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TEATRO

Teatro Gil Santana pode fechar as portas; campanha visa reverter situação

Eduarda Uzêda

Por Eduarda Uzêda

08/09/2021 - 6:05 h
Os Três Porquinhos é uma fábula que ensina como ser previdente | Fotos: Divulgação
Os Três Porquinhos é uma fábula que ensina como ser previdente | Fotos: Divulgação -

O ator, diretor, cenógrafo, iluminador, figurinista, dramaturgo e escritor Gil Santana está fazendo uma campanha para pagar os aluguéis atrasados do teatro que leva seu nome e pode fechar as portas definitivamente. Se isto acontecer, peças infantis direcionadas a crianças de 2 a 8 anos deixarão de ocorrer, provocando uma lacuna para o público desta faixa etária.

Em função da pandemia da Covid-19, o Teatro Gil Santana ficou sem funcionar e sem gerar receita. O resultado é uma dívida em torno de RS 45 mil. O encenador conta que desde o dia 12 de julho último o proprietário solicitou a saída dele do imóvel, pois não havia condições em mantê-lo ali sem o pagamento dos 12 meses de aluguéis atrasados – agora já são 14.

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Aos 60 anos, 40 de atuação profissional, Gil Santana conta que, em função desta situação, ele está fazendo uma campanha para arrecadar fundos para pagar o aluguel. Quem se sensibilizar e quiser ajudar pode fazer a transferência de dinheiro para o Pix 22954511591.

“Eu estou pedindo aos que podem para eu continuar fazendo teatro, que é a coisa mais importante da minha vida. E quero honrar meus compromissos. Isso é uma das coisas que está me incomodando muito: a dívida com o proprietário. Não quero dever. Antes da pandemia cheguei até a pagar adiantado algumas vezes”, diz.

A abertura dos teatros não melhora as condições de Gil Santana. “Além do proprietário já ter me pedido o imóvel, teria que ter algum tipo de recursos para realizar as peças”, diz, acrescentando que está dando aulas virtuais mas o dinheiro só cobre os gastos pessoais.

Imagem ilustrativa da imagem Teatro Gil Santana pode fechar as portas; campanha visa reverter situação
O diretor Gil Santana tem 40 anos de atividade artística, a maior parte dedicada ao teatro infantil

Outro incêndio

“Esse recurso não foi suficiente para quitar as contas de água, luz e o aluguel mensal de R$ 4.500 da casa onde moro e está instalado o teatro, onde fica guardado o acervo de figurinos, os cenários, as fotos que são memórias vivas de tantos momentos mágicos que foram vividos com os atores em cena e as crianças”, acrescenta.

Para o artista, que já enfrentou um incêndio em 2006 por conta de uma queima de fogos de artifício que atingiu o teatro que funcionava na Rua do Pescador, no Rio Vermelho, ele está enfrentando “um novo incêndio”. E pior: em plena pandemia, onde tudo é mais sacrificado.

O diretor teatral tem fé que poderá voltar a encenar com as dívidas quitadas e lembra que o trabalho nunca o assustou, já que labuta desde os 8 anos – ele começou na feira, ajudando seu pai, que era feirante. O dramaturgo destaca que descobriu o teatro nos grupos de jovens de paróquia de igreja, prática muito comum no final dos anos 70, início dos anos 80.

Ele aprimorou a vocação com o curso profissionalizante em artes no Colégio Estadual Severino Vieira, onde entre outros professores, contou com os ensinamentos de nomes reconhecidos, como o diretor teatral Paulo Dourado, o ator Fernando Neves e a atriz Jurema Penna. A partir daí foram novos cursos, inclusive na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia. Como ator, entre outros, Gil trabalhou com Eduardo Cabus (Check -Up) e Paulo Cunha (Esta Noite se Improvisa).

Mas Gil Santana descobriu que gostava mesmo era de dirigir – aí ele criou o grupo Pega-Pega, que durou 10 anos. Vieram as peças infantis para um público que dificilmente era priorizado: as crianças pequeninas de 2, 3 e 4 anos.

Gil Santana acumula 70 espetáculos, entre adultos e infantis. No repertório, os clássicos Os Três Porquinhos, Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve e os Sete Anões, Dona Baratinha, Cinderela e outros. E há os textos autorais. Entre eles, O Cavalinho que Só Canta na Chuva, que narra as aventuras de Cazuza Lero Lero, animal sertanejo que prometeu só voltar a cantar quando visse a chuva no semiárido.

Livro

A obra foi transformada em livro por meio da parceria de Gil, da historiadora Vanessa Cavalcanti e do designer e ilustrador Lauro Jr. Gil, que dedicou grande parte de sua vida ao teatro infantil, tem consciência de que, além de incentivar a formação de plateia para gostar das artes cênicas, o contato com o teatro infantil proporciona às crianças ingressar no mundo de imaginação e da brincadeira, aumentando seu vocabulário e o gosto pela leitura.

Meninas e meninos que fazem teatro também são mais sociáveis, têm melhor consciência corporal e espacial, aprendem a trabalhar coletivamente, aprimoram a dicção, revigoram a autoestima e desenvolvem a criatividade. Salve o Teatro Gil Santana.

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