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CULTURA

Em ‘Roda de Samba Reggae’ seu novo trabalho, Márcia Castro homenageia os mestres do gênero

O show é neste sábado

Por Maria Raquel Brito*

10/12/2024 - 5:00 h | Atualizada em 10/12/2024 - 7:15
Márcia Castro
Márcia Castro -

De cariocas a baianos, ninguém sai o mesmo da Roda de Samba Reggae de Marcia Castro. A energia do ritmo e a voz potente da cantora fazem qualquer um entrar na dança. Mas, um ano depois do início do projeto, o lançamento oficial do álbum e a turnê de verão não podiam começar em outro lugar que não em casa: Salvador, onde tanto Marcia como o samba-reggae nasceram, cresceram e ganharam o mundo.

O lançamento é neste sábado (14), com um show no Pátio da Igreja Santo Antônio Além do Carmo, com participações especiais como a cantora Marinêz de Jesus. O coração de Salvador é também o lugar ideal para o início oficial do novo ciclo da carreira de Marcia, uma grande homenagem à música baiana preparada com o cuidado e o carinho das lembranças de uma infância permeada pelo ritmo criado por Neguinho do Samba.

Isso está evidente no repertório, em que músicas inéditas da artista se unem a clássicos como Faraó, de Margareth Menezes, Madagascar Olodum, da Banda Reflexus, e Jeito Faceiro, do Olodum. Além de uma ode aos grandes mestres, o trabalho é, para Marcia, uma chance de revisitar a si mesma. “Eu queria já há algum tempo fazer um trabalho que flertasse com a música baiana de um modo mais direto. O Roda de Samba Reggae vem da vontade de olhar para trás e celebrar minhas memórias, de quando eu vivi toda essa efervescência do surgimento do samba reggae. É uma homenagem a tudo aquilo que fez com que a Bahia se tornasse a grande potência musical que é hoje, um desejo de devolver o que tanto me deram”, conta.

Na hora de escolher as músicas para o álbum, as respostas vieram com facilidade. Vieram junto com as lembranças: de passar o dia escutando os sucessos do samba-reggae no rádio de casa, de ouvir da sua casa, na Saúde, o som dos tambores do Olodum, e de fantasiar que estava indo vê-los de perto, como suas primas mais velhas já podiam fazer.

“Tem músicas que o pessoal nem se lembra, mas está ali, na minha memória de criança. Então, é como se fosse um resgate de mim mesma através desse projeto. E nos shows eu percebo que canto uma música e o povo vai lembrando aos poucos. Quando chega no refrão, é como se acontecesse uma catarse, e as pessoas parecem rememorar algo de um período muito bom de suas vidas”, observa.

O projeto ganhou vida no verão do ano passado, e agora se materializa num álbum completo, com 21 faixas e produção do baixista e historiador Fabrício Mota.

Em março, durante as comemorações dos 475 anos de Salvador, o disco ganhou um registro audiovisual com participações especiais do Cortejo Afro, Pierre Onassis e Anderson do Samba.

Depois do show deste sábado, a Roda de Samba Reggae marca o início do ano com chave de ouro no Largo da Saúde, onde Marcia cresceu, no dia 2 de janeiro. Nos dias 30 e 31 de janeiro, segue para a Caixa Cultural Salvador. Além da capital soteropolitana, a cantora levará a turnê para Fortaleza, nos dias 7 e 8 de fevereiro. O fechamento das comemorações de lançamento também será em Salvador, no dia 16 de fevereiro, com show especial no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM).

Espetáculo visual

A ancestralidade e a memória, elementos chave da Roda de Samba Reggae, se manifestam também na cenografia e no figurino. São um espetáculo à parte, com design assinado por Zedu Carvalho e estampas por Alberto Pitta.

Zedu, que trabalha com Marcia há mais de uma década, conta uma história diferente a cada ano ao lado da artista, com base no conceito musical e artístico dos projetos. “Ano passado usamos as estampas do mestre Alberto Pitta em todos os figurinos. Neste, manteremos a essência desse trabalho, de forma diferente, mais fluida. (...) Vamos misturar peças estruturadas com peças fluidas, com mais movimento e leveza”, antecipa.

A arte de forte influência africana e cores vibrantes de Alberto Pitta, idealizador do Cortejo Afro e um dos maiores artistas visuais da Bahia, é quase uma participação especial por si só para a cantora. Marcia já namorava o trabalho de Pitta há um tempo, e quando teve a chance de entrar em seu ateliê, não pensou duas vezes antes de convidá-lo.

“[O ateliê dele] na verdade era um portal de sensações e experiências visuais. Quando entrei, falei: ‘amigo, queria tanto ter você impresso no meu trabalho com suas estampas’. Porque, como eu falo de memória, para mim ele é memória, ele é a história. Não a memória estática, mas aquela que é dinâmica. Pender a raiz e continuar vivendo e construindo”, diz Marcia.

Retorno para si mesma

Sagitariana nata, Marcia Castro precisa de liberdade para criar e alçar voo. Há um tempo, começou a sentir um certo “desencaixe” com a música: estava produzindo, mas o que queria com aquilo? Precisou dar um passo para trás e pensar. “Eu acho que agora descobri. Eu quero fazer uma música que toque em mim. De mim, reverbera nas pessoas. E sem expectativa”, conta.

Foi aí a virada de chave, ao entender que a felicidade virá se continuar a construir sua história com uma arte genuína. “Isso me libertou. Hoje, me sinto livre e isso não tem preço”, diz. Quase de um jeito poético, a consciência de que tem liberdade para ir aonde quiser com sua arte a aproximou de suas origens, numa retomada para si mesma. “É como se eu percebesse que jamais poderia fazer isso se não tivesse uma raiz bem fincada. Eu consigo ir para frente porque a minha raiz é consolidada”.

O primeiro show acontece uma semana depois do 46º aniversário de Marcia. O novo ano já começa com fins e inícios de ciclos: ao mesmo tempo que o lançamento do álbum e o pontapé inicial da turnê, chega o fim da graduação em Nutrição, que ela começou há quatro anos.

Durante esse período, uniu carreira musical, faculdade, estágio e a criação de Maria Flor, sua filhinha de três anos. Mais uma característica que pode ser relacionada ao signo: a necessidade de se manter em movimento. Conta que, ano passado, acontecia de fazer um show em outra cidade, embarcar de madrugada para São Paulo, onde vive atualmente, e ir direto para a aula pela manhã.

“Virei muitas noites, então foi bem cansativo. Ainda mais com as necessidades da maternidade. Este ano, com os estágios, foi ainda mais desafiador. Foi aí que eu pensei: ‘se não enlouquecer agora, não enlouqueço nunca mais’. Tive que ser muito rigorosa com minha rotina. Falei para os meus amigos: ‘gente, socialmente, me esqueçam este ano’”, brinca a cantora.

Foi puxado, mas deu certo. Para se manter na rotina estabelecida, Marcia dizia a si mesma que, no futuro, ia compensar. E está compensando: agora, está no fim de uma graduação numa área pela qual é apaixonada, lançando um projeto musical em que entregou tudo de si e criando Maria Flor lindamente ao lado de sua esposa, Fernanda.

Para se recuperar do cansaço, porém, só mesmo um verão soteropolitano. Está tudo programado: com a folga maior da faculdade, vai passar mais tempo curtindo Salvador com a família. “Maria Flor tem um livro que tem um surfista, outro dia apontei e falei para ela: ‘tá vendo o surfista? Você vai surfar com mainha’, e ela está super feliz”, adianta.

Roda de Samba Reggae - Márcia Castro / Sábado (14), 20h / Pátio da Igreja Santo Antônio Além do Carmo / R$ 50 (últimos ingressos) / Vendas: Sympla

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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