MÚSICA
Diogo Nogueira homenageia mestres do samba
Por Laís Matos
Cerca de um ano e meio atrás, Diogo Nogueira lançava o seu quarto disco de estúdio, Porta Voz da Alegria. E foi ali que ele começou um dos seus projetos mais queridos: o Alma Brasileira. "Montei um show pensando já no DVD. Fui mudando para o que eu queria colocar nele, fazia experimentos. Passei um ano fazendo isso para montar repertório", explica o sambista.
Então, em setembro desse ano, nasceu o DVD Alma Brasileira, uma homenagem do cantor aos mestres do samba e da música popular. Agora, Diogo leva o projeto à Concha Acústica do Teatro Castro Alves, no show que acontece domingo, ao lado da cantora Maria Rita, que traz as composições do seu último trabalho, Samba da Maria.
"Quis capturar a alma do brasileiro. Das homenagens que fiz, tenho certeza que cada brasileiro já ouviu uma canção dessas ou já prestou atenção em um compositor que está aí", destaca Diogo.
Diferente dos outros projetos do cantor, em Alma Brasileira ele é um intérprete dos compositores que fizeram parte de sua vida e carreira, como Zeca Pagodinho, Milton Nascimento, Gonzaguinha, Djavan, Tim Maia, Arlindo Cruz e sua maior inspiração, João Nogueira.
"Tudo que aprendi foi através de meu pai. Ouvindo o que ele falava e prestando atenção no que ele era. Então, minha influência está toda ligada à história dele".
Quis capturar a alma do brasileiro. Das homenagens que fiz, tenho certeza que cada brasileiro já ouviu uma canção dessas ou já prestou atenção em um compositor que está aí
No repertório formado por clássicos como Clareou, Alma Boêmia, Codinome Beija-Flor e Pé na Areia, Diogo conta que estão as canções que refletem a sua carreira, sua história com o pai e com a música brasileira em geral. "São canções que na minha infância me influenciaram. Tem tanta música que daria até pra fazer um Alma Brasileira 2. No DVD, fiz vários pout pourris para caber tudo".
Amadurecimento
Dono de um carisma singular, Diogo carrega 12 discos na bagagem, além de apresentar o programa Samba na Gamboa, na TV Brasil.
"Existe um crescimento gradativo a cada ano e a cada trabalho que venho fazendo. Fiz o projeto Bossa Negra com meu amigo Hamilton de Holanda. Fui chamado para fazer o SamBRA, que é um espetáculo musical em homenagem aos 100 anos de samba. Acredito que a gente está caminhando de uma maneira correta, sem pressa, mas com reconhecimento e respeito por todos os artistas e todo o público que me acompanha", declara.
O músico revela que não concorda com a forma que a música é consumida hoje. "Tudo tem ficado descartável. Não tem uma estabilidade. Particularmente, não curto esse tipo de processo, mas temos que conviver com ele, da forma que está acontecendo. É mais fácil publicar qualquer coisa, mas se perde rápido. Perde a alma, é um vazio que fica".
E acrescenta que o samba não segue essa lógica. "Eu gosto de samba e eu transpareço isso para as pessoas. Fui criado dessa maneira e isso é importante para o samba".
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