Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > cultura > TELEVISÃO
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

TELEVISÃO

"Tenho de estar aberto para a curva perigosa no caminho"

Por Márcio Gonçalves Estadão Conteúdo

26/07/2015 - 12:44 h
Cláudio Lins, que interpreta o recatado Sérgio de Babilônia, não é gay
Cláudio Lins, que interpreta o recatado Sérgio de Babilônia, não é gay -

O universo homossexual está totalmente inserido na vida de Claudio Lins atualmente. O ator, que interpreta o recatado Sérgio de Babilônia, não é gay. Mas interpreta um quarentão com conflitos em relação à sexualidade na novela das 21h da Globo e é dono de uma boate frequentada pelo público GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes) no Rio de Janeiro. O negócio é em sociedade com a esposa, a empresária Alexandra Di Calafiori, com quem vive há 12 anos, e tem um filho, Mariano, de quase três anos. Além disso, produz uma versão musical de O Beijo no Asfalto, clássico de Nelson Rodrigues que trata do preconceito que um homem sofre ao beijar outro, à beira da morte, na rua. "Estou inserido nessa temática até o pescoço. E juro que não foi proposital", brinca ele, que deve estrear o espetáculo ainda neste ano, no Rio. Na novela, Sérgio foi casado e, depois de conhecer o atleta Ivan (Marcello Melo Jr.), fica ainda mais confuso em relação aos desejos sexuais que tem por homens. Uma trama que vem chamando a atenção e marca o retorno de Claudio à Globo, depois de 12 anos - seu último trabalho na emissora foi em Sabor da Paixão, que terminou em 2003. "Fazer uma novela do horário nobre já é legal pela exposição. Quando se trata de um personagem com esse destaque, a expectativa é sempre muito grande. Espero que isso dê um gás na minha imagem e faça com que outras portas se abram", torce ele.

Você assistia à Babilônia antes de ser chamado para fazer a novela?

Via algumas vezes. Na verdade, tenho dormido muito cedo. Faço o sacrifício de deitar um pouco mais tarde agora, justamente para assistir. Ou, quando não consigo, coloco para gravar. O hábito eu não tinha porque tenho me acostumado a seguir os horários do meu filho.

Quando foi escalado para interpretar o Sérgio, sabia que inicialmente a trama gay de Ivan se desenvolveria com o Carlos Alberto, papel de Marcos Pasquim?

Sabia por alto, mas tive de me informar melhor sobre essa troca depois que entrei na novela. Eu já conhecia o Pasquim, mas não chegamos a conversar sobre esse assunto. A gente se encontrou mesmo na hora de gravar. Pesquisei por fora.

Desde que começou a aparecer em Babilônia, o que tem ouvido nas ruas sobre o personagem?

O feedback tem sido bem positivo. Encontrei pessoas que já declararam torcida pelo casal. E ouvi também muita coisa de amigos, alguns emocionados e se identificando com a dificuldade do Sérgio de se assumir e ter coragem de encarar sua própria sexualidade. A história do Sérgio é muito pertinente, porque ele mesmo tem preconceito e não sabe lidar com isso. E é algo que existe demais por aí. Tenho percebido uma identificação por parte do público. Meus amigos gays são assumidos e nenhum demorou tanto quanto o Sérgio, mas já tiveram de enfrentar essa definição em algum momento.

Você e sua esposa são sócios do Galeria Café, uma famosa boate GLS localizada em Ipanema, na Zona Sul carioca. Como é sua relação com o público gay?

Em função de viver nesse meio artístico, convivo com homossexuais desde criança. Não quer dizer que não existam gays em outras profissões, mas a abertura para a diversidade sexual é maior em algumas e esse é o caso da minha. Meus pais tinham como grandes amigos um casal gay que esteve junto por 15 anos e um deles era heterossexual antes dessa relação e, após a separação, voltou a se envolver com mulheres. Para mim, histórias de amor são histórias de amor.

Você acredita que, no caso do Sérgio, ele possa também se envolver com outras mulheres?

Nesse momento, o Sérgio não sabe exatamente o que quer. Mas tem certeza do que não quer, então não vejo essa possibilidade. Ele já foi casado, se separou e não quer repetir isso.

Não há motivos aparentes para que Ivan e Sérgio não fiquem juntos, exceto pela própria aceitação dele. O que você espera desse final?

Ah, isso a gente nunca sabe. Tenho de estar aberto para qualquer curva perigosa no caminho. Mas acho que o grande barato da trama do Sérgio é essa passagem da condição covarde em que vive para se assumir publicamente. Essa é a grande função dele na novela. E isso independe de um desfecho com o Ivan. Acho até que esse detalhe é secundário. O mais importante para ele é a aceitação pessoal.

Da maneira como você fala, parece não ter tanta confiança nos dois como um casal. Por quê?

Não é isso. Sérgio e Ivan são pessoas muito diferentes. Podem dar certo, mas também podem não dar. Um é ligado demais à liberdade e também mais novo, se expõe mais. O outro tem ritmo mais controlado e discreto. São culturas diferentes que podem se complementar ou, de repente, se chocar. Há ingredientes para que tudo possa acontecer no futuro de ambos.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Cláudio Lins, que interpreta o recatado Sérgio de Babilônia, não é gay
Play

Repórter da Record Bahia é agredido ao vivo; assista vídeo

Cláudio Lins, que interpreta o recatado Sérgio de Babilônia, não é gay
Play

Comentarista famoso da Globo detona desfile olímpico: “Merd*”

Cláudio Lins, que interpreta o recatado Sérgio de Babilônia, não é gay
Play

Ao lado de Dedé, Renato Aragão chora e admite ter feito "coisas erradas"; Vídeo

Cláudio Lins, que interpreta o recatado Sérgio de Babilônia, não é gay
Play

Angélica relata assédio na infância: 'pedia para sentar no colo dele'

x