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10/10/2024 às 0:30 - há XX semanas | Autor: Gláucia Campos*

MÚSICA

Lençóis celebra os 40 anos da axé music, de hoje até sábado

Em três dias de apresentações, grandes nomes vão se apresentar no evento

Marcelo Falcão (ex-O Rappa) faz presentação em Lençóis
Marcelo Falcão (ex-O Rappa) faz presentação em Lençóis -

A 22ª edição do Festival de Lençóis vai celebrar os 40 anos da axé music. Realizado na Chapada Diamantina entre hoje e o sábado (12), o evento combina música, cultura e natureza, em uma programação que presta homenagem a esse movimento musical baiano.

Em três dias de apresentações, grandes nomes, como Daniela Mercury, Ricardo Chaves, Márcia Freire, Gerônimo Santana e o maestro Luciano Calazans vão se apresentar no evento.

O músico Luciano Calazans, que lidera o show comemorativo da axé music, fala com entusiasmo sobre a seleção musical para o espetáculo. “Não foi difícil escolher as músicas. Antes mesmo de ser músico, já era influenciado por tudo o que tocava por aqui. Revisitei canções icônicas da 'pré-axé music' e busquei desconstruir o preceito de que a música de Carnaval da Bahia é apenas sobre ‘tirar o pé do chão’. Quero provocar o público, os músicos e os intérpretes, trazendo uma mistura deliciosa”, conta Calazans, que será acompanhado por uma numerosa banda, com 12 integrantes.

Para o músico, que já trabalhou com grandes nomes do gênero, a emoção de estar no palco com artistas como Márcia Freire, Gerônimo e Ricardo Chaves, é insubstituível. “O público pode esperar a união, o pertencimento e a ausência de vaidade. Estamos todos juntos pelo amor à música. Cada um deles tem uma importância especial na minha carreira, e me sinto como uma criança entre esses gigantes”, declarou o maestro.

Embora essa seja sua 22ª edição, o evento existe desde 1999. A abertura do Festival de Lençóis 2024, nesta quinta-feira, será marcada pelo show em homenagem à axé music no qual Luciano Calazans, ao lado desta seleção de artistas, passeia por clássicos como Taba, É D’Oxum e Lábios Vermelhos. A primeira noite contará ainda com apresentações da cantora Samantha Tosto, do grupo Sambaiana (liderado pela cantora Ju Moraes) e da Filarmônica Lyra Popular de Lençóis.

Já amanhã (sexta-feira, 11), vão se apresentar os artistas Marcelo Falcão (ex-O Rappa), Jau e o Duo Nalú, as apresentações neste dia vão da MPB ao reggae. O dia começará com a Aula Espetáculo da Família Grãos de Luz e Griô, celebrando a tradição oral africana. No sábado (12), Daniela Mercury fecha o evento. A cantora será precedida por apresentações da banda Zion e dos artistas baianos Marcel Jaques e Melly, que transitam entre o ijexá, o pop e o R&B.

De acordo com Paula Rezende, idealizadora do festival, o processo de curadoria e escolha do tema deste ano partiu de Luciano Calazans e agregou a um desejo dos dois de representar a música baiana.

“A ideia de comemorar nesse ano os 40 anos da axé music nasceu de Luciano Calazans. A gente tá trazendo alguns artistas para representar esse universo tão rico que é a música baiana. Durante todo esse tempo do festival, [a axé music] não foi um viés de música que esteve muito presente no festival, porque nossa linha sempre foi MPB. Muito em função do ritmo mesmo, por conta dos impactos ambientais da música, o axé era uma um ritmo muito para cima e isso acabava comprometendo um pouco o patrimônio. Então, por esse cuidado, a gente sempre seguiu muito nessa linha da MPB, mas esse ano, por conta dos 40 anos estamos trazendo alguns cantores que representam muito bem essa vertente da música baiana”, comentou.

Para o músico, a escolha do tema e do repertório foi um processo sem complicações. Principalmente, por já ter trabalhado anteriormente com muitos dos artistas presentes e ter se envolvido, ao longo de sua carreira, em projetos de axé music. “Antes mesmo de conhecer a fundo outras vertentes da música brasileira, as vozes dos meus convidados já pairavam em minha vida. E, aliando ao fato de fazer grande parte da fatia do bolo chamado axé music (como músico, arranjador, mais de 500 álbuns ) facilitou mais ainda. O que fiz foi revisitar canções icônicas da ‘pré axé music’ como rótulo e tentar desconstruir o preceito de que a música de carnaval da Bahia é o simplismo de ‘tirar o pé do chão’”, explicou.

Cultura local e preservação

Além das apresentações musicais, o festival também tem a preocupação de ser um espaço de valorização da cultura local. Segundo Paula, o Festival de Lençóis foi pioneiro na Chapada Diamantina e estimulou a criação de outros eventos culturais na região. "O festival foi o primeiro, e ao longo dos anos, outros festivais de forró, blues e jazz surgiram. Isso é fundamental, pois a Chapada tem fôlego para absorver diversas linguagens culturais, e o turismo se fortalece com essas iniciativas”, explica.

Paula enfatiza que a proposta do festival sempre foi promover a cultura em um cenário de belezas naturais, e que a ligação entre o evento e a preservação ambiental é um dos seus maiores legados.

“O apelo ambiental sempre agregou muito ao festival. Desde o início, a gente promove o turismo responsável, e isso é um dos grandes desafios que enfrentamos. Mas temos resistido bem, e o evento se consolidou ao longo dos anos”, afirma Paula.

Neste ano, o Festival de Lençóis vai reafirmar seu apoio à campanha ‘Bahia Sem Fogo’, que combate incêndios florestais na Chapada Diamantina. Rezende destacou a conscientização dos turistas e da comunidade local: “Todo ano usamos o festival para ações sociais e ambientais. Trabalhamos com a campanha ‘Bahia Sem Fogo’, que é crucial, especialmente em um momento onde os incêndios são um grande problema no Brasil. Além disso, temos iniciativas com guias locais e a população para promover um turismo mais responsável”.

Para Luciano Calazans, a união entre música e natureza é uma forma poderosa de sensibilizar as pessoas sobre questões ambientais. “A música é natureza. Unir o som à exuberância da Chapada é colocar os ‘pingo nos is’ de forma avassaladora. Somos pequenos diante de tudo isso, e temos a obrigação de deixar algo substancial para as gerações futuras”, reflete o maestro.

Paula também vê no festival uma maneira de promover a economia local, ao atrair turistas que, além da música, conhecem a história, a gastronomia e o artesanato da região. “O Festival de Lençóis sempre trouxe muita gente para cá, e a Chapada Diamantina, por si só, é um grande atrativo. Queremos que as pessoas descubram esse lugar incrível, com sua riqueza cultural e ambiental”, comenta.

21º Festival de Lençóis / A partir de hoje até sábado / Lençóis / Gratuito

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