TEATRO
Frank Menezes comemora 30 anos de carreira com nova peça

Por Eduarda Uzêda

Uma atriz sem talento resolve voltar aos palcos. Só que terá que enfrentar a rivalidade da irmã, uma intérprete de teatro que já teve reconhecimento, mas foi obrigada a sair de cena por conta de um acidente numa estreia.
Esta é a trama do espetáculo A Capivara Selvagem ou O que Aconteceu Naquela Noite de Estreia?. A peça, uma comédia/paródia, comemora 30 anos de carreira de Frank Menezes, que tem atuações marcantes no teatro, cinema e televisão. Ele contracena com os atores Marcelo Praddo e João Guisande. A montagem estreia nesta sexta-feira, 13, no Teatro Módulo, às 21 horas, prosseguindo aos sábados e domingos, às 20 horas, até o dia 1º de dezembro.
Inspiração
A peça é a quinta autoral de Luiz Marfuz, que já escreveu e encenou Bodas de Prata, Cuida Bem de Mim (parceria com Filinto Coelho), A Última Sessão e Meu Nome é Mentira.
"Capivara Selvagem é inspirada nos filmes noir e de terror psicológico da década de 1940 e nos filmes americanos da década de 1960 feitos para as grandes divas do cinema, a exemplo de Bette Davis, Joan Crawford, Gloria Swanson", afirma Marfuz.
O encenador revela que "há uma inspiração em filmes como O Que Terá Acontecido com Baby Jane?, A Malvada, As Lágrimas Amargas de Petra von Kant e Crepúsculo dos Deuses, por exemplo".
Sobre Frank, Marfuz destaca: "É um ator extraordinário, que tem uma grande capacidade de criar em cena, de responder a estímulos de forma pessoal e criativa. Ele consegue passar para o palco um frescor e uma forma muito baiana e particular de atuar".
Boderline
Frank Menezes enfatiza que a montagem não é uma construção realista: "Dora Lee, minha personagem, é uma diva boderline e alcoólatra que carrega uma culpa dentro de si sobre um crime". Acrescenta que, durante a encenação, são projetadas cenas de filmes.
E o que representa 30 anos de carreira no teatro? "Sempre tive muita coragem de buscar o que acredito e isto vem da boa educação, dos valores que recebi da minha família".
O ator, que na cena local já foi dirigido por diretores como Fernando Guerreiro, Deolindo Checcucci, Paulo Cunha e Celso Jr., entre outros, lembra que começou a carreira com o diretor Luiz Marfuz. "Foi em 1983, no Curso Livre do Teatro Castro Alves, com o espetáculo Cabaré das Ilusões.
Sobre Marfuz, o intérprete não poupa elogios. "Ele é um criador maravilhoso, que propõe e deixa a gente propor. Marfuz é muito detalhista e se preocupa com tudo, texto, figurino, luz, inclusive a forma de falar dos atores", ressalta.
Na telona, Frank trabalhou com cineastas como Cacá Diegues e Sérgio Machado e, na TV, com diretores do porte de Mauro Mendonça Filho e Luiz Fernando Carvalho. Entre os maiores sucesso de Frank no palco estão A Bofetada, O Indignado Vixe Maria! Deus e o Diabo na Bahia e Quem Matou Maria Helena.
Tímidez?
E quem imagina Frank Menezes tímido? Marfuz conta que o ator quase não foi aprovado no curso livre de teatro. "Era muito tímido, gaguejava, foi realmente uma aposta", salienta.
O ator Marcelo Praddo (Hamlet, O Sumiço da Santa, Os Javalis) faz o papel da irmã da personagem de Frank, Mabel. "Ela vive numa cadeira de rodas e tem uma relação muito intensa com a irmã em função de um acontecimento que ocorreu. É uma relação de amor e ódio", ressalta.
O ator conta que já trabalhou com Frank em Puxa Vida e o substituiu em Flick, "mas esta é a primeira vez de um trabalho mais intenso". Marcelo confidencia que, em geral, as pessoas confundem os dois atores e eles acabam se divertindo com isto.
Já João Guisande (Bonitinha Mas Ordinária e Amnésis) diz que na peça faz um diretor canalha. "Estou muito feliz de dividir a peça com dois gigantes do teatro. Costumava dizer que não estava indo para um ensaio e para uma aula".
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