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CULTURA

Galerista Roberto Alban fala sobre o mercado de arte na Bahia

“Nosso sonho é divulgar cada vez mais a arte para que pessoas se aproximem mais da cultura”, diz Alban

Israel Risan*

Por Israel Risan*

20/06/2023 - 5:30 h
Galeria fomenta a participação dos curadores em seus projetos com o objetivo de promover diálogos entre artistas
Galeria fomenta a participação dos curadores em seus projetos com o objetivo de promover diálogos entre artistas -

Localizada na rua Senta Pua, 53, no bairro de Ondina, a Alban Galeria abriga e promove a arte contemporânea brasileira na capital baiana. Com mais de 30 anos, a galeria realiza de quatro a cinco exposições individuais por ano de seus artistas representados. Ou organiza coletivas através de curadores convidados, o que permite uma maior visibilidade da produção dos artistas através do trabalho de divulgação junto às instituições, críticos, colecionadores e público em geral.

Encabeçada por Roberto Alban, 62, a galeria fomenta a participação dos curadores em seus projetos com o objetivo de promover diálogos entre artistas, que podem estar situados nas décadas de 1970/80, como Iole de Freitas, Paulo Whitaker, Luiz Hermano, Daniel Feingold, Raul Mourão, Daniel Acosta, Adrianne Gallinari ou fazer parte da nova geração, como Álvaro Seixas, Guilherme Dable, Adriana Coppio, Tiago Sant’Ana, Thalita Hamaoui, entre outros.

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Roberto Alban é administrador de empresas formado pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), e sócio de Cristina, com quem é casado e tem duas filhas. O galerista concedeu entrevista exclusiva ao Caderno 2+ de A TARDE.

Quem é Roberto Alban e como a arte está relacionada à sua vida?

Eu vivo para a minha família e para a arte. A arte entrou em minha vida desde bem jovem. Sempre que ia na casa de meus colegas e parentes que tinham obras de arte, ficava apreciando. Me lembro de duas exposições que me marcaram aos 15 anos: uma retrospectiva de Carlos Bastos e uma exposição do tapeceiro Rubico, ambas no foyer do Teatro Castro Alves. Comprei meu primeiro quadro aos 18, num leilão de Renot, um artista plástico que fazia leilão. Foi um quadro de um baiano chamado Hélio Basto. Frequentava desde bem jovem os leilões de antiguidade. Então, a arte entrou em minha vida realmente desde cedo.

Como foi para sua família ver você inserido nesse cenário de objetos de arte?

Eu perdi meu pai muito cedo, quando tinha 22 anos. Ele via meu gosto pela arte e também sempre apreciou a arte. Minha mãe também gostava e íamos a exposições juntos. Quando me inseri realmente no mercado de arte, meu pai já era falecido e tive o apoio total de minha mãe para ser um galerista.

Como a galeria surgiu e o que te motivou a investir no espaço? Compartilha conosco o que você tem trilhado nesses mais de 30 anos promovendo as artes plásticas.

Eu comecei com um escritório de arte em um apartamento de minha mãe, numa cobertura com horário marcado. As pessoas me procuravam, marcavam um horário e iam (visitar). Nessa época eu era sócio de Fernando Coelho, filho do artista plástico Fernando Coelho. Em 1989, abri a primeira galeria com o nome de Roberto Alban Galeria, no bairro da Graça. Inaugurei com uma exposição intitulada Escola Baiana de Pintura. Participaram dessa exposição Lopes Rodrigues, Alberto Valença, Mendonça Filho. Tivemos uma repercussão muito grande na mídia, de público, de venda e a partir daí eu nunca mais parei. Depois de ficar alguns anos na Graça, nos anos 1990, nos mudamos para o Trapiche Adelaide e, depois de um certo período, fomos para o Rio Vermelho. Em 2000, construímos uma sede voltada para receber arte contemporânea, apesar da galeria também trabalhar com artistas modernos. Em 2013, inauguramos um novo espaço com a coletiva dos artistas que representamos e alguns artistas convidados. Foi a primeira galeria de arte contemporânea da Bahia. Representamos uns 27 artistas, do Rio Grande do Sul, de Minas, de São Paulo, do Rio e da Bahia, que só podem ser comercializados pela Alban Galeria. Fazemos, em média, quatro, cinco exposições por ano com os artistas que representamos, além de algumas coletivas com artistas escolhidos por um curador.

A galeria conta com um acervo de quantas peças e de que estilo?

A galeria tem um acervo acima de 500 obras de arte. Nós temos trabalhos com óleo sobre tela, desenhos, esculturas, gravuras. Temos artistas contemporâneos - que a galeria representa e outros que não são representados por nós - que admiro, compro e comercializo. Também temos artistas modernos tanto da Bahia - como Caribé, Floriano, mestre Didi - como de outros estados.

O que o público pode esperar como programação para o resto do ano? Há alguma exposição preparada?

Nós vamos fazer a próxima exposição, um diálogo entre Paulo Hípica, um artista de São Paulo que representamos. Paulo tem um currículo extenso, já participou da Bienal de São Paulo e encontramos obras dele em vários museus importantes do Brasil. Um artista que influencia bastante a geração posterior à dele. Vai ser um diálogo de Paulo com Álvaro Seixas, que é um artista do Rio, também representado pela galeria. A exposição vai ter um texto crítico de Victor Gorgulho, um curador do Rio de Janeiro. Depois, faremos uma exposição de Afonso Toster, um escultor dos mais renomados da arte contemporânea brasileira, que já fez até exposição individual na Fundação Cartier, em Paris, o que poucos artistas brasileiros fizeram. Depois, planejamos uma exposição de Walter Fraga, o lançamento do livro de Walter Fraga, um fotógrafo baiano, já falecido, que só retratou a Bahia, muito admirado pela crítica justamente pela qualidade do seu trabalho. Em meados de dezembro e janeiro, faremos uma exposição coletiva, para a qual ainda estamos definindo os artistas.

A galeria participa de feiras de arte pelo País. Qual a importância dessa presença?

Sim, a galeria participa de duas feiras, as mais importantes do Brasil, a SP Arte e a Art Rio. Para entrar, passamos por uma seleção. A SP Arte já aconteceu e nós tivemos uma participação bastante significativa, e agora em setembro vamos fazer a Art Rio. É muito importante participar dessas feiras porque você divulga seus artistas para um público fora do eixo da Bahia, para colecionadores, curadores nacionais e internacionais, que também vêm à Feira. Sempre há um curador para cuidar do nosso estande.

O que você sonha em ver alcançado pelo seu espaço e pela arte de maneira geral?

Principalmente, difundir cada vez mais a arte contemporânea para o público baiano e fora da Bahia, elevar nossos artistas cada vez mais, colocá-los em exposições importantes. Descobrir artistas. Ser o primeiro galerista de alguns artistas, como nós somos de Álvaro Seixas, Adriana Coppio, artistas que estão em galerias importantes pelo Brasil. Nosso sonho é divulgar cada vez mais a arte para que as pessoas se aproximem mais da cultura. Porque arte é cultura.

*Sob a supervisão do editor Eugênio Afonso

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