COMPANHIA, AMOR E SOLIDÃO
Fronteiras do Pensamento 2025 inicia debates sobre subjetividade contemporânea
Evento reúne psicólogos e escritores em Salvador para discutir a construção da narrativa pessoal e coletiva
Por Luana Leal*

O Fronteiras do Pensamento 2025 começou na noite desta terça-feira, 8, no Teatro Sesc Casa do Comércio, em Salvador, trazendo reflexões sobre a subjetividade na contemporaneidade. Em sua 10ª edição na capital baiana, o evento reúne psicólogos, escritores e pensadores para debater como o indivíduo se relaciona com a sociedade e consigo mesmo, em tempos de intensa conexão virtual e crescente isolamento social.
Na abertura da programação, a primeira mesa contou com os psicólogos Ana Suy e Alexandre Coimbra, que abordaram temas como a solidão, o autoconhecimento e a construção das narrativas pessoais. Em entrevista ao Portal A TARDE, Ana Suy explicou que a conversa giraria em torno da importância de sermos companhia para nós mesmos:
É muito importante e urgente que a gente aprenda a conversar com a gente. Porque com muita frequência demandamos que o outro nos compreenda ou resolva algo, quando, na verdade, nossas relações, na medida em que dependem do outro, nos deixam sem muito o que fazer
A psicanalista refletiu ainda sobre a constante presença de nós mesmos em nossa vida: "Dormindo ou acordado, estamos sempre com a gente e não tem como tirar férias porque nos levamos juntos. Moldar as vozes da nossa cabeça é fundamental para nos situarmos de maneira nova no mundo”.

Ao ser questionada sobre o que o público baiano poderia esperar da conversa, Ana sintetizou a noite em três palavras: "Companhia, amor e solidão".
Já o psicólogo Alexandre Coimbra abordou o papel da linguagem na construção da identidade. Segundo ele, a palavra é essencial para narrar quem somos: "O uso da palavra é uma condição crucial do humano. Precisamos dela para nomear quem somos, o que queremos ser e fazer”.

Às vezes, a palavra pode ser imposta e vivemos uma vida que não é totalmente nossa. Nunca teremos uma vida totalmente autêntica, mas podemos buscar o maior grau de autenticidade se apropriando da nossa própria palavra
Sobre as variações linguísticas e culturais, Alexandre refletiu que cada coletivo humano se constitui como um mundo linguístico específico. “A palavra tem essa fluidez, ela pode ultrapassar tempos ou desaparecer. Essa maleabilidade é uma das coisas mais lindas de observar na construção da nossa narrativa."
Na quarta-feira, 9, o evento segue com a segunda mesa, reunindo os escritores Itamar Vieira Junior e Jeferson Tenório, para discutir como a literatura reflete e molda a narrativa coletiva.



Os ingressos estão à venda através da plataforma Sympla, com valores entre R$ 70 e R$ 140. O projeto conta com o apoio de mídia da A TARDE FM e do Clube A TARDE.
*Sob a supervisão do editor Luiz Almeida
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