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ENTREVISTA

“Salvador ainda reproduz micro-apartheids”, avalia Fióti

Músico participou de painel do Festival Salvador Capital Afro

Bianca Carneiro e Edvaldo Sales

Por Bianca Carneiro e Edvaldo Sales

24/11/2023 - 16:06 h
Artista esteve em bate-papo na capital baiana
Artista esteve em bate-papo na capital baiana -

Debater desafios e caminhos que viabilizem e ampliem a circulação de trabalhos artísticos em diferentes países. Esse foi o tema do painel “Arte que circula”, que aconteceu na manhã desta sexta-feira, 24, no Espaço Cultural da Barroquinha, e reuniu nomes como Evandro Fióti e Ismael Fagundes, coordenador artístico do Afropunk Bahia.

O bate-papo, que integra a programação do Festival Salvador Capital Afro, contou ainda com Juci Reis, do Programa Flotar (México) e do multiartista e criador do Negro Fest, Fabio Arboleda (Colômbia). A mediação ficou por conta de Chicco Assis, diretor da Fundação Gregório de Mattos (FGM).

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Considerado um dos maiores nomes da cena criativa e musical do Brasil, o músico, produtor, compositor e diretor artístico, Fióti, reafirmou, ao Portal A TARDE, a importância cultural de Salvador e disse que a capital baiana é palco de diversas contribuições importantes para o mundo.

“Acredito que tanto o estado da Bahia, como a cidade de Salvador, tem uma contribuição muito grande para o mundo, em toda a sua contribuição com a ciência, com a cultura, com a ancestralidade, de todos os povos, indígenas e negros que fundaram essa cidade. Eu acho que essa energia sempre se manteve preservada aqui nas manifestações culturais das mais diversas”.

No entanto, para Fióti, a cidade ainda precisa se livrar do racismo. Ele criticou a atuação da polícia nas periferias e as violências raciais às quais ele denominou como “micro-apartheids”. “Acredito que Salvador, assim como o nordeste brasileiro, ainda é um território socialmente vulnerável, principalmente, para as famílias e para as pessoas negras, mas, ao mesmo tempo, também é o lugar onde essa grandiosidade da potência negra também se manifesta de grandes formas”.

“Eu vejo que, apesar do respeito às diferenças, o que eu percebo é que Salvador ainda reproduz micro-apartheids dentro da cidade e isso para mim é muito violento de perceber. Mas, ao mesmo tempo, eu acredito que a comunidade negra, as mulheres e homens negros, os homens, a comunidade indígena tem se movimentado de forma a fazer com que, a cada passo, a gente consiga evoluir, trazer bem-estar para Salvador, para a Bahia e para o Brasil”, completou.

Identidade cultural

Ismael Fagundes
Ismael Fagundes | Foto: Edvaldo Sales | Ag. A TARDE

Um dos representantes do Afropunk Bahia, Ismael Fagundes comemorou o sucesso da edição deste ano, atribuindo à organização do evento. “Acho que o time amadureceu muito porque é um festival que tem profissionais que começaram a trabalhar no mercado com o Afropunk, então acredito que a gente também começou a aprimorar alguns erros do ano passado, acertando alguns pontos, então, acho que a edição deste ano foi mais robusta, a gente conseguiu ali entender o que o público, o público que nós temos”.

Outra avaliação feita por Ismael foi a diversidade no line-up. Para Ismael, o Afropunk tem recebido shows delineados para a sua própria identidade.

“A gente teve o pagode, a gente teve encontros inesquecíveis, como o da Alcione e da Mangueira, que acontecem no Rio de Janeiro, mas nunca em Salvador. Eu acho que a gente está caminhando para um festival de experiência, aquilo que a gente realmente provoca. Acho que os artistas, quando pensam no Afropunk, eles já desenham shows novos, tipo o Vandal pensou num show extraordinário, a Lunna Montty, que abriu o domingo, desenhou uma performance que misturou música com dança, a Iza, que trouxe uma convidada também. Acho que o festival está caminhando para o crescimento mesmo, para se consolidar como um festival internacional, que é entrar para o quadro dos maiores festivais do Brasil”.

Ismael contou que 19 milhões de pessoas assistiram ao Afropunk na TV e também comentou sobre a polêmica envolvendo os looks da festa. Durante o festival, ele chegou a falar que algumas pessoas desistiram de ir por se sentirem intimidadas a ostentar um look fashion.

“A gente já vem trabalhando porque o Afropunk é um espaço livre. Vá como você quiser. Acho que se criou um pouco isso por conta das imagens do evento no Brooklyn, as pessoas se ‘montam’ todas, mas a gente já vem trabalhando que assim, vá com o que você quiser. Tem gente que quer se montar mais, outro quer se montar menos, mas eu acho que esse ano algumas pessoas já foram para o festival vestindo o que elas desejam, então não se preocupem. A gente descende de reis e rainhas, então, eu acho que essa questão é mesmo de comemorar a nossa cultura, de comemorar aquele momento que é nosso”.

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