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Ilê Ayê reúne embaixadores africanos na 20ª Caminhada da Liberdade

Evento acontece todos os anos em homenagem ao Dia da Consciência Negra

Publicado segunda-feira, 20 de novembro de 2023 às 19:31 h | Atualizado em 21/11/2023, 18:34 | Autor: Isabela Cardoso
Imagem ilustrativa da imagem Ilê Ayê reúne embaixadores africanos na 20ª Caminhada da Liberdade
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Em homenagem ao Dia da Consciência Negra, o Bloco Ilê Ayê realizou nesta segunda-feira, 20, a 20ª Caminhada da Liberdade, com saída na sede do grupo, a Senzala do Barro Preto, localizada no bairro do Curuzu, em Salvador.

A tradicional caminhada ocorre todos os anos no dia 20 de novembro, com o objetivo de destacar a importância da luta das pessoas negras. Este ano, o evento contou com a presença 17 embaixadores de países africanos.

Segundo a Secretaria de Promoção de Igualdade Racial, Ângela Guimarães, esse encontro com os embaixadores foi realizado com o objetivo de fortalecer e expandir a cooperação da Bahia com vários países africanos nos âmbitos educacional, científico, tecnológico, gestão pública e nos sentidos sociais.

O embaixador da Guiné-Bissau, M’bála Alfredo Fernandes, já esteve em outros estados brasileiros e visitou a Bahia pela primeira vez. Ele frisou que a caminhada é um marco na recuperação da identidade dos povos.

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"É demonstrar às autoridades nacionais, aqui no estado da Bahia assim como no Brasil, que os embaixadores africanos acreditaram aqui no Brasil. Somos 33 embaixadas, estamos dispostos a reavivar aquilo que é africano e também nunca esquecer o passado, que é um passado muito triste, mas hoje em dia é alegria ver que cada dia que passa estamos a cumprir as etapas de inclusão na sociedade e que nos pertence também", ressaltou.

O embaixador também destacou que a experiência deve ser repetida em outras regiões.

O Vovô do Ilê, fundador e presidente do Bloco, contou que a presença dos embaixadores africanos fortalece e simboliza a Senzala do Barro Preto e a caminhada que é de protesto, reivindicação.

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"Dias melhores a partir do momento que nós começamos a fazer as nossas músicas, nós começamos a fazer carnaval temático, a socializar essas informações sobre África, as coisas começaram a florir. Essa questão da luta antirracista, da educação antirracista, foi nós que começamos aqui", frisou.

A embaixadora de Gana, professora Abena Busia, enalteceu a união do povo e importância de olhar o passado sem deixar de lado a atenção com a construção do futuro.

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"É o significado do símbolo Sankofa. É entender e aprender com o que fez no passado, mas que tem por objetivo olhar pra frente e construir um futuro juntos. O lugar da representação do continente africano no Brasil é a Bahia. Então, o legado histórico e contemporâneo precisam estar juntos e é por isso que eles todos estão aqui. É essa a importância deste encontro", destacou.

A secretária Ângela Guimarães lembrou que a Bahia é o primeiro estado a contar com a pasta destinada à política de promoção da igualdade racial. Ela considerou que a data é crucial para o calendário da luta antirracista e chega acompanhado de ações nas áreas educacional, científica e tecnológica, comercial, econômica e cultural.

"E se reveste ainda de um momento emblemático, mais especial, porque acontece aqui na sede do primeiro bloco afro do Brasil, o bloco afro que cantou a história desses países, que popularizou a existência e a referência desses laços do Brasil com os países africanos", disse.

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