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12/09/2023 às 0:30 - há XX semanas | Autor: João Paulo Barreto | Especial A TARDE

HUMANIDADE EFÊMERA

‘Floradas - Na Trilha da Agroecologia’, série baiana estreia em breve

Produção busca conscientizar para um modo equilibrado de explorar a natureza

A atriz Carluce Couto é a ativista ambiental Flora, personagem que protagoniza a parte ficcional da série
A atriz Carluce Couto é a ativista ambiental Flora, personagem que protagoniza a parte ficcional da série -

Existe uma notória (e apocalíptica, vale salientar) frase proferida por Albert Einstein na qual ele lança luz para uma possibilidade de extinção das abelhas. Em sua análise, o notório físico alemão dá um ultimato ao Homem ao afirmar que “se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência". Por mais áspera e desesperançosa que sua afirmação pode parecer, o gênio, obviamente, não estava errado em seu embasamento para cravar um futuro tão nefasto para a raça dominante do planeta Terra em caso de uma extinção desses pequenos seres. "Sem abelhas, não há polinização. Sem polinização, não há reprodução da flora. Sem flora, não há animais. Sem animais, não haverá raça humana”, explicou o criador da Teoria da Relatividade ao desenvolver seu raciocínio.

Seguindo uma análise semelhante à proposta por Einstein em relação à preservação das abelhas, a série Floradas - Na Trilha da Agroecologia oferece à sua audiência essa reflexão de maneira documental, em um didatismo (no melhor sentido da palavra) necessário em suas fontes entrevistadas.

Além disso, em uma feliz escolha do formato ficcional, na qual os conflitos da protagonista Flora (Carluce Couto), uma ativista ecológica e herdeira das terras de uma fazenda, diante da estagnação intelectual e priorização capitalista do latifundiário Henrique (Jhoilson Oliveira), ilustram para o telespectador esse choque entre o pensamento progressista versus retrógrado, fazendo valer a importância dos caminhos sugeridos pelo primeiro. Em entrevista ao A TARDE, Anderson Soares, diretor e co-roteirista de Floradas, aborda esses caminhos de reflexão trazidos pela série.

“A frase de Einstein era um conceito que, inicialmente, era algo muito forte na série. Se não encontrarmos uma maneira de conviver bem com a natureza, a humanidade vai ser extinta. Mas o interessante é que esses mesmos encontros com várias dessas pessoas que já trabalham com agroecologia, eles não só trazem esperança de mudança, mas também trazem uma reflexão de que não é que vá acabar a humanidade, mas, sim, a qualidade de vida", explica Anderson ao pontuar os encontros que Floradas trouxe entre personagens reais que utilizam a agroecologia como modo de produção e a presença idealista de sua protagonista, a obstinada Flora.

"De uma certa forma, Flora existe. Não plenamente, mas em várias das mulheres que nós entrevistamos. Elas vivenciaram situações muito próximas do que Flora vivenciou. Elas tiveram curas, desencantos, e elas tiveram, também, os ‘Henriques’. Maridos que trabalhavam com agronegócio, altamente machistas, tóxicos, e que tinham uma visão de mundo personalíssima. Esses dois personagens são fruto dessa relações. Como não queríamos tratar da exposição ou dar exposição a essas pessoas, preferimos ficcionalizar parte das histórias. Fizemos uma forma de narrativa que conduzisse a um outro lugar e a tornasse mais interessante com essa costura da história como um todo", afirma o diretor.

Lutas reais

Em seus muitos encontros, Floradas destaca a presença de Marsha Hanzi, estadunidense de 76 anos, mas que reside em Tucano, interior da Bahia, há décadas. Em sua fala, Hanzi pontua seus esforços dentro da agroecologia no sítio onde mora. Após anos batalhando em busca de um equilíbrio de plantio e criação de animais, Marsha conseguiu criar um oásis dentro da aridez da caatinga. Carluce Couto, que vive Flora, visitou o local, onde pôde conversar com a agricultora e, do projeto e dos encontros promovidos pelo mesmo, a atriz confirma uma sensação de se perceber parte de algo muito importante. "Eu fiquei muito feliz por ter participado desse projeto. Porque eu vejo a arte como um instrumento de modificação social, mesmo. E fazer parte de um projeto como esse, quando estamos vendo descontroles climáticos gravíssimos, sendo algo que está diretamente relacionado com a forma que se produz, diretamente relacionado com o agronegócio. Isso me gerou esse impacto. Um impacto positivo de querer estudar mais, de querer saber mais à fundo o que é a agroecologia", explica a atriz.

“O impacto foi tremendamente positivo por essa característica de possibilidade transformação. O cinema como essa ferramenta de transformação social", celebra a jovem.

Escrita antes da pandemia modificar os modos da sociedade encarar a rotina de cuidados preventivos, Floradas se passa em um futuro no qual o hábito de usar máscaras de proteção diante de um risco de contaminação se tornou definitivo. Vitor Sousa, co-roteirista, relembra como o fato de um argumento desenvolvido durante os anos anteriores ao fatídico 2020 acabou surpreendendo o time de autores, que se completa com Luiz Chaves e Jarbas Essi, ao se tornar uma realidade. "Foi curioso porque, em 2020, vivenciamos as inusitadas coisas da realidade que nós, de alguma forma, já tínhamos previsto ou antecipado na própria ficção. Na ficção, imaginamos um mundo onde as pessoas precisariam caminhar usando máscaras o tempo inteiro ou com o rosto coberto de alguma forma. Mas isso pensando muito na possibilidade de tempestade de areia, qualidade do ar. E isso era impensável para a gente", relembra Vitor.

Diálogo amplo

Em sua estrutura híbrida que equilibra ficção e documentário, Floradas acaba diluindo seu didatismo e abrangendo as possibilidades de alcance que sua narrativa tem diante de vários públicos. Ao unir o drama ficcional de Flora e Henrique aos aspectos reais que a primeira encontra perante os desafios que as diversas fontes entrevistadas têm em suas lutas diárias por uma conscientização da agroecologia, a série dialoga em uma esfera bem maior de espectadores.

Anderson Soares explica o direcionamento do roteiro: "Essa proposta veio da ideia de querermos expandir esse conceito e não ficar unicamente nas mãos do documentário. Precisávamos levar esse conceito, essa estética e, particularmente, trazer essas informações bem sucedidas de agroecologia para um público que não está acostumado a isso. Então, queríamos sair dos formatos tradicionais, digamos assim, do que seria o documentário. Trazer uma dramaturgia que pudesse dar conta de explicar tudo que acontece nesse mundo da agroecologia, abordando as divergências do agroecológico e tudo mais", aponta o diretor.

Diante de um presente que beira o distópico, no qual vírus letais são vistos como "gripezinhas" tratáveis com vermífugos e negacionistas plantam ideias terraplanistas e de anti-ciência, a catástrofe do futuro imaginado por Albert Einstein com possíveis extinções de espécies, infelizmente, se torna cada vez mais real.

‘Floradas - Na Trilha da Agroecologia’ / Direção: Anderson Soares / Com Carluce Couto e Jhoilson Oliveira / TVE / Estreia: outubro, data a ser anunciada

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