CULTURA
Festival Sesc de Inverno está de volta em sua 19ª edição
Por Eugênio Afonso
Em tempos de programação cultural virtualizada, não importa em que espaço físico acontece o evento. Qualquer um de qualquer lugar do planeta pode ter acesso a essas atrações, é só entrar na plataforma digital estabelecida e se deleitar com seu artista preferido. E ainda tem um detalhe, muitas dessas apresentações costumam ser gratuitas.
Originalmente criado no Rio de Janeiro e considerado um dos mais relevantes eventos de música do Brasil, o Festival Sesc de Inverno está de volta em sua 19ª edição e vai funcionar exatamente assim: de forma virtual. Houve uma brecada o ano passado por conta dessa tragédia sanitária que nos assola, e que está prejudicando seriamente o setor cultural, mas este ano o encontro está garantido.
Desta setxa-feira, 16, a 25 de julho, no YouTube - portalsescrio e em outras plataformas digitais, o festival multicultural vai oferecer, de forma gratuita, uma série de manifestações que inclui literatura, audiovisual, música, teatro, dança e artes visuais. A programação completa pode ser consultada em sescrio.org.br.
“É um enorme prazer depois de dois anos estar retornando com o festival, oferecendo ao público uma programação especial, desta vez de uma forma inédita, totalmente virtual. O destaque é a abertura, uma homenagem a Nelson Sargento”, anuncia Marcia Costa, gerente de Cultura do Sesc RJ.
Quem brinda o sambista e presidente de honra da Mangueira, morto em maio de 2021 aos 96 anos, é a cantora paulistana Maria Rita com uma apresentação, nesta sexta, às 20h, em que interpreta clássicos do estilo musical de Nelson. E para complementar a homenagem, antes do show será exibido o documentário Nelson Sargento, de Estevão Ciavatta.
Na área de música, além da filha de Elis, o Sesc oferece também o show A Bolha, do cantor e compositor gaúcho Vitor Kley (dia 21), e a live-show AmarElo, de Emicida (25), em que o compositor paulista apresenta canções do álbum homônimo vencedor do Grammy Latino de 2020 e que virou documentário.
Para Kley, só de estar tocando algumas músicas já dá uma alegria no coração, mas nada substitui o contato com o público. “É importante a gente poder somar em momentos complicados e a cultura faz isso. Não vejo a hora que tudo passe para a gente poder celebrar junto, já que a saudade do calor humano é muito grande nesse momento”.
Diversidade cultural
Em artes cênicas, tem a atriz paulista Maitê Proença, dia 18, com a autoficção O Pior de Mim. No dia 22, o Sesc exibe uma gravação, feita exclusivamente para o evento, de O canto da minha terra, do Ballet Stagium, em celebração aos 50 anos da companhia de dança paulista.
Maitê disse que concebeu o espetáculo durante a pandemia porque começou a ficar intrigada com o fato de o mundo estar envolto em mentiras, e de como as pessoas exibem sempre, nas redes sociais e nos programas de TV baseados na vida real, um dia a dia aventureiro, feliz e interessante.
“Decidi fazer o oposto disso e mostrar onde errei, onde ergui muros desnecessários. Conto as histórias que envolvem esses momentos porque todas as nossas histórias são muito diferentes, mas nas fragilidades somos muito parecidos e reagimos de forma muito semelhante”, conta a atriz.
Dia 25, quem sobe aos palcos é o ator Paulo Betti com a peça Autobiografia Autorizada, espetáculo em que comemora 40 anos de profissão. “A gravação foi feita em casa. Eu tento refazer a casa da minha infância e adolescência de uma forma dramática nesse espaço onde estou vivendo minha velhice e é muito interessante esse aspecto. Ficou muito intimista e acho que consegui, depois de quase seis anos fazendo a peça, chegar a um tempo mais enxuto, mais certeiro”, observa Betti.
Tem ainda artes visuais com exposição coletiva e da carioca Rosana Ricalde; literatura com o pernambucano Marcelino Freire, Francisco Gregório Filho, Eliana Yunes, o carioca Leonardo Fróes e outros mais; e audiovisual com documentários nacionais e curtas infantis. Data, horário e local de toda a programação podem ser conhecidos no site sescrio.org.br.
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