TURNÊ NÓS
Forfun retorna a Salvador após hiato de 9 anos: "Uma terapia coletiva"
Reencontro com os fãs soteropolitanos vai acontecer neste domingo, 28, na Concha Acústica
Por Isabela Cardoso
Após nove anos de separação, a banda Forfun retorna aos palcos com a “Turnê Nós” para um grande reencontro com os fãs e viver momentos de nostalgia. Formado por Danilo Cutrim, Nicolas Fassano, Rodrigo Costa e Vitor Isensse, o quarteto carioca que começou nos anos 2000, fez parte da trilha sonora de muitos jovens da época.
Com 14 shows ao redor do Brasil, a turnê percorre as capitais do país e chega em Salvador neste domingo, 28, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves (TCA). É o quinto show da turnê, que já passou por Florianópolis (SC), Vitória (ES), Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG).
Para Vitor Isensee, guitarrista, tecladista e vocal da banda, o reencontro do grupo marca um momento para selar qualquer “ferida” que tenha ficado aberta após o término do quarteto.
"É como começar um outro ciclo, por mais que seja uma turnê que tem data pra começar e data pra acabar. A gente vai até novembro e novembro para de novo, sabe-se lá quando e se rola de novo. Mas é uma chance, no nível pessoal, da gente realmente fazer as pazes com com qualquer coisa que tenha ficado em ferida aberta, por mais que ninguém nunca tenha deixado de ser amigo", descreve o músico, em entrevista exclusiva ao Portal A TARDE.
É uma certa terapia coletiva da gente se entender, entender como que o passado e presente se relacionam e, claro, projetar isso tudo para o futuro
É a primeira vez que a banda realiza uma turnê com uma infraestrutura de grande proporção e traz uma nova realização profissional para o grupo, como afirmou Vitor.
“A galera está caprichando muito no espetáculo. Você tem um background por trás, tem uma estrutura junto, é muito diferente de fazer sozinho. O Forfun sempre foi uma banda muito independente, a gente teve sempre essa iniciativa de produzir nossos próprios shows e nossas turnês. Isso é muito legal por um lado, mas por outros também cria algumas dificuldades. O fato de ter vindo outras pessoas que estão trabalhando com esse tipo de estrutura, ajudou muito, foi um empurrão”, completa.
Durante cinco anos, a possibilidade de retorno nunca foi uma questão, até eles se encontrarem pouco tempo antes da pandemia e tocarem no assunto. Logo depois a conversa foi esquecida, mas ganhou um novo impulso em 2023, quando a produtora 30e convidou a banda para uma turnê nacional.
“Uma vez a gente foi tomar uma cerveja, os quatro juntos, a gente pensou ‘e se’, mas não saiu dali. Tudo continuou dormente, veio a pandemia, outros trabalhos. Em 2023, a gente recebeu a proposta da produtora que está fazendo a turnê e fez muita diferença. O Marcos Sketch, que é nosso empresário, foi conversando com cada um de nós, um de cada vez. Todo mundo sentiu antes de falar entre si”, descreve.
Vitor comentou ainda, que a banda recebia diversas propostas para novos shows, mas a turnê só foi decidida no momento em que todos estavam alinhados.
“Todo ano vem alguém falar ‘vamos fazer um show’, não necessariamente uma turnê, mas propostas legais que a gente declinava porque realmente achava que não era hora. Eu acho que foi muito uma questão do timing do momento, da coisa estar meio alinhada ali, a vontade de todo mundo. Meio que caiu a ficha que vai ter tanta gente feliz, tanta gente contente, celebrando, trabalhando, ganhando dinheiro, fazendo as pazes, casando, tendo filho, sei lá, quanta coisa legal pode rolar a partir de uma turnê dessa um encontro como esse”, expressa.
Para Salvador, a banda promete trazer hits como “Hidropônica”, “Morada”, “História de Verão”, “Alegria Compartilhada”, e também homenagens à capital baiana.
“Tem um lance que a gente está fazendo em toda cidade, um momento meio acústico e intimista, é o Danilo no violão e eu no piano elétrico. A gente faz uma homenagem para cada cidade que a gente vai e toca algum artista do lugar. Então assim, em Salvador, vai ter música de Salvador e, eventualmente, outras coisas que acontecem assim de improviso porque show tem isso também", completa Vitor.
Motivos do fim da banda
O término da grupo foi um momento que abalou muitos fãs e gerou boatos de desavenças entre os integrantes, principalmente por questões políticas. No entanto, Vitor disse que o fim da banda trouxe um espaço para que eles seguissem seus próprios caminhos individuais, sem deixar de serem amigos.
“Muita gente acredita que o final da banda foi por uma questão de desavença, de problemas pessoais, mas acho que tem muito uma questão da gente querer buscar outros ares. Tanto é, que mesmo a parte do grupo que formou a banda Braza, logo na sequência começou a buscar outros caminhos. Tem essa coisa do artista querer se aventurar e explorar outras sonoridades, outros caminhos, trabalhar com outras pessoas", explica.
"No começo não foi fácil, é óbvio. Pesa muito a resposta do público, as especulações, por mais que você tente se manter afastado disso. Enfim, acho que os primeiro anos foi pra gente ter um distanciamento maior, deixar a poeira abaixar, deixar as feridas irem cicatrizando aos poucos. Mas a verdade é que a gente nunca deixou de ser amigo”, completa.
Vitor relembrou quando Rodrigo Costa (baixo e vocal de apoio) se casou e convidou os integrantes para serem padrinhos do casamento.
“Não tinha nem dois anos que o Forfun tinha acabado e o Rodrigo foi o único que não foi pra o Braza. Ele se casou e chamou todo mundo para sermos padrinhos dele. É um exemplo de como a gente nunca deixou de ser amigo por mais que tenha se afastado, ficar falando mal um do outro, se vitimizando”, comenta.
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