Fernanda Torres revela que já foi viciada em drogas

A atriz Fernanda Torres revelou em entrevista à revista 'IstoÉ' que já usou drogas durante muitos anos - em especial, a cocaína. Ela afirmou ainda que só confessou o vício depois que se livrou dele e que perdeu o medo de recaídas.

Aos 43 anos, mãe de dois filhos pequenos, Joaquim e Antonio, e casada há 13 anos com o diretor Andrucha Waddington, a atriz também considera os remédios antidepressivos como uma droga contemporânea: "É a geração Rivotril", disse, referindo-se a um tranquilizante.

A revelação de Fernanda vem junto com sua estreia como autora de teatro com a peça "Deus É Químfica", em cartaz no Rio de Janeiro. A montagem aborda justamente o uso de drogas e de antidepressivos. A peça é uma comédia, no entanto com um estilo bem diferente da série "Os Normais", em que ela forma um casal com Luiz Fernando Guimarães, seu parceiro também no palco.

Longe das drogas, Fernanda conta quando decidiu fazer a peça: "Parei. Faz um bom tempo. Outro dia comentei isso: só posso fazer essa peça agora porque 'vi Jesus' (risos). Sabia que faria essa peça apenas quando não tivesse mais culpa no cartório. Hoje eu posso", disse.

Ao falar da escolha do tema e do roteiro, a atriz contou que falar sobre drogas já fazia parte dos seus planos: "Eu tinha essa cena na cabeça, um casal de cariocas esperando o vapor (entregador de drogas), enquanto polícia e traficantes se enfrentavam a tiros do lado de fora da casa: um paradoxo da classe média liberal. Falar de drogas é um projeto antigo, de anos", revelou a atriz.

"Deus É Química" termina a apresentação aconselhando o público a pensar bem antes de recorrer a remédios e às drogas. Segundo a atriz, a ideia é baseada no livro "Homem na Escuridão", de Antonio Damásio, para quem o medo, a angústia e todas as emoções básicas fazem parte do instinto de sobrevivência humana. "Uma sociedade que escolhe não lidar com a angústia e o luto é uma sociedade que está abrindo mão de suas defesas. O que queremos dizer é como você vai lidar com as suas angústias. Dá um jeito. Todo mundo que eu conheço que se drogou muito recebeu uma conta dura lá adiante. Ao mesmo tempo, tenho medo de me tornar uma pessoa toda controlada e chata, que malha, que não se droga, nunca sai de si, consciente, ecologicamente correta", disse Fernanda.