TELEVISÃO
"A dor de ser trocado é sempre a mesma", diz Gianecchini
Por Márcio Mello | Estadão Conteúdo

Mais maduro e assumindo de vez os cabelos grisalhos, Reynaldo Gianecchini brinca que tem feito sucesso com o novo visual. Na novela Em Família (Globo) ele aparecerá como Cadu, um marido amoroso, mas que perde a esposa Clara, interpretada por Giovanna Antonelli, para Marina, vivida por Tainá Müller. Segundo o ator, o folhetim vai trazer à tona uma discussão que promete mexer com a opinião do telespectador. Aos 41 anos e um dos solteirões mais cobiçados do momento, Giane diz que tem pensado em ter filhos, principalmente após o falecimento de seu pai (Reynaldo Gianecchini). Ao completar dois anos do delicado transplante de medula a que se submeteu, o ator afirma ter mudado a maneira de enxergar a vida após a batalha contra o câncer linfático.
Na novela Em Família, seu personagem, Cadu, é um homem casado com Clara, mas vê a esposa trocá-lo por outra mulher. Como será viver esta polêmica no ar?
Vai ser o máximo! Eu acho que, no fundo, o Cadu deixa brechas para que o casamento venha ruir. Ele larga um pouco a mulher para ficar com os amigos, entre outras coisas. E essa mulher acaba se apaixonando por outra mulher, que é a personagem da Tainá Müller. A trama vai proporcionar uma boa discussão, que deve mexer com as opiniões.
Você acha que o lado machista do Cadu fica ferido pelo fato de ele ser abandonado pela esposa, que resolve investir numa relação com outra mulher? Acredita que os homens pensam dessa forma nos dias de hoje?
A dor de ser trocado é sempre a mesma, isso independente de ser por um homem ou por uma mulher. Sinceramente, no meu caso, eu não sei como seria... eu acho que só sabemos como é a reação quando passamos por tal situação. Mas acredito que cada um reage de um jeito. E a questão da traição é uma coisa dolorosa. O fim de uma relação é algo doído. Cada um tenta lidar da forma como consegue. Na verdade, nós seguimos os nossos instintos como ser humano, de brigar e ficar com ódio. Mas na novela não vai ser bem assim. Ele é um cara normal, politicamente incorreto, um grande marido, bom pai, não é tão bom ou tão mau. Ele quer ser feliz, dentro da maneira dele, mas erra como qualquer ser humano.
Você acredita que, para o homem, bate aquela sensação de impotência por ele ter sido trocado por uma mulher?
Acho que a maioria das pessoas deve pensar dessa forma sim, de que a mulher foi mais suficiente do que ele como homem na relação. Mas eu não tenho esse tipo de questionamento. Procuro entender tudo. Relação é muito difícil e todo mundo faz as suas escolhas e, com isso, há as consequências. E a gente tem que entender as escolhas de todo mundo, saber aceitá-las. Sempre existe o perdão, o buscar o entendimento das coisas. E a novela vai abrir uma brecha para mostrar que você terminou uma relação e pode, sim, enxergar que venha uma nova por aí... Aquela coisa de que, talvez, seja muito melhor que a relação anterior.
É possível que Cadu se envolva com um homem na trama?
Ele vai ter outro amor. Mas se encontrar com outro homem, isso eu acho que aqui não está apontado. Sei que a personagem da Bianca Rinaldi vem para ele, para viverem uma história juntos. Mas tudo pode acontecer até porque novela é uma obra aberta, ainda mais a do Maneco (Manoel Carlos), que fala da vida como ninguém.
E mais uma vez você contracena com Giovanna Antonelli. É uma parceria que tem dado certo, já que vocês fizeram vários trabalhos juntos?
A Giovanna (Antonelli) é uma grande parceira. A maioria das vezes nós fizemos par romântico e agora vai ser diferente. Nós vamos estrear um filme, no dia 21 de março, chamado SOS - Mulheres ao Mar. Temos uma relação sólida, ela é uma pessoa que o meu santo bate muito com o dela. E agora somos sócios porque acabamos de abrir um restaurante juntos, no Itanhangá (bairro da zona oeste do Rio de Janeiro). O espaço vai servir uma comida saudável, com sabor. É tudo que eu quero comer agora (risos). Quero que este novo restaurante seja a minha casa. A comida é orgânica.
Ao abrir um restaurante, você se anima a criar receitas e "pilotar o fogão"?
Eu não tenho essa vontade, esse dom natural. Acho chique, bonito quem consegue ir para a cozinha e criar belas receitas. Porém, fazer um arroz e fritar um ovo, isso eu já estou craque. Mas não passei disso (risos).
Durante o lançamento da novela, você falou que estava completando dois anos da realização do transplante de medula. Como é a vida hoje, após vencer o câncer?
Acho que passei a ter um entendimento com a minha doença sobre a vida. E é bacana falar sobre isso.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes