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Glória Pires será juíza em Segredos de Justiça

Publicado domingo, 09 de outubro de 2016 às 14:47 h | Autor: Isabel Ribeiro | Estadão Conteúdo
A atriz Glória Pires no papel de magistrada na nova série
A atriz Glória Pires no papel de magistrada na nova série -

Prepare o seu coração para as histórias tocantes que a série Segredos de Justiça vai contar a partir de hoje, quando estreia no Fantástico, na TV Globo. O enredo toma por base A Vida Não É Justa, livro da juíza Andréa Pachá que reúne várias tramas inspiradas e adaptadas das experiências colhidas durante os 15 anos em que esteve à frente da 1ª Vara de Família de Petrópolis, no Rio de Janeiro.

A compilação que originou a obra literária ganha versão televisiva estrelada por Glória Pires, na pele da própria magistrada.

A produção traz cinco episódios de 15 minutos de duração e a cada domingo apresentará ao público um relato diferente. Em O Que os Olhos não Veem, por exemplo, duas viúvas, uma delas grávida, lutam na justiça pela aposentadoria do marido bígamo. Em Papai Noel não Existe, um pai até aceita assumir a paternidade de uma criança de 10 anos, mas rejeita a ideia de conhecê-la, e a juíza, com muita insistência, procura aliviar ao menos um pouco o desfecho.

Os demais temas, igualmente tratados com respeito e compaixão no tribunal, podem, na opinião de Glória Pires, influenciar o telespectador de uma maneira bastante positiva.

"A Andréa Pachá é incrível, muito humana. Não estamos habituados com isso. Normalmente, tanto na medicina quanto na área legal, os profissionais que deveriam ajudar a população se colocam muito distantes de seus problemas. Ela é o oposto disso", diz a artista global.

A magistrada devolve a gentileza: "A Glória é uma atriz excepcional e uma pessoa emocionalmente íntegra e acolhedora, o que ajudou na compreensão da personagem".

Sem clichês

Andréa destaca que Glória fez questão de conhecer de perto a realidade de uma Vara de Família e conseguiu imprimir esse cotidiano em suas cenas.

"Temos tradição em contar histórias de tribunal sempre com um juiz autoritário, usando um martelo e uma peruca branca. Mas isso é muito distante da rotina", completa a juíza.

O tom realista e a identificação com as dores coletivas dos personagens são dois trunfos para que o público se interesse por acompanhar a nova produção, e se conecte ao campo dos litígios familiares.

"A ficção, quando bem produzida e bem compreendida, é capaz de transitar por canais onde a realidade não transita. Muitas vezes é pela arte que conseguimos compreender um pouco melhor o mundo", observa a juíza, também roteirista e produtora teatral antes de abraçar a magistratura.

Andréa Pachá acompanhou as gravações da série, leu os roteiros, mas não participou da escolha dos cinco episódios produzidos. Porém, gostou muito da seleção porque mostram conflitos delicados, envolvendo especialmente as relações entre pais e filhos.

"Fiquei feliz com o resultado e o respeito com que foram tratados os temas como depressão, imaturidade e desamor", avalia "A maioria das histórias não tem finais felizes, mas sinalizam para a possibilidade de assimilar a dor e seguir adiante".

Dor compartilhada

Os dramas da telinha poderão tocar em especial quem os estiver enfrentando na vida real. "Cada um experimenta a dor individualmente, mas, ao perceber que outras pessoas podem sentir dores parecidas, há uma compreensão que pode tranquilizar ou auxiliar na travessia", conclui Andréa.

Segredos de Justiça tem direção de Pedro Peregrino e direção artística de Rafael Dragaud.

No elenco, entre os atores convidados estão Natalia Lage, Tonico Pereira, Felipe Camargo, Marcello Melo Jr, Heloísa Périssé, Juliana Alves, Júlia Rabello, Nelson Freitas, Fábio Lago, Gisele Fróes e Ângelo Antônio.

A autora de A Vida Não É Justa também participa do programa com relatos ao final de cada episódio.

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