CULTURA
Ilê Ayê reúne embaixadores africanos na 20ª Caminhada da Liberdade
Evento acontece todos os anos em homenagem ao Dia da Consciência Negra
Por Isabela Cardoso
Em homenagem ao Dia da Consciência Negra, o Bloco Ilê Ayê realizou nesta segunda-feira, 20, a 20ª Caminhada da Liberdade, com saída na sede do grupo, a Senzala do Barro Preto, localizada no bairro do Curuzu, em Salvador.
A tradicional caminhada ocorre todos os anos no dia 20 de novembro, com o objetivo de destacar a importância da luta das pessoas negras. Este ano, o evento contou com a presença 17 embaixadores de países africanos.
Segundo a Secretaria de Promoção de Igualdade Racial, Ângela Guimarães, esse encontro com os embaixadores foi realizado com o objetivo de fortalecer e expandir a cooperação da Bahia com vários países africanos nos âmbitos educacional, científico, tecnológico, gestão pública e nos sentidos sociais.
O embaixador da Guiné-Bissau, M’bála Alfredo Fernandes, já esteve em outros estados brasileiros e visitou a Bahia pela primeira vez. Ele frisou que a caminhada é um marco na recuperação da identidade dos povos.
"É demonstrar às autoridades nacionais, aqui no estado da Bahia assim como no Brasil, que os embaixadores africanos acreditaram aqui no Brasil. Somos 33 embaixadas, estamos dispostos a reavivar aquilo que é africano e também nunca esquecer o passado, que é um passado muito triste, mas hoje em dia é alegria ver que cada dia que passa estamos a cumprir as etapas de inclusão na sociedade e que nos pertence também", ressaltou.
O embaixador também destacou que a experiência deve ser repetida em outras regiões.
O Vovô do Ilê, fundador e presidente do Bloco, contou que a presença dos embaixadores africanos fortalece e simboliza a Senzala do Barro Preto e a caminhada que é de protesto, reivindicação.
"Dias melhores a partir do momento que nós começamos a fazer as nossas músicas, nós começamos a fazer carnaval temático, a socializar essas informações sobre África, as coisas começaram a florir. Essa questão da luta antirracista, da educação antirracista, foi nós que começamos aqui", frisou.
A embaixadora de Gana, professora Abena Busia, enalteceu a união do povo e importância de olhar o passado sem deixar de lado a atenção com a construção do futuro.
"É o significado do símbolo Sankofa. É entender e aprender com o que fez no passado, mas que tem por objetivo olhar pra frente e construir um futuro juntos. O lugar da representação do continente africano no Brasil é a Bahia. Então, o legado histórico e contemporâneo precisam estar juntos e é por isso que eles todos estão aqui. É essa a importância deste encontro", destacou.
A secretária Ângela Guimarães lembrou que a Bahia é o primeiro estado a contar com a pasta destinada à política de promoção da igualdade racial. Ela considerou que a data é crucial para o calendário da luta antirracista e chega acompanhado de ações nas áreas educacional, científica e tecnológica, comercial, econômica e cultural.
"E se reveste ainda de um momento emblemático, mais especial, porque acontece aqui na sede do primeiro bloco afro do Brasil, o bloco afro que cantou a história desses países, que popularizou a existência e a referência desses laços do Brasil com os países africanos", disse.
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