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31/01/2023 às 5:15 • Atualizada em 31/01/2023 às 8:33 - há XX semanas | Autor: Lila Sousa*

MÚSICA

Trilho Elétrico se apresenta nesta quarta-feira, na Casa Rosa

Banda formada por dois músicos mineiros e dois baianos faz estreia na capital

Lelo Zanetti (baixista do Skank), Manno Goes (ex-Jammil), Lutte (cantor da Mosiah) e Rodrigo Borges, herdeiro do Clube da Esquina
Lelo Zanetti (baixista do Skank), Manno Goes (ex-Jammil), Lutte (cantor da Mosiah) e Rodrigo Borges, herdeiro do Clube da Esquina -

A sonoridade da Trilho Elétrico representa o encontro rítmico e harmônico entre Bahia e Minas. O show da banda formada pelos baianos Manno Góes (compositor e fundador do Jammil e Uma Noites) e Lutte (ex vocalista da banda Mosiah), e pelos mineiros Lelo Zaneti (baixista do Skank) e Rodrigo Borges (herdeiro e atual representante do Clube da Esquina) celebrará o Carnaval e os laços culturais que unem os estados vizinhos, amanhã (1º de fevereiro), na Casa Rosa.

“A expectativa é a melhor possível, estamos trabalhando esse projeto há tanto tempo e agora temos a oportunidade de ensaiar, fazer show e convidar as pessoas, receber os amigos, as pessoas que estão se conectando com a gente. Eu tô muito feliz e confesso que eu tô um pouco ansioso pra chegar o dia da tocada”, confessa Lutte.

Lelo Zaneti considera essa data especial por conta dos festejos de Iemanjá na capital baiana, além de celebrar um momento de retomadas das festas populares após o período de isolamento por conta da pandemia. “A gente ficou muito feliz de estar perto dessa história, um ritual maravilhoso, espiritual, pertencente à cidade. Estamos prontos pra fazer o lançamento do projeto que inclui dois baianos e dois mineiros, a ideia é juntar essas histórias que começaram ali nos anos 1990, cada um com a sua banda, com sua história”, complementa o baixista.

O show de estreia acontece em fevereiro por um motivo especial, já que o carnaval passa pela formação do grupo. Rodrigo Borges tem um bloco de carnaval em Belo Horizonte chamado Divina Banda, que sai no bairro Santa Tereza, bairro onde sua família mora e criou raízes, também onde foi criado o Clube da Esquina.

Com um encontro que iniciou durante a passagem de Manno por Belo Horizonte para celebrar o carnaval, em 2020, com a Divina Banda, o baiano e o mineiro viram surgir na paixão pela música, durante o carnaval, um novo projeto. “Durante a pandemia eu tive essa ideia de fazer esse encontro entre Minas e Bahia, de juntar as duas culturas e fazer um projeto que tivesse essa pegada”, relata Rodrigo, que faz referência a música Ponta de Areia do Milton Nascimento, ao refletir sobre o surgimento da banda.

Em Salvador nasceu a primeira composição, que se chama Trilho Elétrico, uma espécie de canção título do projeto, com a participação de Armandinho Macedo. “Essa gênese foi plantada em Salvador, e agora o projeto se concretizando e pela primeira vez se apresentando pro público, fazer isso em Salvador é muito especial, é um bom presságio”, pondera Rodrigo.

Para o set list, o grupo tem preparado as músicas autorais lançadas pelo Trilho Elétrico, além de passear pela carreira dos artistas que fazem parte da banda, como produções do Skank, do Manno Góes, do Lutte e do Clube da Esquina, homenageando grandes mestres da música brasileira, com o intuito de divertir e envolver o público.

“Existe uma ideia de conceito em torno desse repertório pra poder trazer um pouco do inusitado, que não deixa de ser uma releitura, uma descoberta pra muita gente. Novas gerações surgiram e as pessoas que estão saindo de casa podem conhecer músicas diferentes, tocadas de uma maneira focada nessa história, um pouco do carnaval e um pouco da música pop”, declara Lelo.

Bahia-Minas, rota natural

Rodrigo descreve a rítmica baiana como fundamental pela conexão com a matriz africana, presente no sangue brasileiro. “A Bahia é quem melhor representa isso, é quem acabou direcionando pro restante do Brasil. Nós somos filhos da mãe África e filhos da Bahia, nesse sentido”. O artista cita a tradição africana que se espalhou pelas festas de rua do Brasil, como os Congados, e Catupés.

Ao mencionar a música mineira, o artista relembra o Clube da Esquina pelo primor das melodias complexas e sobretudo harmonias muito bem pensadas, com acordes dissonantes. “Costumo dizer que as melodias do Clube da Esquina parecem montanhas, são sinuosas, cheias de altos e baixos, de curvas”.

Borges aponta como sucesso para o encontro do grupo, a proposta de unir toda essa força ancestral e pulsante que a rítmica da Bahia exportou pro Brasil e pro mundo, que vem da África também, e acabou se reconfigurando de outras maneiras na Bahia; aliada ao esmero, com essa preocupação, a originalidade harmônica, as harmonias um pouco mais elaboradas e mais surpreendentes, sem encadeamentos desarmônicos óbvios ou resoluções óbvias, coisa que o Milton ensinou.

Manno Góes define-se como um homem de projetos, gosta de reunir amigos, músicos, artistas de diferentes segmentos. “Esse projeto, Trilho Elétrico, é algo que eu gosto muito. A música mineira me influenciou muito na vida inteira como compositor, trouxe muitas dessas coisas pro Jamil”.

O compositor revela que o repertório difere e permite brincar muito com a dança, misturando a música mineira com a baiana. “Está sendo um exercício muito prazeroso, porque somos músicos que já temos histórias pessoais de muito tempo. Surgiu a oportunidade da gente se juntar, estamos fazendo os nossos ensaios, curtindo muito, até porque tem que ter frescor e leveza, essa sensação de início mesmo, de criar um projeto novo, de se divertir com aquilo, de tornar divertido, prazeroso, não tendo somente uma química do business, do negócio da música. Então isso é maravilhoso, tem sido muito bom”, admite.

A filosofia do Clube da Esquina, baseada em fazer música com os amigos, rege o início da estrada do Trilho Elétrico. Rodrigo afirma que eles se reuniram de forma despretensiosa do ponto de vista do mercado, mas com seriedade, muita dedicação ao que estão fazendo, carinho com as composições e muito cuidado.

“Essa questão da qualidade musical é algo que a gente preza muito, algo que os integrantes do Clube também prezavam, eles não tinham grandes pretensões mercadológicas e acabaram se tornando conhecidos mundialmente, mas o que os unia quando eles estavam fazendo isso era justamente a amizade e a vontade de fazer o melhor possível”, acredita Rodrigo.

O herdeiro da família Borges carrega consigo o grande ensinamento do Clube da Esquina: a arte do encontro, possibilitando a união de cada um com sua influência para formar algo maior.

“No Clube tinha Milton com essa matriz africana, Toninho Horta com a bossa nova e o jazz, o Lô e o Beto que são mais roqueiros, Tavinho Moura com uma música regional e aí você junta isso tudo, com o pessoal do Som Imaginário, com a Alaíde Costa, as pessoas boas vão se juntando ao projeto e algo maior nasce”, observa.

Esse DNA se revela nas participações de Luiz Caldas, Armandinho Macedo e Mart’nália nas faixas lançadas pelo Trilho Elétrico, encontros movidos pelo afeto, pela admiração, e pela música.

Com um disco programado para ser lançado até setembro, aos poucos o Trilho Elétrico apresentará ao público novos singles. “Convidamos Daniela Mercury pra o próximo single, o convite já foi aceito. Podem esperar muita dedicação, muita alegria, muita leveza também no trabalho, e vai dar tudo certo, já está dando”, garante Lutte.

Daniela Mercury é mais um nome confirmado entre as parcerias do grupo, em um frevo assinado por Manno Góes, uma música que foi feita pensando na cantora. “Ela sempre deu muita elegância pro frevo, sempre tratou os frevos com muito punch, os frevos de Daniela são sempre muito poderosos. Acho que é uma música que de fato vai agradar os fãs de Daniela, e surpreender as pessoas que estão conhecendo o Trilho”, complementa Manno Góes.

A diversidade sonora do grupo define a proposta do trabalho, que sobretudo busca unir os ritmos que envolvem a sonoridade baiana e mineira. Os quatro integrantes do grupo possuem opinião unânime quanto à formação do Trilho Elétrico.

“A influência pessoal de cada um e o que trazemos da música da Bahia e de Minas acontece de forma natural nas músicas. O que trazemos de musicalidade que acaba saindo naturalmente no som. O bacana é que são quatro músicos com trajetórias bem distintas, enriquecendo a experiência sonora, rítmica e lírica”, conclui Lutte.

*Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr.

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