Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > cultura > TEATRO
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

TEATRO

História de Anne Frank vira peça no TCA: "História muito vasta"

Espetáculo acontece neste sábado na Sala do Coro

Por Elis Freire*

15/06/2024 - 7:30 h
Coreografia explora sentimentos e história de vida de Anne Frank  com nuances de dor e inocência
Coreografia explora sentimentos e história de vida de Anne Frank com nuances de dor e inocência -

Aos 13 anos de idade, uma menina judia relata a experiência de ter que se esconder em um anexo abandonado em Amsterdã (Holanda), em meio ao holocaustro da Segunda Guerra Mundial, compartilhando, assim, suas inquietações, sonhos e paixões.

Esta famosa história da obra O Diário de Anne Frank, inspiradora de filmes e séries, estreou em espetáculo de dança contemporânea da Cia Byla lá em 2017, e agora ganha o palco da Sala do Coro do Teatro Castro Alves, com apresentação única, hoje, às 20h.

“Aquela menina de 13 anos, no meio de um caos que durou dois anos, não perdeu a esperança, continuou estudando, aprendeu duas novas línguas, teve o primeiro amor, viveu as crises de uma adolescente. Tudo isso dentro de um anexo. O tempo inteiro ela está sonhando com um futuro. Esse é o foco do espetáculo. A gente vai se colocar nesse lugar em que ela viveu, através de uma pesquisa de movimentação, para mostrar como se os bailarinos estivessem em uma caixa, mas, mesmo assim, respirando”, explica Luciana Tude, diretora coreográfica e idealizadora da montagem.

Ao transformar sentimentos em movimentos, o espetáculo apresenta uma história que não deve ser esquecida, com nuances de dor, inocência e esperança diante da violência e do extermínio. Com a intensificação dos conflitos entre Israel e Palestina, a montagem ganha ainda mais relevância, propondo ao público um olhar atento para questões políticas, sociais e religiosas enfrentadas mundialmente.

“Após, praticamente sete anos da estreia do espetáculo, ele se torna mais relevante a cada ano. Hoje, a gente olha para a situação global e vê que a cada dia estão mais próximos da gente a guerra, as perseguições às minorias, os limites do entendimento entre nações. Além disso tudo, a obra se conecta muito com o pós pandêmico global, porque traz essa conexão entre o mundo que a gente está vivendo e a esperança de um outro mundo” conta a diretora.

Criação fluida

Interpretado pela bailarina, professora e coreógrafa especializada em dança contemporânea Sara Silva e pela bailarina Sara Leão, a personagem Anne Frank foi construída através de movimentos que narram sua história. O espetáculo teve como principal inspiração o filme homônimo de 2009 produzido pela emissora britânica BBC.

“Esse processo de mergulhar na história de Anne Frank aconteceu em 2017 durante o processo de concepção de criação coreográfica de cada cena. Eu estudei bastante quais sentimentos ali me conectavam, o que era presente na minha vida e o que poderia se transformar em movimentos do cotidiano. Então, lembro que a gente falava muito sobre como, no nosso dia a dia, a gente conseguia se conectar com aquele personagem e com aquelas palavras” relata Sara Silva, bailarina que interpreta Anne Frank.

“Foi uma pesquisa de colaboração com os bailarinos. A maioria deles já conhecia o livro, então a gente fez uma leitura coletiva e assistiu o filme juntos. Depois desse processo de pesquisa - porque é uma história muito vasta -, vimos aspectos daquela pré-adolescente, dos sonhos dela que a gente queria abordar”, completa.

Conexão mundial

Infância roubada. Violência Racial. Intolerância ao diferente. São diversos os temas presentes na obra original - transmutados para o espetáculo com outra roupagem. Onde era parede, se propõe uma divisão pela iluminação, onde era fala se propõe a linguagem corporal. Assim, os 12 bailarinos da Cia Byla desenvolveram uma apresentação que tenta tocar no mais profundo de cada ser, mas também em questões reais.

“Ele traz essa ideia das possibilidades dos sonhos, de ainda ter esperanças. A obra comunica muito com essa questão da adolescência roubada, das perseguições, do bullying, racismo, classicismo, LGBTfobia. Todo mundo se conecta com as críticas, com os olhares, com as limitações e a luta de Anne, aos 13 anos, em relação a tudo isso”, analisa Luciana.

O intuito do espetáculo é aproximar os relatos dos sentimentos vivenciados pelos personagens com a história de cada indivíduo, como um estímulo a buscar novos conhecimentos sobre a história do mundo e sua realidade cotidiana.

“A dança contemporânea, diferente de algumas danças clássicas, propõe um tipo de movimentação mais desconstruído, expansivo e mais cotidiano, adaptável ao corpo. Acho que assim é possível se conectar com a realidade das pessoas. Ela quer fazer você se conectar com aquela história, saindo um pouco do estético clássico esperado e abrindo a mente para se conectar com a arte, com o corpo e outras formas de sensações”, afirma Sara Silva, também responsável pela preparação corporal.

Fascismo nunca mais

Em nova formação e quase sete anos depois da primeira estreia, O Diário de Anne Frank tem sido um desafio para a diretora e para a protagonista. Orgulhosas de poder estrear nos palcos de um dos mais importantes teatros da cidade - o TCA -, a companhia lembra que não podemos deixar que histórias de terror como esta se repitam.

“É difícil não ter mais alguns bailarinos da Cia, que estavam presentes na primeira montagem, então recomeçar, remontar todas as emoções do processo é um desafio. Outro desafio é realmente a parte técnica, fazer estudos de movimentação para ficar o mais perto possível do original. Mas está sendo uma experiência incrível e o palco está aberto para recebê-los”, afirma Luciana Tude.

Já Sara diz que é uma grande responsabilidade se comunicar com o público do TCA através de uma história tão intensa. “Mas precisamos manter essa história viva, representando os milhares de adolescentes que, assim como Anne, não puderam concretizar seus sonhos. Lembrar para nunca mais repetir esta tragédia”, conclui a dançarina.

No palco, Margot Frank, a irmã de Anne, é interpretada por Maria Clara Ribeiro, o pai da protagonista, Otto Frank, por Jordan Dafner, a mãe Edith Frank, por Talita Farias, e o namorado Peter Van Pels, por Patric Henrique. O coro de judeus é formado por Samile Araújo, Lorena Albergaria, Lorrane da França, Joyce Matos, Marina Morena e Ananda Ornelas.

O diário de Anne Frank / 15 de junho / 20h / sala do coro do teatro castro alves / R$ 40 inteira | R$ 20 meia / Ingressos: Sympla / 10 anos

*Sob a supervisão do editor Eugênio Afonso

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Tags:

Anne Frank Dança Contemporânea holocausto teatro castro alves

Cidadão Repórter

Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro

ACESSAR

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Coreografia explora sentimentos e história de vida de Anne Frank  com nuances de dor e inocência
Play

Espetáculo imerge público em experiência que emociona e induz reflexão

Coreografia explora sentimentos e história de vida de Anne Frank  com nuances de dor e inocência
Play

Vídeo: multidão aplaude corpo de Zé Celso em velório no Teatro Oficina

Coreografia explora sentimentos e história de vida de Anne Frank  com nuances de dor e inocência
Play

TCA homenageia público e artistas em espetáculo com plateia de figurinos

Coreografia explora sentimentos e história de vida de Anne Frank  com nuances de dor e inocência
Play

Sulivã Bispo e Thiago Almasy se apresentam no 'Domingo no TCA'

x

Assine nossa newsletter e receba conteúdos especiais sobre a Bahia

Selecione abaixo temas de sua preferência e receba notificações personalizadas

BAHIA BBB 2024 CULTURA ECONOMIA ENTRETENIMENTO ESPORTES MUNICÍPIOS MÚSICA O CARRASCO POLÍTICA