CULTURA
Festa Literária Internacional da Praia do Forte começa nesta quinta
Quarta edição do evento reúne vasta programação de shows e mesas de autores
Por Tiago Freire*
Celebrando uma nova edição, a Praia do Forte recebe a 4ª Festa Literária Internacional da Praia do Forte, a FLIPF. A feira começará amanhã e seguirá até o domingo, na Vila da Praia do Forte.
Os curadores responsáveis pelos quatros principais espaços da festa são a jornalista e pesquisadora Edma de Góis, o escritor baiano Anderson Shon, a escritora Emília Nuñez, a antropóloga Bárbara Falcón, mais a diretora geral da FLIPF, Vanessa Vieira, da Trevo Produções e da diretora de comunicação, Joana Marambaia, da Gabiroba Cultural.
A festa conta com mais de 140 convidados, apresentando ao público o universo da literatura sob o olhar e conhecimento de autores baianos, nacionais e internacionais. A FLIPF também contará com atrações musicais como João Bosco, na sexta, e Antônio Nóbrega, no sábado, ambos no Projeto Tamar, além de feira de empreendedorismo, oficinas, slam, saraus etc.
Viajando pela leitura
A FLIPF contará com diversos espaços, cada segmento visando instigar a curiosidade e o desejo da leitura em públicos diferentes. Ao total serão quatro arenas diferentes que podem ser visitadas no evento.
O Espaço Ninho FLIPF traz uma programação de atividades como contação de histórias, apresentações artísticas, lançamento de livros e bate-papo com autores de literatura infantil. Já o Espaço Multiverso FLIPF, sob responsabilidade do escritor e quadrinista Anderson Shon, trará uma programação voltada para o público jovem com mesas literárias, oficinas, batalhas de slams, além do espaço multimídia de realidade virtual.
Também há os Espaços Rede de Livros e Canto da Palavra, que buscam trazer diálogos entre diferentes autores, tanto regionais da Bahia, quanto nacionais e com participação de alguns internacionais. Edma Góis, responsável pelo Canto da Palavra, detalha sobre a escolha e o arranjo dessas mesas.
“Essa escolha e a organização são parte desse grande trabalho. Cada caso é um caso. Uma mesa interessante é a de domingo, que vai ter a Lubi Prates, que é uma poeta com um trabalho importante sobre autores negros, a Besiane Barbose, que trabalha em Cachoeira e o Alberto Pitta, artista visual, pioneiro das estamparias. É uma mesa que traz pessoas que pensam na literatura e em outros campos de arte”, exemplifica.
“Então não estamos neste momento tratando a literatura como esse campo isolado. É um dialogo muito bom para as pessoas verem essa conversa e pensarem como cada um, na sua área, pensa nessas existências dos corpos negros e como esses corpos fazem sonhar com outras possibilidades de existência. É um trabalho de buscar conhecer o trabalho dessas pessoas e querer trazer esse diálogo bonito”, acrescenta Edma.
O tema é Voam Sonhos nas Asas da Esperança. Edma também explica o significado e o porquê da escolha e a importância para o momento em que a festa acontece.
“Voam Sonhos nas Asas da Esperança, esse tema começa pelo Canto da Palavra, e vai para outros lugares. O ponto de partida é aqui. Quando me chamaram, batemos um papo sobre esse momento do Brasil e elas queriam que fosse algo otimista e que remetesse a essa ideia de recomeço e sonho. Eu defendo o sonho como algo concreto, não é algo somente de sentimento, é algo que impacta na nossa vida e tem uma forte base nela. Foi nessa ideia do sonho como algo concreto que tivemos essa ideia”, conta a curadora.
“O título veio como essa referência a um poema de Augustos dos Anjos, de onde vem essa frase. Apesar dele ser um cara pessimista, ele traz esse papel do sonho e da esperança nesse poema. E na época que eu formatei o título, até pensei em fazer uma paráfrase. Mas acabamos deixando como era, trazendo essa frase em sua completude”, detalha.
Diversidade
Além da importância sobre o sonhar, ela também ressalta a importância da festa por proporcionar um palco para trazer diversos diálogos e exposição para autores baianos, nacionais e internacionais.
Dentre os nomes confirmados estão Ailton Krenak, Bárbara Falcón, a mexicana Guadalupe Nettel, Maviael Melo, Nairzinha Spinelli, Sidarta Ribeiro, Tiganá Santana, entre outros artistas.
Edma também enfatiza a riqueza da literatura baiana e diversidade. “A ideia é botar em diálogo autores baianos, nacionais e internacionais, é formar essas mesas e colocar esses convidados e artistas em diálogo sobre determinados temas. É importante dizer que tem uma diversidade de gênero, raça, localizações e botar a Bahia em diálogo com o resto do Brasil”, afirma.
“Eu como pesquisadora entendo que a Bahia tem essa cena literária e artística muito específica e ela está um momento muito singular. Vejo isso no número de autores publicados, festas literárias, editoras independentes fazendo trabalhos incríveis.Tem a cena dos saraus nas periferias da cidade muito forte. A Bahia é um estudo de caso da diversidade do Brasil e essa diversidade merece ser exposta em um evento como esse”, finaliza.
*Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr.
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