PROTAGONISMO FEMININO
Festival ‘Sangue Novo’ dá espaço às mulheres que fazem um novo som pop
Apresentações acontecem neste fim de semana e no próximo
Por Israel Risan*
Em celebração à diversidade e criatividade musical, o festival Sangue Novo, na quinta edição, coloca o protagonismo feminino no palco. O evento acontece nos próximos dois finais de semana, neste sábado, 21, e domingo, 22, e em 28 e 29 próximos, com um line-up 80% composto por artistas femininas, no Trapiche Barnabé.
São nomes notáveis do cenário que reafirmam o poder e a voz das mulheres na música contemporânea. Larissa Luz, Jadsa e Josyara, cujas músicas passeiam por diversos gêneros, incluindo MPB, ijexá e jazz, com toques de texturas eletrônicas fazem parte da programação.
Além disso, o evento receberá vozes de outros estados, como as paulistas Anelis Assumpção, Céu, Irmãs de Pau, Jup do Bairro, Tulipa Ruiz, e a brasiliense Flora Matos, que trarão ritmos que vão do reggae ao funk, do pop ao rap.
As artistas exploram temas que abrangem o amor, a ancestralidade, a religiosidade e também se engajam em lutas raciais e questões relacionadas à comunidade LGBTQIAPN+.
O festival Sangue Novo tem sido reconhecido como um dos eventos mais inclusivos do país, dando visibilidade para mulheres trans e travestis no cenário musical nacional. A cantora Céu se sente representada e valorizada por fazer parte de eventos como este. "Isso é uma conquista nossa. É sinal de novos tempos querendo vir. Só nos desejo sorte, prosperidade e caminhos abertos", compartilha.
Para Tulipa Ruiz, as artistas precisam ocupar com mais equidade as programações de festivais, rádios, TVs, streamings e para além de mais representatividade nas curadorias. "Estou muito feliz em participar do line-up do Sangue Novo, sobretudo em seu aniversário de cinco anos. É um festival organizado por mulheres focado em nosso protagonismo, o que é fundamental para transformarmos juntas o cenário tão desigual da música brasileira", conta.
Equidade e diversidade
A valorização do cenário artístico feminino é uma prática crescente sob a curadoria de Fernanda Bezerra, diretora geral da Maré Produções. O evento tem persistido nesse caminho de empoderamento feminino. No ano passado, o festival conquistou o Selo Equal, concedido pela Women's Music Event (WME), por seu compromisso com a equidade de gênero na indústria musical.
"O Sangue Novo tem como ponto fundamental a sua curadoria, desde quando eu assumi esse papel no projeto. Na edição do ano passado, um critério chave e fio condutor de todo o processo foi a promoção da diversidade e da equidade de gênero. Então, isso tem se tornado um propósito cada vez mais central para o festival", explica Fernanda.
"Foi um desafio trazer o festival de volta depois da pandemia, mas estamos empenhados em criar um espaço de representatividade de gênero, tanto no line-up quanto na equipe de bastidores do evento. A busca pela equidade e diversidade na música é nosso propósito e, embora haja muito a melhorar, estamos satisfeitos com o progresso que já alcançamos", continua a diretora.
A artista Josyara considera a importância das curadorias dos festivais estarem atentas às demandas do cenário. "Nós estamos desde sempre no mercado. O grande problema é a falta de visibilidade, créditos e oportunidades de projeção", divide. Para o festival, a cantora adiantou estar preparando repertório com músicas do seu álbum mais recente, ÀdeusdarÁ.
Festival Sangue Novo – Ano V / Amanhã e domingo e dias 28 e 29, 16h / Trapiche Barnabé (Avenida Jequitaia, 5, Comércio) / R$ 60 e R$ 30 / Classificação: 18 anos.
* Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr.
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