TEATRO
Festival estudantil reúne espetáculos da capital e do interior em Salvador
Por Ana Carolina Passos*
Em seu primeiro ano de realização, 2015, o Festival Estudantil de Artes Cênicas – ainda com o nome I Festival da Escola de Teatro da UFBA – abriu espaço no circuito artístico de Salvador para 10 trabalhos, entre espetáculos, performances e instalações, e sete oficinas abertas ao público em geral.
Neste ano, nomeado como II Festac – Festival Estudantil de Artes Cênicas, o evento amplia seus horizontes e traz uma programação que conta com 12 espetáculos, seis oficinas, mesas de debate e workshop de crítica cultural. As apresentações acontecem a partir de amanhã até o dia 17, em vários espaços culturais da cidade e também em algumas ruas do centro de Salvador.
Realizado através de uma parceria entre os coletivos teatrais COATO e COOXIA e a Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (ETUFBA), o evento busca discutir como é criar, produzir e gerir montagens cênicas dentro das escolas secundaristas e universidades de artes cênicas baianas.
Guilherme Hunder, do grupo teatral COOXIA, responsável pela organização do evento, reitera a proposta do Festac como promotor de intercâmbio entre os artistas.
"Pensamos no viés de gerir resistência. É importante discutir essa gestão dos grupos que saem das escolas e universidades. Tentamos de todo modo deixar a programação mais ampla possível, com espetáculos de todos os tipos".
O projeto busca abarcar todas as linguagens que estão no campo das artes cênicas. Espetáculos de circo, dança, performance e teatro protagonizam o evento. Este ano o festival abraça as produções artísticas do interior e conta com quatro grupos vindos das cidades de Feira de Santana, Ilhéus, Jequié e Santo Antônio de Jesus.
"O interior da Bahia sempre ficou muito atrás e temos uma dificuldade grande de mostrar nosso trabalho. É muito importantes estarmos participando e ter essa iniciativa que olhe também para as produções do interior", afirma Jomir Gomes, diretor de O Fronteiriço, montagem de Jequié.
Programação
Com temáticas sócio-políticas e lúdicas, os espetáculos selecionados são: Eu é Outro: Ensaio sobre Fronteiras (está integrado a partir da programação do evento Utopias e Heterotopias), Partiste, Magdala, 22294, O Fronteiriço e Sublime é a Noite, Breu, Zambi e Desviante, Inventários – O Despertar, Missa do Sétimo Dia e Nenhuma Carta, Criativos, Hein? e Grão Circo.
O Auto da Barca de Camiri, da dramaturga Hilda Hilst, primeiro espetáculo de rua da Universidade Livre do Teatro Vila Velha e que traz como protagonista o guerrilheiro Che Guevara, abre a programação amanhã, às 17h, na Praça do Campo Grande.
Além das montagens selecionadas, serão oferecidas gratuitamente oficinas artísticas, sessões de diálogos com as produções participantes e artistas pesquisadores que dialoguem com o seu modo de fazer, e um workshop de crítica cultural.
Com ingressos a preços populares, o II Festac – Festival Estudantil de Artes Cênicas traz na sua proposta a ocupação de espaços públicos da capital.
O Teatro Martim Gonçalves, Teatro Xisto Bahia, Teatro Gregório de Matos, Espaço Cultural da Barroquinha, Teatro Sesi Rio Vermelho e o Teatro do Movimento da Escola de Dança da UFBA serão palco das apresentações.
"Os espaços precisam ser ocupados. Temos a maior dificuldade com pauta e esses lugares surgem como a oportunidade de espaços alternativos. Dinamiza e oxigena o ambiente teatral e você dá mais opções ao público", pontua Paulo Henrique Alcântara, diretor de Sublime É A Noite e Partiste.
Curadoria
Ao todo, neste ano, foram recebidas 53 propostas de espetáculos. Os curadores Ana Paolilo (Gestora Cultura do Teatro Sesc Senac Pelourinho e curadora do Palco Giratório), Ivani Santana (Professora do Instituto de Humanidades Artes e Ciências da UFBA) e Thiago Carvalho (Produtor Cultural e Diretor de Teatro), tiveram a missão de selecionar as 12 apresentações.
"Esse festival abre portas para que o trabalho seja divulgado e a curadoria foi pensada para tentar ao máximo dar espaços a diferente produções e trazer variedades para o público", conta o curador Thiago Carvalho.
*Sob supervisão da editora-coordenadora Márcia Moreira
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