Sister Rosetta Tharpe – O Rock tem mãe, vú?!

No mês dedicado ao Rock, um dos mais transgressores, transformadores gêneros musicais, e tribuna natural para todo o tipo de reivindicação gostaríamos de protocolar uma reclamação acerca do protagonismo da mulher, desde os primeiros passos desse jovem rebelde de 85 anos. Exatamente isso que você leu: já são mais de 8 décadas de serviços inestimáveis à sociedade mundial.

Para fundamentar o nosso pleito voltaremos aos Estados Unidos dos anos 30 quando a Sister Rosetta Tharpe, uma jovem mulher negra dava os primeiros passos rumo à criação de um gênero que mudaria para sempre a história do mundo. A artista dedicou sua vida ao Gospel, por isso o apelido, “Sister” (irmã), mas tanto suas performances ao vivo, quanto em vídeo ou em discos influenciaram nomes fundamentais para o tipo de música que criou um movimento de contracultura com linguagem, dança, moda e atitudes contestadoras, revolucionárias muito próprias.

Nascida numa família musical, pois os pais eram cantores gospel a filha ilustre da cidade de Cotton Plant, no estado do Arkansas, Estados Unidos a artista sempre acompanhou as celebrações religiosas, e foi na igreja que Sister Rosetta Tharpe começou a dar os primeiros passos na arte. Em 1938 a cantora, compositora e guitarrista gravou canção Rock Me (Me Faça Balançar), mas foi em 1945, com a sua versão para “Strange Things Happening Every Day”, uma música tradicional e popular entre o povo negro americano, que a garota cravou o próprio nome na história. Com um ritmo mais rápido misturando Gospel, Jazz e Blues à uma guitarra com distorção e um jeito muito próprio de tocar que ela alcançou sucesso.

Sister Rosetta Tharpe não só deu os primeiros passos ao que mais tarde ganhou o nome de Rock’N”Roll, mas também ajudou a fortalecer o R&B (Rhythm And Blues). Aliás, de acordo com relatos, ela nunca achou que estivesse fazendo nada de extraordinário, diferente, apenas tocando R&B em um andamento mais rápido. Entretanto a verdade é que ela teve um papel fundamental na história da música e influenciou artistas da sua época como Little Richard, Chuck Berry, Carl Perkins e Elvis Presley, e outros de gerações posteriores como as de Jeff Beck e Keith Richards que tornaram ainda mais único e irresistível o nosso Rock’N’Roll.

Sister Rosetta Tharpe nos deixou em 09 de outubro de 1973, na Philadelphia, estado da Pennsylvania vítima de um AVC (acidente vascular cerebral). Hoje, todo dia 11 de janeiro é celebrado o Dia da “Sister Rosetta Tharpe.” Ela se foi há quase 50 anos, mas continua viva nas escalas pentatônicas do Rock.

*Em colaboração com o Portal A TARDE