CINEBIOGRAFIA
Espaço Cultural do Reggae leva ativistas para ver filme de Marley
Filme vem mobilizando a comunidade negra de Salvador
Por Mayara Fernandes*
Um legado de paz. Esta foi a mensagem que Bob Marley deixou em sua obra, que trazia uma mensagem positiva e de esperança em meio às adversidades. A história do jamaicano que conquistou o mundo estreou nos cinemas brasileiros no dia 12 de fevereiro e vem mobilizando a comunidade negra de Salvador a irem aos cinemas. Nesta quarta(28), membros da Casa Cultural Reggae, militantes e artistas negros foram ao Cinema Glauber Rocha assitir ao filme e depois debater no Centro Cultural Reggae sobre o legado do cantor.
A produtora do Centro Cultural Reggae, Jussara Santana que possui uma atuação com a comunidade negra e rastafari de Salvador há muitos anos, decidiu mobilizar militantes, comunidade sem-teto, fórum de Idosos, baianas de acarajé, Conselho da Comunidade Negra, Casa Cultural Reggae, artistas e jovens do Pelourinho para terem mais contato com a biografia cinematográfica de Bob Marley, artista que tem um importante papel na difusão da cultura rastafari e do reggae no mundo. A ação foi intermediada pela Trace Brasil, que doou ao Centro Cultural cerca de 350 ingressos, para mobilizar mais pessoas ao longo dos dias de exibição.
Jussara contou sobre as motivações que mobilizaram o encontro: “Eu trabalho com reggae o ano inteiro e quero dividir isso com o máximo de pessoas possível para que elas entendam sobre o legado de Bob Marley, que não é só sobre a música, é toda uma cultura. Deste modo tentei unir jovens, idosos e toda diversidade que a Bahia tem e criar um debate sobre a mensagem de positividade que Bob Marley passa e a importância da música reggae para o povo preto”, destacou.
Makonnnen Tafari, artista de rap de Salvador, participou da ação e falou sobre sua experiência em ver a obra de Bob: “Eu enquanto jovem criado pela cultura rastafari e pela cultura reggae e todos estes movimentos, poder ver a história de Bob Marley nos cinemas é de extrema importância para que as pessoas conheçam sua história e todo legado que a cultura reggae tem, para além da música cantada, com uma letra de consciência, de revolução para que pessoas pretas como nós saibam se identificar, e identificar suas lutas. A figura de Bob Marley dialoga com o mundo”, comentou.
Lucas Vuto, músico e produtor falou sobre a contribuição do filme para a comunidade negra: “O filme é mais um agente da continuação de uma luta muito maior que tem haver com a cultura, sociedade, processo de resistência e sobrevivência que os jovens pretos vivenciam diariamente. A imagem de Bob Marley é a representação da continuidade do sonho, inspirando inclusive artistas de outros ritmos, pois sua missão era falar de seu povo e sua realidade”, destacou.
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