MÚSICA
Festival de jazz acontece nesta sexta e sábado no Parque Costa Azul
Evento é aberto ao público e recebe quatro bandas convidadas
Por Chico Castro Jr.
Há quem não frequente (ou não saiba), nem suspeite, mas a Bahia está com uma cena muito vibrante de jazz e blues – e não é de hoje –, em um momento muito interessante. Além da consagrada JAM no MAM, casas de show e bares de Salvador como Jazz na Avenida, Solar, Casa da Mãe, Oliveiras e outros estão de portas abertas a estas propostas. Outro sinal é o festival Oxe É Jazz, que retorna hoje e amanhã no Parque Costa Azul, com shows gratuitos de nomes locais.
Em dois dias, serão apresentadas quatro atrações, duas por noite – três delas com cantoras convidadas. Hoje tem a banda Bahia Soul, com participação da cantora paranaense radicada na Bahia, Denise Correia. Na sequência, o guitarrista – e curador do festival – Eric Assmar se apresenta com Clariana de convidada.
Já no sábado, os trabalhos serão abertos pela banda RestGate Blues, com a convidada, Kal Rebello. Fechando a edição, a big band IFÁ, que vai despejar todo poderoso suíngue, composto por ijexá, funk e afrobeat, na galera.
“Busco sempre construir uma grade diversa, que contemple propostas musicais e perfis humanos variados, entendendo o jazz como um gênero rico em vertentes e possibilidades, que permitem uma série de conexões com outros ritmos e expressões, sobretudo em um estado tão culturalmente diverso como a Bahia”, conta Eric, sobre a grade de atrações.
“Para essa edição do Oxe, a ideia foi valorizar a produção musical contemporânea da cidade de Salvador, passando por jazz, blues, soul, reggae, funk, afrobeat e ijexá, com atrações que proporcionam ao público encontros especiais entre artistas”, acrescenta.
Em seu próprio show hoje, Eric vai apresentar um espetáculo inédito, a partir da participação da cantora Clariana, famosa pela sua interpretação regueira de Amy Winehouse, a Amy Reggaehouse. “Vou iniciar a apresentação com um passeio pelo repertório dos meus álbuns, em especial do recente Home, além de uma canção do artista Álvaro Assmar, mas esse é um show com uma temática um pouco diferente e inédita”, conta Eric.
“Ainda no início, irei convidar Clariana ao palco, junto a Jackson Almeida (guitarrista). Preparamos um repertório especialmente para essa ocasião, com clássicos e autorais, passando por jazz, blues, soul, reggae e rock”, detalha.
Líder da outra atração da noite, a banda Bahia Soul, o veterano saxofonista e flautista André Becker promete clássicos do jazz, funk, soul e pop. “O show terá músicas autorais e também bem conhecidas do repertório que pode ser chamado de ‘Acid jazz’ (movimento dos anos 90 que misturava jazz, hip hop e eletrônica), com sucessos nacionais e internacionais”, detalha André.
Para o saxofonista, a soul music, gênero de música muito festivo, só não é tão apreciada na Bahia por falta de acesso: “As oportunidades que nos foram dadas mostraram que o público geral se apaixona quando entra em contato com esta música”, afirma.
Há quem não frequente (ou não saiba), nem suspeite, mas a Bahia está com uma cena muito vibrante de jazz e blues – e não é de hoje –, em um momento muito interessante. Além da consagrada JAM no MAM, casas de show e bares de Salvador como Jazz na Avenida, Solar, Casa da Mãe, Oliveiras e outros estão de portas abertas a estas propostas. Outro sinal é o festival Oxe É Jazz, que retorna hoje e amanhã no Parque Costa Azul, com shows gratuitos de nomes locais.
Em dois dias, serão apresentadas quatro atrações, duas por noite – três delas com cantoras convidadas. Hoje tem a banda Bahia Soul, com participação da cantora paranaense radicada na Bahia, Denise Correia. Na sequência, o guitarrista – e curador do festival – Eric Assmar se apresenta com Clariana de convidada.
Já no sábado, os trabalhos serão abertos pela banda RestGate Blues, com a convidada, Kal Rebello. Fechando a edição, a big band IFÁ, que vai despejar todo poderoso suíngue, composto por ijexá, funk e afrobeat, na galera.
“Busco sempre construir uma grade diversa, que contemple propostas musicais e perfis humanos variados, entendendo o jazz como um gênero rico em vertentes e possibilidades, que permitem uma série de conexões com outros ritmos e expressões, sobretudo em um estado tão culturalmente diverso como a Bahia”, conta Eric, sobre a grade de atrações.
“Para essa edição do Oxe, a ideia foi valorizar a produção musical contemporânea da cidade de Salvador, passando por jazz, blues, soul, reggae, funk, afrobeat e ijexá, com atrações que proporcionam ao público encontros especiais entre artistas”, acrescenta.
Em seu próprio show hoje, Eric vai apresentar um espetáculo inédito, a partir da participação da cantora Clariana, famosa pela sua interpretação regueira de Amy Winehouse, a Amy Reggaehouse. “Vou iniciar a apresentação com um passeio pelo repertório dos meus álbuns, em especial do recente Home, além de uma canção do artista Álvaro Assmar, mas esse é um show com uma temática um pouco diferente e inédita”, conta Eric.
“Ainda no início, irei convidar Clariana ao palco, junto a Jackson Almeida (guitarrista). Preparamos um repertório especialmente para essa ocasião, com clássicos e autorais, passando por jazz, blues, soul, reggae e rock”, detalha.
Líder da outra atração da noite, a banda Bahia Soul, o veterano saxofonista e flautista André Becker promete clássicos do jazz, funk, soul e pop. “O show terá músicas autorais e também bem conhecidas do repertório que pode ser chamado de ‘Acid jazz’ (movimento dos anos 90 que misturava jazz, hip hop e eletrônica), com sucessos nacionais e internacionais”, detalha André.
Para o saxofonista, a soul music, gênero de música muito festivo, só não é tão apreciada na Bahia por falta de acesso: “As oportunidades que nos foram dadas mostraram que o público geral se apaixona quando entra em contato com esta música”, afirma.
Segundo dia
No sábado, além da estilosa RestGate Blues – sempre muito elegante em seus ternos e chapéus vintage – quem retorna aos palcos é a IFÁ, que tem à frente um trio constituído por verdadeiras autoridades em black music: Fabrício Mota (baixo), Jorge Dubman (bateria) e Ênio (guitarra), todos eles músicos de larga experiêcia no atacado e no varejo da cena baiana.
Para Fabricio, oportunidades como o Oxe É Jazz são raras em uma cidade entregue há décadas à hegemonia esmagadora de certa indústria mais ligada ao entretenimento do que à arte: “O evento atua preenchendo uma das maiores lacunas produzidas pela indústria da música de nossa cidade: a falta de fomento, por um lado, aos espaços abertos de entretenimento, lazer e acesso à diversidade musical. E por outro, o fortalecimento das redes de profissionais das artes que não encontram espaços bem estruturados para apresentar suas produções na capital”, observa.
“A indústria da música produziu esse abismo cultural. Sempre foi uma relação de extrativismo cultural. Iniciativas como Oxe é Jazz apontam para outros parâmetros de cidade, valorizando segmentos outrora invisibilizados em sua própria terras. Fortalece os artistas, a cadeia produtiva ao redor da arte e, principalmente, amplia e diversifica o público. É um festival necessário”, afirma Fabrício.
André Becker faz eco à Fabrício em sua avaliação: “A Bahia é um celeiro de músicos e música boa. Sempre defendi a tese de que se a nossa música fosse divulgada igualmente, a rejeição que algumas pessoas tem com a Axé Music iria diminuir, pois muita gente acha que aqui só se produz este tipo de música”, afirma.
Já Eric Assmar ressalta o caráter democrático do evento gratuito em praça pública: “Creio que ajudam muito a difundir os trabalhos dos artistas a plateias mais amplas, atingindo pessoas de diversos segmentos sociais e faixas etárias. A praça pública simboliza esse encontro, no caso, tendo o jazz como fio condutor e, sim, ajudando a formar novos fãs dessa música”.
“Sempre ouço feedbacks maravilhosos das pessoas que estiveram nas edições anteriores, em geral se sentindo gratas e prestigiadas em assistir a apresentações assim em uma praça, com acesso gratuito e em um bom palco, com boa infraestrutura”, conclui Eric.
No sábado, além da estilosa RestGate Blues – sempre muito elegante em seus ternos e chapéus vintage – quem retorna aos palcos é a IFÁ, que tem à frente um trio constituído por verdadeiras autoridades em black music: Fabrício Mota (baixo), Jorge Dubman (bateria) e Ênio (guitarra), todos eles músicos de larga experiêcia no atacado e no varejo da cena baiana.
Para Fabricio, oportunidades como o Oxe É Jazz são raras em uma cidade entregue há décadas à hegemonia esmagadora de certa indústria mais ligada ao entretenimento do que à arte: “O evento atua preenchendo uma das maiores lacunas produzidas pela indústria da música de nossa cidade: a falta de fomento, por um lado, aos espaços abertos de entretenimento, lazer e acesso à diversidade musical. E por outro, o fortalecimento das redes de profissionais das artes que não encontram espaços bem estruturados para apresentar suas produções na capital”, observa.
“A indústria da música produziu esse abismo cultural. Sempre foi uma relação de extrativismo cultural. Iniciativas como Oxe é Jazz apontam para outros parâmetros de cidade, valorizando segmentos outrora invisibilizados em sua própria terras. Fortalece os artistas, a cadeia produtiva ao redor da arte e, principalmente, amplia e diversifica o público. É um festival necessário”, afirma Fabrício.
André Becker faz eco à Fabrício em sua avaliação: “A Bahia é um celeiro de músicos e música boa. Sempre defendi a tese de que se a nossa música fosse divulgada igualmente, a rejeição que algumas pessoas tem com a Axé Music iria diminuir, pois muita gente acha que aqui só se produz este tipo de música”, afirma.
Já Eric Assmar ressalta o caráter democrático do evento gratuito em praça pública: “Creio que ajudam muito a difundir os trabalhos dos artistas a plateias mais amplas, atingindo pessoas de diversos segmentos sociais e faixas etárias. A praça pública simboliza esse encontro, no caso, tendo o jazz como fio condutor e, sim, ajudando a formar novos fãs dessa música”.
“Sempre ouço feedbacks maravilhosos das pessoas que estiveram nas edições anteriores, em geral se sentindo gratas e prestigiadas em assistir a apresentações assim em uma praça, com acesso gratuito e em um bom palco, com boa infraestrutura”, conclui Eric.
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