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MÚSICA

Daganja investe em diversidade de estilos em novo álbum

Um dos grandes nomes do rap baiano lança seu quarto trabalho, intitulado 'Um quarto mundo'

Por Tamires Silva*

09/05/2023 - 5:15 h
Daganja: “Fazer música para realmente mudar 
a vida das pessoas para melhor”
Daganja: “Fazer música para realmente mudar a vida das pessoas para melhor” -

No quarto álbum, Um Quarto do Mundo, o MC baiano Daganja consegue modelar com maestria a própria história e o estilo, atualizando-o de modo a permanecer relevante dentro do panorama atual. Contando com grandes participações de parceiros que remontam a trajetória no rap, o álbum revela um mundo repleto de groove e ideias retas, de uma variedade de flows e suingue típica e originalmente baiana.

“Esse disco é a quarta parte das minhas ideias. Não só de musicais, mas de vivência também, a minha vivência no quarto mundo. No caso, o quarto mundo sendo a periferia do terceiro mundo, que é o Brasil”, afirma o rapper.

“Eu também juntei tudo, um pouco do primeiro disco, com um pouco do segundo e do terceiro, e decidi trazer um pouco da influência da Bahia, de onde eu vim, da minha essência, resgatar isso. Conseguimos substituir instrumentos eletrônicos, e colocar instrumentos de percussão baiana, conseguimos fazer essa junção da percussão orgânica com o eletrônico”, detalha.

O disco de Daganja reuniu as referências e as vertentes presentes nos seus três primeiros discos: Entre Versos e Prosas (2008), Tá no Ar (2013) e Bonde 36 (2017), mesclando aspectos ressaltados em cada um deles. Pode-se encontrar a pegada de crítica social presente fortemente em sua estreia, associada a diversidade musical de seu segundo play, incluindo a potência de músicas com forte apelo para a pista, como no seu último disco.

“A ideia do disco surgiu com uma parceria que eu fiz com Marcelo Santana, produtor musical e multi instrumentista. Fui até ele para produzir a música Gueto, que era a música que eu queria que fosse a música single do meu disco. Inicialmente era fazer um EP, mas durante o período de produção, a gente desenfreou e criamos 12 canções que encaixassem uma com a outra criando uma história da número 1 até a número 12”, conta.

“Quanto às parcerias, todas elas aconteceram de forma muito orgânica. Marcola Bituca por exemplo, é um cara que eu admiro há muito tempo o trabalho dele e tive contato com ele porque ele trabalha com Marcelo e frequenta o estúdio, então acabamos nos encontrando bastante e terminamos trabalhando juntos. A gente produziu duas músicas, uma saiu no disco dele e outra saiu no meu disco. Eu costumo trazer muito os meus amigos, trazer para participações pessoas que eu me identifico, não só na música, mas na minha vivência também”, detalha.

Prafrentex, Daganja diz se inspirar sempre no que há de novo, no que está rolando agora na cena hip hop. “Minha inspiração pra compor são as novidades, é essa galera que vejo produzindo muito bem, em todos os estados, o Vandal, o Ravi Lobo, Galf AC, R Braz, todos estão produzindo muito bem, a nível profissional. Isso me dá o gás pra continuar fazendo esse trampo e caminhando junto com essa geração que eu sou grande fã”.

“Mas independente de tudo, independente de gerações, eu fico feliz em saber que trago essa musicalidade e mantenho esse conceito de fazer música para realmente mudar a vida das pessoas para melhor. (Música) Que faz as pessoas terem uma interpretação melhor do mundo”, acrescenta o artista.

Trap pagodão

Ao não apostar em um único nicho estético, o disco novo de Daganja incorpora temáticas que dialogam e se complementam ao longo do disco, passeando por diversas sonoridades. Isso é construído e funciona em blocos, onde ritmos diversos são mesclados ou repetidos para transmitir certas sensações em momentos específicos do disco e suas ideias poéticas. Um nome que merece destaque, mas que fica nos bastidores é o de Jorginho Barbosa, compositor e parceiro de DaGanja, percussionista do Psirico e compositor de renome do pagodão baiano, que é o responsável pelas composições: Vem Tranquilo e Tá Bagulho Loko, junto a DaGanja, Pumpkilla e Max B.O, respectivamente.

O primeiro bloco de músicas nos apresenta um Daganja experimentando no drill (espécie de gangsta rap de segunda geração) e no pagodrill. Abre com O Que eu Quiser, feat com seu parceiro da família UGangue: Ravi Lobo, em um drill nervoso onde a dupla rima sobre a força para seguir em frente em meio aos desafios. Já em O Amor Primeiro, o MC traz o motor daquilo que sempre lhe moveu na sua arte, o amor pela cultura hip hop.

Em seguida, Praia e Maconha traz uma imagem, retrato de um dia de amor no litoral regado a muita ganja, em ritmo de funk. Pumpkilla, uma das lendas do nosso dancehall nacional, cola na 6º faixa: Vem Tranquilo, reflexão de malandro sobre a erva sagrada dos jamaicanos. Depois dessas duas faixas com uma pegada rítmica e temática mais para cima, somos levados a mais bloco onde os temas variam junto aos beats.

Daganja apresenta a música Tá Bagulho Loko, trap pagodão de crítica social, mostra as alegrias e tristezas da vida nas favelas e contando com a presença luxuosa do grande Max B.O.

Na sequência, o hit Gueto, faixa que foi o primeiro single lançado quando o artista ainda pensava em lançar um EP, a música em uma pegada mais festiva e rueira até o osso, faz um bonita elegia aos nossos guetos e recebeu um excelente vídeoclipe.

“A ideia do rap baiano é continuar sendo música, o que é produzido aqui na Bahia está no nível de música que está sendo produzida em qualquer estado. A gente tem uma pá de pessoas talentosas, não só a galera que já é conhecida nacionalmente e mundialmente, mas muita gente no underground, que produz conteúdo a nível dos caras que estão no topo. Rap, independente de qualquer coisa, é música, e a cultura hip hop é o nosso movimento cultural. O rap é a música da cultura hip hop”, conclui Daganja.

*Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr.

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