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MÚSICA

Daúde volta com álbum vigoroso após 11 anos longe da mídia

Por Chico Castro Jr.

02/06/2014 - 12:23 h
Daúde
Daúde -

Nos anos 1990, ela foi a responsável por apresentar o hit afropop Pata Pata (Miriam Makeba) a toda uma nova geração - e de quebra, ainda acrescentou seu toque baiano-carioca. Agora, após 11 anos ausente do mercado fonográfico, a cantora Daúde volta com novo álbum.

Curiosamente, o recém-lançado Código Daúde consegue, além de reiterar sua veia de intérprete cheia de personalidade, atualizar seu repertório recorrendo a um set list cuja canção mais recente é de 2005: "O Vento", de Rodrigo Amarante.

Em ordem cronológica reversa, as outras canções do álbum são um passeio pela música brasileira de décadas idas: "Como Dois Animais" (Alceu Valença, 1982), "Falso Amor Sincero" (Nelson Sargento, 1979), "Sobradinho" (Sá & Guarabyra, 1977), "Cala a Boca, Menino" (Dorival Caymmi, 1973), "Que Bandeira" (Marcos Valle, Paulo Sérgio Valle e Mariozinho Rocha, 1971) e "Eu Não Vou Mais" (Orlandivo e Durval Ferreira, 1966).

Há ainda o mambo Babalu (Margarita Lecuona, 1939), o fado luso-brasileiro Barco Negro (David de Jesus Mourão e Matheus Nunes) e a chanson J'ai Deux Amours (G. Konyn, H. E. Vantard e V. B. Scotto, 1930). No geral, um repertório que é tanto mestiço quanto sofisticado, mas longe de experimentalismos.

"Graças a Deus, faço parte de uma geração que teve acesso em primeira mão a coisas incríveis tanto da música popular contemporânea quanto da mais antiga", nota a cantora.

"São canções que fazem parte das minhas reminiscências, da minha memória emotiva. Então escolhi esses autores pelo legado que elas deixaram para gente, mesmo que seja um processo intuitivo também", diz.

A Bahia enraizada

Nascida em Salvador, Daúde foi morar no Rio de Janeiro com a família aos nove anos, em 1972. Hoje aos 52 anos, corpinho de 30, voz intacta de vinte, ela sabe o quanto será árdua a batalha por um cantinho nos holofotes da mídia - mas sem crise.

"Todo esse tempo que não lancei disco, eu não parei de ter contato com a música. Estudei (pós-graduação em História Africana), aprendi a mexer em computador e tenho muito contato com músicos", conta.

"Não sou celebridade. Sou artista. Não preciso de uma capa de revista para levantar a carreira, e sim, de estar em contato com a arte. A capa do jornal, essa entrevista - tudo é consequência disso", demarca.

Intérprete vigorosa, de voz alta e clara, Daúde demonstra em Código outros talentos, assinando direção artística, arranjos, programação, produção executiva e coprodução fonográfica, com Clauber Fabre.

O resultado é um álbum fluido, alto astral e de sonoridade muito orgânica - ao contrário do que tem sido escrito em algumas resenhas, que destacam uma tal "pegada eletrônica".

"Concordo. O CD todo é tocado por músicos. Aí tem uma ferramenta do meu tempo que é o computador, que eu uso aqui e ali para edição, para o som ficar mais pesado. Mas o disco é todo tocado por músicos de carne e osso", reitera Daúde.

Apesar de distante da Bahia, Daúde diz nunca ter perdido de vista sua baianidade: "Voltei pouco a Salvador porque minha vida toda foi qui no Rio, mas o baiano - o nordestino em geral - tem uma coisa enraizada, pé na terra, que não se perde. Nunca vou perder a baianidade".

E não perde mesmo. Além do lado B caymmiano Cala a Boca, Menino, há outra contribuição baiana no repertório de Código Daúde: Minhas Razões, hit de 1972 de Antonio Carlos & Jocáfi - ambas cheias de suingue, como de resto, o álbum todo.

E como que para confirmar mais uma vez, ela conta que descobriu e curtiu muito uma banda do lado de cá: "Ouvi na internet a Baiana System e gostei bastante. Daqui do Rio gostei do CD do Jovi Joviniano. Mas ouço de tudo", afirma.

Mas, acima de tudo, o que Daúde parece mesmo é uma mulher muito decidida. Enquanto todo mundo parece esperar que passe a Copa do Mundo para fazer alguma coisa, ela não quis nem saber. "Ficamos (receosos de lançar agora), sim. Mas sempre tem uma desculpa: é Copa, eleição, Carnaval, Natal, sabe? Ah... vamos! Quero trabalhar. Sou meio desconfiada com essas estratégias", diz.

Agora, ela quer cantar em Salvador o quanto antes: "Ai, logo! É sério, quero ir logo. Me dá umas dicas de lugar?", pede.

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