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DIVA PARA A ETERNIDADE

Em tributo à Yumara Rodrigues, ‘Os Dias Lindos de Celina Bonsucesso’ volta a cartaz

Espetáculo celebra o legado e a importância de uma das figuras mais icônicas do teatro baiano

Grazy Kaimbé*

Por Grazy Kaimbé*

21/11/2024 - 4:00 h
Chica Carelli, Veridiana Andrade
Chica Carelli, Veridiana Andrade -

A atriz, diretora e produtora de teatro Yumara Rodrigues será homenageada na segunda temporada da peça Os Dias Lindos de Celina Bonsucesso, que estreia hoje, às 20h, no Teatro Martins Gonçalves.

O espetáculo celebra o legado e a importância de uma das figuras mais icônicas do teatro baiano.

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Yumara faleceu no início deste mês, deixando uma contribuição inestimável para o teatro da Bahia. Em seus 60 anos de carreira, conquistou cinco troféus Martim Gonçalves, uma das premiações mais prestigiadas do estado, e integrou a Companhia de Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde desenvolveu leituras dramáticas que ajudaram a formar novos atores, diretores e produtores de teatro.

O espetáculo terá uma curta temporada, com apresentações na hoje e amanhã, às 20h, e no sábado e domingo, às 19h. Todas as sessões contarão com audiodescrição e tradução em Libras. Escrita por Paulo Henrique Alcântara, dirigida por Hyago Matos e produzida por Selma Santos, a peça reúne um elenco de oito atrizes, incluindo Chica Carelli, Viviane Laert e Júlia Anastácia, que se revezam no papel da protagonista, Celina Bonsucesso.

A segunda temporada traz como novidade um vídeo e um áudio dedicados a Yumara, que o dramaturgo carinhosamente chama de "peça-homenagem". A produção combina humor e emoção, proporcionando ao público uma experiência diferente da primeira temporada.

Paulo Henrique, autor do texto da peça, relata que sua admiração por Yumara começou em 1992, quando a viu pela primeira vez na Companhia de Teatro da UFBA. No mesmo ano, tornou-se assistente de direção da atriz e deu início à sua trajetória no teatro. Segundo ele, a oportunidade oferecida por Yumara abriu inúmeras portas em sua carreira como dramaturgo e diretor teatral.

“No início da minha trajetória, encontrei Yumara, e, no final da vida dela, tive a chance de fazer essa homenagem, devolvendo e agradecendo a oportunidade que ela me deu, escrevendo uma peça para ela”, afirmou o dramaturgo.

Legado vivo

Os Dias Lindos de Celina Bonsucesso oferece ao público uma emocionante viagem no tempo, narrando a história de uma mulher forte e independente. Celina, uma senhora apaixonada pela vida, cinéfila e leitora, muda-se para um asilo devido às circunstâncias do envelhecimento. Nesse novo ambiente, ela revisita memórias da juventude e da maturidade, enquanto tenta compreender o afastamento de sua irmã Sônia e os motivos que as distanciaram.

A narrativa destaca a personalidade marcante e a independência de Celina. Ambientada durante a ditadura militar, a peça retrata uma época em que muitas mulheres, como sua irmã, eram condicionadas a casamentos infelizes. Celina, no entanto, escolheu ser a protagonista de sua própria história, vivendo com autonomia e tomando as rédeas do próprio destino.

Paulo Henrique Alcântara conta que criou a protagonista especialmente para Yumara Rodrigues. Contudo, devido a problemas de saúde, ela não pôde assumir o papel. O dramaturgo ressalta as semelhanças entre as personalidades de Celina e Yumara, ambas caracterizadas pela impetuosidade.

"Celina Bonsucesso é uma mulher impetuosa, e Yumara Rodrigues também sempre foi assim: uma mulher forte, altiva e determinada. Elas pertencem à mesma geração, uma época em que as mulheres eram criadas para casar, mas ambas se tornaram protagonistas de suas próprias histórias", comenta Alcântara.

Yumara Rodrigues ficou conhecida por desafiar a ditadura militar com sua atuação na peça Apareceu a Margarida (1977), escrita pelo dramaturgo e cineasta Roberto Athayde. A trama usava a metáfora de uma professora autoritária para refletir sobre a repressão do período.

Diante da impossibilidade de interpretar Celina, Yumara escolheu sua sucessora, aprovando o nome da renomada atriz Chica Carelli. A leitura da peça ficou a cargo de Selma Santos, amiga pessoal de Yumara e produtora da peça.

"Yumara tinha um gênio muito forte, era uma pessoa de personalidade marcante. Tive o privilégio de fazer parte da vida dela, participar de seus aniversários, festas e momentos especiais, como quando me presenteou com um livro ou um disco", relembra Selma Santos.

Experiência leve

O último espetáculo da artista foi em 2010, quando precisou deixar os palcos por questões de saúde. Entre seus trabalhos de destaque estão Apareceu a Margarida (1977), dirigida por Manoel Lopes Pontes; Dias Felizes (1985), de Ewald Hackler; e Mãe Coragem (1998), com direção de Luiz Marfuz. "Infelizmente, ela não pôde permanecer em cena até o fim da vida. Por isso, sinto muito orgulho e felicidade por ter dado essa oportunidade a ela. Mantivemos a cortina aberta para Yumara, permitindo que ela recebesse mais aplausos", afirmou Alcântara.

Outras grandes atrizes dão vida às personagens da peça. Bárbara Borgga interpreta Sônia na fase adulta e também a personagem Betina. Veridiana Andrade assume o papel de Sônia jovem, enquanto Márcia Andrade interpreta Vivian, a filha de Celina. Kátia Leal dá vida à Tia Pureza, e Clarissa Gonçalves interpreta Júlia, a cuidadora de Celina.

Selma Santos, produtora da peça, celebra o legado da amiga e a oportunidade de homenageá-la ainda em vida. "Yumara estará sempre presente, porque seu talento e sua essência ultrapassam o tempo", afirma.

A produção da peça também leva um caráter ímpar, desde a sensibilidade na escolha do elenco até os detalhes técnicos. A direção de Hyago Matos se destaca na seleção das atrizes, enquanto a iluminação, assinada por Irma Vidal, e o cenário impecável de Eric Saboya, contribuem para a atmosfera envolvente da peça.

"É uma experiência leve, que resgata o respeito e o aprendizado com os mais velhos, algo que estamos perdendo hoje. A peça aborda a memória e as conexões que mantemos, mesmo diante do esquecimento. Apesar de tratar de temas tristes, traz leveza, humor e reflexão. Quem assiste sai tocado, com um novo olhar sobre respeito, cumplicidade e as relações humanas", conclui Selma Santos.

"Os Dias Lindos de Celina Bonsucesso" / A partir de hoje até domingo (24) / Hoje e amanhã às 20h, sábado e no domingo às 19h / Teatro Martim Gonçalves / R$ 30 e R$ 15 / Vendas: Sympla

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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