Precursora da bossa nova, Dóris Monteiro morre aos 88 anos

Após uma carreira de 74 anos, a cantora lendária, Dóris Monteiro morreu aos 88 anos, nesta segunda-feira, 24.

A carioca estreou em 1949, aos 16 anos, em um programa da Rádio Nacional, imitando cantores famosos da época. Sua capacidade de reproduzir várias vozes lhe rendeu um contrato de dois anos na rádio que estreou sua carreira. Posteriormente foi contratada pela TV Tupi, onde passou sete anos cantando em francês e inglês. Estreou no cinema em 1953 na obra “Agulha no Palheiro”, de Alex Viany, e fez ainda outros sete filmes.

Monteiro já cantava no estilo bossa nova em 1957, quando gravou “Mocinho Bonito”, de autoria de Blanco, a música mais tocada nas rádios brasileiras naquele ano.

“O Encontro”, espetáculo com João Gilberto, Tom Jobim e Vinícius de Moraes que marcou o início da bossa nova, só aconteceria cinco anos depois.

Ao longo de sua carreira, gravou mais de 60 álbuns, a maioria pela gravadora Odeon, e fez turnês pelo mundo, com destaque para uma turnê no Japão em 1990, a convite de Lisa Ono.

Filha de uma portuguesa que trabalhava como empregada doméstica e um pai que nunca conheceu, Monteiro, quando ainda era uma bebê, passou por muitas dificuldades financeiras. Sua mãe não tinha condições de lhe alimentar e convenceu a uma outra família de portugueses a adotar a menina.

Quando Monteiro chegou à adolescência retornou a morar com a mãe biológica, mas a família adotiva se mudou para a mesma vizinhança e mantiveram contato durante toda a vida.