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CULTURA

Forró tradicional, xote e baião animam noites de Salvador

Gabriel Serravale

Por Gabriel Serravale

14/06/2016 - 7:12 h
Jó Miranda
Jó Miranda -

A cada ano, o chamado "forró de plástico" (ou eletrônico) e outros gêneros da moda vêm ganhando mais espaço nas festas juninas, enquanto que o tradicional pé de serra tem sido excluído dos grandes eventos, salvo raras exceções. Apesar disso, tanto em cima do palco como no salão, há muita gente que não abandona as raízes. Por isso, A TARDE traz algumas opções para quem quer curtir o São João ao som dos bons e velhos xote, baião e arrasta-pé.

Seja com a formação clássica (zabumba, triângulo e sanfona) ou mais moderna (com acréscimo de outros instrumentos), há sempre algum grupo preservando o forró pé de serra. Entre eles está o Trio Brasil. Representante da nova geração de forrozeiros, o grupo se apresenta na próxima sexta-feira, no Largo de Santana, Rio Vermelho.

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"Vamos apresentar um repertório 90% formado pelo forró tradicional e incluir alguns sucessos atuais. Todo mundo gosta de um forrozinho e canta com a gente", diz Kardec, vocalista do trio.

Outra opção, também da nova geração, é o grupo Coroné Migué, que no próximo domingo toca na praça de Porto de Sauípe. "O nosso show é bem dançante e não podem faltar canções dos grandes mestres Gonzagão, Dominguinhos, Sivuca, Jackson do Pandeiro, além de músicas nossas", observa o sanfoneiro e cantor Luciano Serravalle.

Um projeto que vem ajudando a suprir a carência do pé de serra ao longo do ano é o Forró do Talco, liderado pelo cantor e sanfoneiro Jó Miranda. O evento acontece todos os domingos, no Cubanakan (Jardim de Alah). "Esse projeto já tem cinco anos. É um evento totalmente pé de serra com clássicos do gênero e releituras da MPB", explica o músico.

Entre os forrozeiros veteranos está o cantor e compositor Sandro Becker, que na década de 1980 se destacou com um pé de serra mais irreverente, com músicas como Julieta e O Gato Tico. Nesta mesma linha tem o cantor Zé Duarte, que traz canções de duplo sentido. Ambos se apresentam no interior e na capital.

Outras atrações do pé de serra, como Val Macambira, Dr. Ed Forró, Visão Nordestina e Rhay Miranda também animam o público baiano durante este mês.

Resistência

Para quem preserva as raízes do forró, o pé de serra é a forma mais pura de exprimir a devoção ao gênero. Mas manter-se nele, hoje, é uma questão de resistência. Muitos forrozeiros, aliás, criticam a falta de espaço, mesmo no período junino.

"A cada dez cidades que eu toco, em oito eu sou o único cantor de forró. Os outros são arrocha e sertanejo. E o cachê, que muitas prefeituras pagam para eles, pagaria o São João inteiro com as bandas de pé de serra", alerta Sandro Becker.

Para Zé Duarte, artistas consagrados do forró tradicional, como Flávio José e Adelmário Coelho, que habitam o rol das grandes atrações juninas, poderiam trabalhar juntos pela sobrevivência do pé de serra. "Eu acho que falta uma união desses grandes nomes para não acabar essa tradição".

Já o forrozeiro Dr. Ed critica a utilização equivocada que algumas bandas fazem do gênero. "Forró é o pé de serra. Outra coisa diferente disso só se apropria do nome 'forró', mas na verdade não é".

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