Marisa Monte faz dupla jornada na Concha Acústica neste fim de semana

Como diziam os inesquecíveis versos do seu hit em dueto com Ed Motta, os baianos “ainda lembram” da passagem de Marisa Monte por Salvador e em coro, poderão cantar na Concha Acústica do TCA, “aonde você for, eu vou”. Depois de esgotar os ingressos da Tour Portas para o show de hoje, a cantora também se apresenta amanhã.

“Ir para esse encontro, em Salvador, é como correr pra um abraço apertado pra matar as saudades. Amo cantar na Bahia, junto com as vozes soteropolitanas. A Concha Acústica é um espaço sagrado, inspirador, onde todo artista brasileiro se emociona ao pisar”, afirma Marisa. Ela conta que está contando os minutos para o fim de semana chegar logo: “Tem a brisa, o sorriso, o perfume de dendê e muita água de coco”.

Em preparação para os shows desse final de semana, Marisa tem buscado estar bem fisicamente, descansada e hidratada. “Meu instrumento, a voz, faz parte do meu corpo, então tenho vida e cuidados de atleta. Fujo do ar condicionado, revejo mentalmente as letras e todo o roteiro do show, ensaiamos e passamos o som sempre, antes de todas as apresentações”, explica, enquanto se dedica aos preparativos da turnê entre malas, instrumentos e aeroportos.

O repertório contempla as canções do novo álbum e, o show destaca os momentos importantes das mais de três décadas de carreira da cantora e compositora. Com direção e concepção visual de Marisa Monte, Cláudio Torres e Batman Zavareze, no palco Marisa é acompanhada por Dadi (baixo, teclado e guitarra), Davi Moraes (guitarras), Pupillo (bateria), Pretinho da Serrinha (percussão, cavaquinho e voz), Chico Brown (teclado, guitarra, baixo e voz), Antonio Neves (trombone, adaptações e arranjos de metais), Eduardo Santanna (trompete e flugelhorn) e Lessa (flauta e sax).

São mais de 300 obras registradas entre composições e interpretações ao longo dos 35 anos de carreira. “Esse show traz canções de todas as fases, antigas e novas, e o repertório busca representar essa história em comum com meu público”, menciona.

Artista de palco

A turnê, que retorna a Salvador neste final de semana, já viajou o mundo, incluindo Estados Unidos, Europa, América Latina e muitas cidades do Brasil. “O roteiro naturalmente vai evoluindo e mudando pouco a pouco, com músicas que circulam no repertório entrando e saindo. O cenário, a concepção visual, a banda é exatamente a mesma que apresentamos no mundo inteiro”, detalha Marisa.

No disco Portas, Marisa tem velhos amigos como coautores de algumas faixas, sendo eles Arnaldo Antunes e Dadi Carvalho na faixa título e em A língua dos animais; Nando Reis em Praia vermelha; e Seu Jorge em Pra melhorar. Chico Brown, que também estará presente no show, é um dos destaques neste álbum.

O jovem compositor e multi-instrumentista, filho de Carlinhos Brown e neto de Chico Buarque, assina junto com Marisa cinco canções, com Calma, Déjà vu e Em qualquer Tom entre elas. O projeto Portas possui um álbum visual produzido pela artista plástica Marcela Cantuária.

Com mais de 35 anos de carreira, a cantora e compositora segue marcando a história da música brasileira e deve-se a isso o fato de ter os ingressos esgotados quando teve a passagem da turnê anunciada em Salvador. Para Marisa, sua carreira foi construída pouco a pouco, ano após ano, com muitas viagens e, acreditando na relação direta com público através das apresentações ao vivo. “Sou uma artista de palco e fico muito satisfeita e agradecida por ter esse diálogo com tantas pessoas através da arte, da música e da poesia”, garante.

Além de seguir nos palcos, Marisa está finalizando a mixagem do registro do show ao vivo que aconteceu no Rio de Janeiro, no final 2022.

“Foi um momento muito especial na minha cidade, um encontro de milhares de vozes afinadas cantando junto depois de um longo silêncio imposto pela Covid, a todos nós numa reafirmação da potência da arte e da música brasileira”, conclui a artista.

*Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr.