TEATRO
Universidade Livre do Vila Velha encena Frankenstein
Por Verena Paranhos

O trabalho desenvolvido na Universidade Livre de Teatro Vila Velha em quase um ano será coroado nesta terça-feira, 11, às 20h, com a estreia do espetáculo Frankestein.
O texto adaptado colaborativamente entre atores e diretores propõe o diálogo entre o romance clássico da britânica Mary Shelley e questões contemporâneas. Assim, surgem reflexões sobre temas como a exclusão social, a solidão, o medo, a violência, as lutas de classe, o confronto entre criador e criatura, cientistas e cobaia.
Ao longo do ano, o processo de pesquisa do grupo levou ao público seis experimentos, em que o romance se fundia a outros temas, como Macbeth, de Shakespeare.
"Depois, a gente resolveu criar a história linearmente. Aproveitamos alguns momentos dos experimentos, mas em outros a gente criou cenas completamente novas, adaptando o texto e tendo a dramaturgia do espaço como guia", conta o ator Vinícius Bustani, um dos integrantes da Universidade Livre.
Para Márcio Merielles, coordenador geral do projeto, a pluralidade dos espaços é o principal aprendizado que fica do primeiro ano da Universidade Livre.
Frankestein explora o entorno e o espaço interno do Teatro Vila Velha como área de cênica, de modo que camarins, vestiários, sala de produção, entre outros lugares, recebem elenco e público da montagem.
"O público entra pelo fundo do teatro, onde nós construímos esses monstros que colocamos em cena. É uma metáfora", afirma Meirelles.
Outro legado do projeto, que ao longo do ano teve em média entre 20 e 30 atores, é um modelo que foi sendo construído. "A gente entende que todo mundo está num processo de formação. Não tem esse conceito de aluno, professor e aulas. São encontros em que a gente vai reconstruindo e reinventando métodos", diz o encenador.
A peça é a segunda da trilogia Monstros dirigida por Meirelles, que começou com Drácula (de Bram Stoker, em 2012) e também pretende encenar O Médico e o Monstro (de Robert L. Stevenson). O projeto tem colaboração do dramaturgo Hayaldo Copque, codireção do argentino Martin Domecq e percussão de Ridson Reis, entre outros.
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