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LITERATURA

Jornalista salvaguarda memória de Ipiaú com livro de personagens da cidade

Livro surge como um tributo à memória local

Por Gláucia Campos*

04/04/2025 - 9:30 h
Escritor lança Personagens de Ipiaú
Escritor lança Personagens de Ipiaú -

As histórias da cidade baiana de Ipiaú e de alguns dos habitantes que passaram por ali foram transformadas no livro Personagens de Ipiaú: os folclóricos e outras figuras, escrito pelo jornalista ipiauense José Américo da Matta Castro. A obra, que será lançada hoje, à noite, no Casarão Cultural de Ipiaú, reúne mais de 100 crônicas biográficas sobre as figuras que fazem parte da história do município.

Segundo José Américo, o livro surge como um tributo à memória local e nasceu de textos que o autor havia publicado previamente em redes sociais, sites da região e órgãos da imprensa. “Essas crônicas decorreram de postagens que eu já vinha fazendo ao longo dos anos. Algumas saíram no A TARDE Municípios, mas a maioria foi publicada em plataformas locais”, explica.

Localizada na Costa do Cacau, sul da Bahia, a cidade possui pouco mais de 40 mil habitantes, segundo informações do último censo (2022). Chamada anteriormente Rio Novo, apenas em 1933 Ipiaú se emancipou e passou a ser considerada um município.

O lugar tem uma ligação histórica com a literatura, o escritor Euclides Neto é uma de suas maiores referências, tendo seu centenário de nascimento celebrado este ano, reforçando essa tradição. José Américo reconhece a influência de Euclides Neto, ainda que seus estilos sejam distintos. “Euclides captou muita coisa para a literatura e, em algumas crônicas, cito suas obras e reflexões sobre certos personagens”, comentou.

Em mais de 90 anos de existência, as ruas da cidade contam diferentes histórias das pessoas que passaram por ali. Desde figuras como os coroneis do cacau, o principal produto de exportação da região, até figuras excêntricas, como o bon-vivant Veras. José Américo trouxe esses personagens para as páginas do livro e destacou que embora algumas figuras possam parecer “anônimas” fora de Ipiaú, todas são importantes para a identidade cultural ipiauense.

“Para a população local, essas pessoas eram muito conhecidas. Há uma diversidade religiosa, social e econômica entre elas. No meu entender, todos são importantes para a comunidade, muitos deles ficaram no imaginário da população, muitos já morreram, mas deixaram sua história no imaginário, outros na intelectualidade, nas elites da cidade, mas até hoje todos eles são comentados”, disse.

O autor conta que a seleção foi desafiadora. Muitas histórias acabaram ficando de fora, devido à limitação do número de páginas. “O livro tem 345 páginas e cerca de 100 crônicas. Tive que deixar algumas de fora, mas pretendo lançar um segundo volume para contemplá-las”, conta.

As histórias

Entre as figuras retratadas no livro, uma se destaca pela repercussão para além de Ipiaú. “Veras era um personagem que chegou a ser citado na imprensa nacional por sua extravagância e ligação com celebridades. Ele conviveu com Danny Robinson e depois passou a frequentar o Porto da Barra, em Salvador, onde pedia esmolas em cinco idiomas. Apesar de sua situação de rua, era protegido por outros moradores da região. Sua história ultrapassa os limites de Ipiaú e é fascinante”, conta o autor.

Divaldo Angelin Veras foi casado com a filha do magnata do cacau Edísio Muniz Ferreira, o “Rei do Cacau”, que também está presente no livro. A crônica “Edisio Muniz Ferreira ‘O Rei Do Cacau’” conta a trajetória de um dos maiores produtores de cacau da Bahia, que construiu um império sem nunca ter plantado um pé de cacau. Ele conseguiu expandir seus domínios para mais de 50 fazendas em cinco municípios, acumulando prestígio e sendo coroado “Rei do Cacau” na década de 1960. Mesmo possuindo muitos negócios em Ipiaú, nunca morou na cidade, onde seu irmão Juca foi prefeito. Uma outra figura do livro é Joanito 'A Máquina' ou João Rocha Sales, o "Joanito da Gráfica".

Um jornalista e tipógrafo que se tornou personagem folclórico na política de Ipiaú, apesar de nunca ter sido eleito para cargo público. Joanito marcou por sua insistência em disputar as eleições, ganhou notoriedade na campanha para prefeito em 1982 pelo PDS, quando usou o slogan "A Máquina Para Governar Ipiaú", em referência não a uma locomotiva, mas à sua velha impressora do Jornal de Ipiaú, que circulava desde 1959.

A publicação tem despertado o interesse da população e o autor comentou já ter recebido comentários positivos a respeito das histórias. “A recepção tem sido enorme. Dei entrevista em uma das rádios da cidade e a repercussão foi incrível. As pessoas comentam na rua, lembram dos personagens e compartilham memórias. Tudo promete um lançamento muito participativo”, comemora José Américo.

Lançamento: hoje, 19h / Casarão Cultural de Ipiaú / Evento gratuito

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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