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DIA DA POESIA

“Ela pode estar em todos os lugares”: poetas celebram o Dia da Poesia

Portal A TARDE conversou com Daniel Farias, Sandro Sussuarana e Cacau Novaes

Por Franciano Gomes

31/10/2023 - 17:23 h | Atualizada em 31/10/2023 , 17:47
Artistas, que se apresentam nos palcos de Salvador e em diversos espaços da cidade, conversaram com o Portal A TARDE
Artistas, que se apresentam nos palcos de Salvador e em diversos espaços da cidade, conversaram com o Portal A TARDE -

Oficializado desde 2015, de acordo com a Lei 13.131/2015, o Dia Nacional da Poesia é celebrado nesta terça-feira, 31. A data foi escolhida por ser o dia do aniversário do poeta Carlos Drummond de Andrade, um dos principais nomes da segunda geração do modernismo brasileiro.

Artistas que se apresentam nos palcos de Salvador conversaram com o Portal A TARDE sobre a sua relação com a arte que consagrou muitos nomes baianos em todo o Brasil, como o do poeta Castro Alves. Daniel Farias, Sandro Sussuarana e Cacau Novaes compartilham um pouco de suas histórias com a poesia na capital baiana.

Um leitor que “encontra a melhor elaboração do pensamento e das emoções para questões pessoais, sociais ou existenciais". Foi a partir disso que o ator, escritor e poeta Daniel Farias mergulhou no universo poético. Daniel é autor dos livros de poesia “Backup” (Nave, 2015) e “O Tempo da Coisa” (Gris, 2019).

“Admiro a beleza da precisão no som e no ritmo e me espanto com os lugares na alma da gente que ela é capaz de acessar. Também gosto muito de ouvir poetas dizendo seus versos e de experimentar as palavras na voz. Não sei viver sem poesia”, afirma.

O Sarau da Onça tem o intuito de modificar a visão da mídia e das pessoas da comunidade e de fora dela

Sandro Sussuarana - fundador do Sarau da Onça

Quando começou a fazer poesia na adolescência, Sandro Sussuarana não mostrava seus escritos a ninguém. Em 2009, o poeta conheceu o Sarau Bem Black, onde recitou, pela primeira vez, para outras pessoas, poesias próprias e de outros autores que ele gostava e admirava.

"A partir desse contato com o Sarau Bem Black, eu, em 2011, junto com Evanilson Alves, Omael Vieira e Maiara Guedes, criei o Sarau da Onça, com o intuito de modificar a visão da mídia e das pessoas da comunidade e de fora dela a imagem que se tinha da periferia, além de ser um espaço para mostrar nossa arte".

O Sarau Da Onça tem sido, há mais de 12 anos, um dos espaços reveladores de grandes artistas, sejam músicos, poetas, atores, dançarinos, fotógrafos, entre tantas outras denominações artísticas.

Segundo Sandro a música da capoeira também teve uma contribuição significativa para que ele se tornasse um poeta. "As ‘ladainhas’ da Capoeira, sempre foram as minhas músicas preferidas, por conta de suas rimas e por serem cantadas quase que falando, como fazemos nos recitais poéticos”, diz ele

O poeta tem como referência artistas que, além da qualidade da escrita, têm uma dedicação para que a arte chegue nas comunidades periféricas, quilombolas, indígenas e nas comunidades de terreiro. Nomes como: Giovanne Sobrevivente, França Manhin, Breno Silva, Evanilson Alves, Rilton Jr (Poeta com P de Preto), Landê Onawale, Jairo Pinto, Jocevaldo Santiago, entre tantos outros Poetas.

"Mas cito aqui também outras poetas que também são de suma importância para essa grande circulação da palavra poética periférica por toda a cidade, tais como: Anajara Tavares, Fabrícia de Jesus, Bruna Silva, Mara Santos, Jacquinha Nogueira, Ana Fátima, Cássia Valle, Blenda Santos e muitas outras”.

Poeta e escritor baiano, Cacau Novaes é autor de “Marádida” (romance), “Os poetas estão vivos”, “As Sandálias”, “Você não sabe do que é capaz” (poesia), “Xande e o Sapo Romualdo” (literatura infantil), e “O sujeito nulo no português popular da Bahia” (sociolinguística). O artista também mergulhou cedo no universo da poesia: foi aos oito anos que Cacau escreveu seu primeiro poema na escola.

"A partir daí, veio dentro de mim uma vontade incontrolável de escrever, através da descoberta do poeta que havia dentro de mim".

Sarau da Onça tem sido há mais de 12 anos um dos espaços reveladores de grandes artistas
Sarau da Onça tem sido há mais de 12 anos um dos espaços reveladores de grandes artistas | Foto: Sandro Sussuarana

Poesia em tempos de caracteres

Para Daniel, a poesia tem uma habilidade de se adaptar a cada época e, ao mesmo tempo, permanecer em sua essência. Mesmo com a adaptação da tradição oral, com o surgimento da imprensa, ainda é possível perceber hoje, quando lemos um poema, a preservação de um ritmo da voz falada, recitada ou cantada, na métrica.

No entanto, no momento, há o desafio de invadir as redes sem ser tragado pela velocidade de informação e atenção difusa, onde a poesia convida o público para uma outra qualidade de apreciação.

Durante a pandemia, Daniel publicou um vídeo que teve um grande alcance nas redes, o “desabafo do dia D”. Segundo ele, o vídeo poema é uma ferramenta poética que se mostra mais possível nas plataformas digitais. O artista acompanha autores e autoras que criam os mais diversos formatos para capturar a atenção do público na interação com os vídeos e as imagens e para ele, essa deve ser uma “investigação” constante. Mas o poeta também torce para que as pessoas se sintam convidadas a se desconectar das telas através da poesia.

"Ter pensado no formato audiovisual em parceria com a artista Lígia Rizério foi fundamental para essa construção. Nesse período, fizemos experimentos de conteúdos também políticos e outros mais contemplativos que também chegaram para muita gente."

Sandro prefere livros físicos a virtuais, mas também acredita que pode identificar a tecnologia como uma grande aliada, para que a poesia chegue em locais que fisicamente ainda não pôde chegar, tornando assim o alcance da arte ainda maior.

Cacau completa: "as novas tecnologias contribuem ainda mais para a divulgação da poesia, através de sites, blogs, e-books, entre outros".

A poesia pode estar em todos os lugares

Daniel Farias - poeta

Salvador, cidade poética

Sandro destaca a poesia natural da capital baiana, que ele percebe na beleza que vai além do Centro da cidade, mas na diversidade, principalmente, cultural, que se estabelece cada vez mais nas periferias. Além do Sarau da Onça, o autor elenca os principais Saraus que movimentam a cena literária na cidade de Salvador nas periferias, tornando estes espaços cada vez mais potentes, como o Sarau Crias da Mata (Mata Escura); Sarau Da Paz (Bairro da Paz); Sarau do Cabrito (Alto do Cabrito); Sarau Jaca de Poesia (Cajazeiras) e o Sarau Zeferinas Beiru (Beiru - Tancredo Neves).

Daniel Farias vê como um dos maiores desafios atuais na capital baiana, o fechamento crescente de livrarias, como aconteceu com o Porto dos Livros, onde era realizado o Sarau do Porto. No entanto, a poesia ainda resiste.

"Salvador tem saraus muito interessantes, com apresentações potentes justamente por terem um público concentrado em compartilhar esses momentos em que a poesia é ainda mais viva e por serem ambientes democráticos, inclusive, na multiplicidade de linguagens artísticas. Em vários bairros da cidade, as mais diversas comunidades têm se articulado para organização de encontros regulares, costumam ser espaços abertos ao novo e à experimentação, sobretudo no respeito da escuta atenta".

As novas tecnologias contribuem ainda mais para a divulgação da poesia

Cacau Novaes - poeta

Recentemente, Daniel Farias se apresenta como parte do coletivo Outras Vozes, uma reunião de compositores, que contempla em sua concepção a inclusão de poemas em suas apresentações.

Cacau celebra o Dia Nacional da Poesia como uma oportunidade de valorizar autores, manter a memória e despertar a curiosidade e o gosto para a leitura na população. Além de tornar os novos poetas e suas obras conhecidas.

Além de livros e publicações em revistas no Brasil e em Portugal, Argentina, Colômbia e Chile. Cacau Novaes é produtor e curador do Nosso Sarau. A programação é realizada mensalmente no KreativLab do Goethe-Institut Salvador, desde 2018, com uma variedade de poetas e estilos. Este ano já estiveram como convidados na programação os autores: Inaê Sodré, Luiz Eudes, Décio Torres, Heloísa Prazeres, Letícia Prata e Lia Zanini.

Nosso Sarau acontece todos os meses, com uma variedade de poetas e estilos
Nosso Sarau acontece todos os meses, com uma variedade de poetas e estilos | Foto: Reprodução Redes Sociais

*Sob supervisão de Bianca Carneiro

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Tags:

Dia nacional da poesia Poetas Poetas de Salvador sarau

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