Sufocar”. Já Sandy precisou segurar as lágrimas em "Olha o que o amor me faz". Mesclando músicas mais agitadas e românticas em voz e violão, a cada sucesso soavam fortes os gritos de “Sandy e Júnior, eu te amo” e “Minha dupla voltou”.

Sem dúvida, um dos maiores atrativos da apresentaçãona capital baiana era a animação dos fãs. Ansiosos, afinal já fazem 12 anos que a dupla se separou, os seguidores de Sandy e Júnior começaram a chegar na Fonte Nova bem antes da abertura dos portões - iniciada às 16h30.

A sergipana Samira Gabriela, de 31 anos, foi uma das que se anteciparam. Em Salvador, somente para ver o show, ela, que estava acompanhada da família, contou que chegou às 16h para pegar um bom lugar na frente e poder ver os irmãos de perto.

“Cresci acompanhando Sandy e Júnior. Minha família é de músicos, eu fazia até apresentações com as músicas deles”, diz. Foi a segunda vez que ela viu um show da dupla. A primeira, foi também em Salvador no ano de 2004, no Festival de Verão. Os irmãos chegaram a se apresentar quatro vezes na capital baiana.

Imagem ilustrativa da imagem Com Fonte Nova lotada, Sandy e Júnior fazem público voltar no tempo — **A sergipana Samira Gabriela (à dir.) veio a Salvador só para assistir o show**

Outro que estava na expectativa era Ernandes Vieira. Acompanhado da família, a cadeira de rodas que estava usando não foi nenhum empecilho para impedir o fã de comemorar seu aniversário de 44 anos no show da dupla.

“Ele quer muito tirar uma foto com Sandy e Júnior, e sabe todas as músicas. É um privilégio poder comemorar o aniversário dele com os seus artistas preferidos. A acessibilidade aqui está bem legal também”, destacou o cunhado de Ernandes.

Túnel do tempo

Não foi à toa que a turnê foi chamada de “Nossa História”. Toda a apresentação foi voltada a celebrar a trajetória musical de Sandy e Júnior durante os seus 30 anos de existência, fazendo público viajar no tempo. Prova disso é que, durante à espera do show, canções de artistas populares dos anos 90, como Backstreet Boys e Avril Lavigne, foram utilizadas para distrair o público. Também não faltaram vídeos mostrando a infância dos irmãos.

Fãs mais atentos podem ter notado que, na maioria das músicas, foram conservados os arranjos e coreografias originais de outros shows. Letras manuscritas de canções como “As quatro estações” e clipes, foram exibidos no telão. Porém, a tecnologia esteve presente no jogo de luzes e sobretudo, na interação do público, convidado a baixar um aplicativo que sincroniza a câmera do celular com as imagens e o som da apresentação.

Se sentindo em uma espécie de “túnel de tempo”, a cantora Andrezza Santos, 22, disse que foi ao show para saldar uma “dívida de infância”. Animada, ela afirmou ainda que a dupla foi responsável por fazê-la escolher seguir a carreira artística.

“Desde criança, eu sempre gostei muito. Sandy e Júnior foi a dupla que me motivou a estar na música hoje. Então, estar aqui hoje era uma dívida que eu tinha com a Andrezza de quatro ou cinco anos de idade”, afirmou.

Carinho estampado no peito

Além de viver toda a nostalgia envolvida nas canções da dupla, os fãs fizeram questão de homenageá-los como podiam. As mensagens, que poderiam vir em cartazes, mas que foram proibidos pela organização do evento, vieram estampadas em faixas de cabelo, bonés, copos, e sobretudo, nas camisetas personalizadas com frases e letras de músicas.

Produzidas em casa ou compradas na hora, era difícil ver alguém que não estivesse “uniformizado” no show. As que mais faziam sucesso traziam os dizeres “Turu, turu”, uma referência a música “Quando você passa”. Como boa fã que é, a médica Acácia Amorim, 29, não ficou de fora da tendência e improvisou com o namorado a produção de camisas personalizadas e faixas para eles e o grupo de amigos.

“Meu namorado fez as camisas, e no meu aniversário eu coloquei todo mundo para usar essas faixas. Ou seja, elas não foram produzidas para o show, e sim, para o meu aniversário. Ao invés de usar o chapeuzinho, obriguei todo mundo a usar as faixas (risos). Sou muito apaixonada por Sandy e Júnior, fiquei muito triste quando eles terminaram”, contou.

Com 15 shows na agenda, sendo o primeiro em Recife e o segundo em Salvador, a turnê “Nossa História”, continua em cidades como Recife, Brasília, Manaus, Belém, Belo Horizonte, Curitiba e São Paulo. Segundo a assessoria dos artistas, a maioria dos ingressos está esgotado.

*Sob supervisão do editor Nelson Luis