A ÚLTIMA GIRA
Emicida anuncia turnê final de “AmarElo" e show em Salvador
Rapper vai passar por 12 capitais brasileiras, incluindo Salvador, de março a junho de 2024
Por Edvaldo Sales
O rapper Emicida anunciou nesta terça-feira, 30, em um evento organizado pelo cantor na Casa Francisca, em São Paulo, a sua próxima turnê: “AmarElo - a Última Gira”. Em parceria com a Live Nation, o artista vai passar por 12 capitais brasileiras, incluindo Salvador, de março a junho de 2024.
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O anúncio foi transmitido em live no canal oficial do cantor no YouTube. Na abertura, Emicida cantou ‘Tudo que Nóiz Tem é Nóiz’, faixa que integra o ‘AmarElo’, álbum lançado em 2019 e que chegará ao seu capítulo final com a turnê.
Segundo Emicida, a ideia inicial de fazer uma tour de encerramento para a era AmarElo foi do comercial em sintonia com o Fióti. “Ele foi quem pensou, por exemplo, na parceria com a Live Nation. [...] Mas, da minha parte, eu entrei com a encheção de saco que eu tinha com os caras, que era essa coisa de eu achar que a gente precisa contar uma outra história. Uma espécie de ansiedade artística mesmo. Foi uma turnê tão especial, e aí eu não falo especial somente pelo público, pelos ingressos esgotados, foi especial pra mim, foi a turnê mais especial que eu já fiz. De verdade”, afirmou o rapper.
Mas por que ‘A Gira Final’? De acordo com o rapper, a turnê recebe esse nome para fazer alusão a dois aspectos: o fato de outros países da América Latina usarem o termo “gira” para se referir a turnês e às cerimônias sagradas das religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé.
“Gira porque é uma coisa espiritual mesmo do candomblé e porque, na América Latina, os artistas não chamam de turnê. Eles chamam de gira. Esse duplo sentido é especial. Muitas pessoas falam da espiritualidade do espetáculo, de associar com o culto, com a catarse, com a redenção e o próximo semestre é a última oportunidade de participar dessa catarse”, explicou o rapper durante o anúncio da turnê.
Trajetória do ‘AmarElo’
Chamada de experimento social por Emicida, a era “AmarElo” contou, além da turnê e do álbum, com um documentário lançado na Netflix em 2020. “Emicida: Amarelo – É Tudo Pra Ontem” mescla o show do rapper no Theatro Municipal de São Paulo, bastidores das apresentações, trechos que contam a história da cultura negra no Brasil e entrevistas com Fernanda Montenegro, Zeca Pagodinho e Pabllo Vittar.
O documentário foi indicado ao Emmy Internacional na categoria Melhor Produto Artístico, em 2021.
Essa trajetória, no entanto, também passou por percalços devido à pandemia de Covid-19, que obrigou o artista a suspender a primeira turnê. “Essa suspensão gerou um sentimento muito estranho em todos nós. Não só pela pandemia em si, mas porque quando a vacina veio, e a iminência de retornar, a gente não sabia exatamente de que maneira voltaríamos”.
“Se a gente, por exemplo, fazia como vários artistas fizeram, que é gravar um disco no meio da pandemia. Eu não queria de maneira nenhuma gravar um disco da pandemia, porque quando eu gravo uma música, eu fico com o emocional daquilo ali o resto da vida. Eu não queria guardar aquela emoção em mim, eu queria, de alguma maneira, esquecer aquilo”, pontuou na manhã de hoje.
De acordo com Emicida, foi conversado com o seu irmão e produtor cultural Evandro Fióti que eles decidiram continuar com a turnê. “Eu acho que a nossa decisão foi bastante acertada, porque as pessoas queriam muito esse disco”, continuou Emicida, que ainda afirmou: “Essa pausa fez a gente olhar de outra maneira para tudo. Quando a gente voltou, a gente viu que o show era muito especial. O show da forma como ele foi montado, ele era muito espiritual, ele era um momento de acalanto mesmo e que seria bonito dividir isso com mais pessoas”.
Elo com Salvador
Emicida contou ainda que tem algumas coisas novas que vão ser incluídas no repertório dessa nova turnê. Além disso, a estrutura vai ser diferente. “A gente vai conseguir ir a lugares que pedem muito o espetáculo do AmarElo, um espetáculo do Emicida, mas não conseguimos levar porque é muito caro fazer isso”, esclareceu.
“Por exemplo, na região Norte, a gente se sente muito distante de lá. Sentimos muita falta de ir tocar lá mais vezes. A gente não fez, por exemplo, Manaus, na região Oeste, no Centro-Oeste a gente não fez Goiânia. São cidades que são muito especiais para mim, porque quando a gente era pequenininho elas acolheram a gente. Eu gostaria muito de poder levar esse espetáculo na proporção que ele tem”, disse o artista.
É uma conquista nossa enquanto empresa, uma conquista enquanto artista, mas também uma conquista do gênero mesmo, da música rap.
Durante o anúncio da nova turnê, Emicida revelou, ao ser questionado pelo Portal A TARDE, que Salvador não poderia dicar de fora da lista de cidades escolhidas para receber o espetáculo. Ele relembrou a sua última vinda, em novembro do ano passado, e enalteceu a capital baiana.
“Claro! Você acha que a gente vai fazer alguma coisa que não passe pro Salvador? Com certeza a gente vai passar por Salvador. A última vez que a gente foi lá foi incrível. A gente foi no Afropunk. Foi bonito demais, foi a primeira vez que eu consegui acertar o Pixinguinha na flauta. Depois nunca mais acertei”, brincou.
Datas e ingressos
O pré-venda exclusiva para clientes com cartão Elo começará na quarta-feira, 31, às 10h, e seguirá até quinta-feira, 1º, no site da Ticketmaster. As vendas físicas começam às 12h. Na pré-venda, será possível parcelar a compra dos ingressos em até cinco vezes.
O público geral poderá comprar ingressos para a nova turnê na sexta-feira, 2. Confira as datas:
09 de março: Belo Horizonte
06 de abril: Porto Alegre
12 de abril: Brasília
13 de abril: Goiânia
16 de abril: Recife
11 de maio: Salvador
18 de maio: Rio de Janeiro
25 de maio: São Paulo
21 de junho: Florianópolis
22 de junho: Curitiba
28 de junho: Manaus
30 de junho: Belém
Assista ao anúncio:
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