CULTURA
'Magnata' comenta sucesso da La Fúria e explica caso Fábio Assunção
Por Daniel Genonadio* | Foto: Reprodução | Instagram

Um dos grandes representantes do pagode baiano, a banda La Fúria, é presença garantida no Salvador Fest desde 2017, e esse ano não poderia ser diferente. A banda se apresenta novamente na edição deste ano no evento, que ocorre no próximo domingo, 15. Em entrevista exclusiva ao Portal A TARDE, o cantor da banda, Bruno 'Magnata' contou a história do grupo e comentou o atual sucesso que vem fazendo.
Durante o bate-papo, 'Magnata' também abordou assuntos como o aumento do público-alvo, mudança de tom das canções, preparação para o carnaval, polêmicas em que a banda esteve envolvida e a relação com o cantor Fábio Assunção.
Assim que surgiu, a La Fúria conseguiu emplacar sucessos bem ao estilo Pagodão, e de maneira "meteórica" entrou de vez no gosto popular. Como foi esse início da banda, e a que vocês atribuem esse sucesso quase que imediato?
Há sete anos atrás fui convidado pelo meu empresário, Sacramento, para um novo projeto de PagofunK, na época o mercado do pagode estava meio enfraquecido, com uma ou duas bandas de sucesso e então emplacamos logo o primeiro hit “Mete-mete”, que caiu na graça do povo, a partir daí surgiram vários sucessos. Na época ainda se tinha um grande preconceito com o ritmo, levamos muitos não de casas de referência na cidade que hoje fazem questão de nossos shows. Hoje agradamos a todos os públicos, e o sucesso vem de Deus, na inspiração que me dá pra criar letras que se transformam em grandes Hits, umas que as vezes nem eu acredito e explodem do nada.
No início, a La Fúria se destacou bastante por seus ensaios semanais no The Best Beach, o que atraia muito o público da região da Cidade Baixa e do Subúrbio de Salvador. Com o passar do tempo, a banda começou a conquistar espaço entre os jovens de classe média da cidade e ao mesmo tempo conservou o seu público antigo. Qual o segredo desse sucesso?
Como disse anteriormente, no começo havia grande preconceito com o ritmo, com as letras, mas aos poucos começamos a quebrar essas barreiras, limpamos mais as letras e hoje conseguimos agradar a todos os públicos e já tocamos em todo o país.
A La Fúria se destaca pelas canções com conotações sexuais. Anteriormente era maior a quantidades de bandas que faziam músicas nesse estilo, mas que acabaram perdendo espaço. Você percebem uma mudança no gosto popular? Como se adaptar a isso?
Já faz algum tempo que deixamos de lado as conotações sexuais de nossas músicas, temos um repertório mais 'clean' que se baseia em grande parte em canções compostas a partir de memes da Internet, assuntos que viralizam, e olha que vem dando certo, a galera mesmo já pede quando vê um novo meme, marca a gente nas redes sociais, pedindo uma música sobre o tema e nós sempre atendemos. E assim vamos nos mantendo sempre com novos hits que ganham o gosto do público.
Outros sucessos da banda foram as regravações de músicas como ‘Boate azul’, e a “sonorização de memes”, como ‘Oi, fake’, que referencia as conversas entre Neymar e a modelo Najila Trindade, a música ‘Modo Fábio Assunção’, e mais recentemente o hit ‘Vai Matcheka’. De onde surgiu a ideia de transformar em música as coisas que fazem sucesso na internet?
Tudo surgiu com os memes do Fabio assunção que a galera associava ao sextou da La Furia, então chegou a nós a música que é de autoria do Gabriel Bartz, e chamamos ele pra gravar e foi sucesso total com repercussão nacional, a partir daí passei a dar mais atenção aos memes e a galera também começou a pedir.
A banda ficou com a terceira posição na escolha popular da música do Carnaval 2019, com o hit ‘Modo Fábio Assunção’. Já estão preparando o novo sucesso para o verão do ano que vem?
Já é o terceiro ano que disputamos a música do Carnaval, o primeiro com o “Oêêê”, segundo com o “Pápapa”, e este ano com “Modo Fabio Assunção” e “Dança da Bruna Marquezine”. Se eu te disser que foi planejado qualquer uma dessas estarei mentindo. Componho, às vezes um parceiro me dá a música, como o Filipe Escandurras, que é um grande amigo, e pronto, vira hit, na boca do Carnaval com artistas de todo lado cantando e a galera abraçando.
A La Fúria arrastou uma multidão no Carnaval deste ano, sendo uma das bandas mais acompanhadas durante todo o circuito. Como vocês se sentem com todo esse sucesso? Superou as expectativas de quando a banda foi criada?
Claro, no começo era tudo muito difícil, como já falei aqui, quando a gente vê esse sucesso estrondoso no Carnaval, passa um filme na cabeça de como tudo começou, as dificuldades que passamos, as rejeições de público, de empresários, até da própria imprensa, e hoje podemos dizer que temos nosso espaço na música baiana e somos reconhecidos em qualquer lugar que a gente vai. Hoje a Banda La Fúria é uma realidade e eu me orgulho por fazer parte de todo esse processo, de ter acreditado e dado a cara a tapa muitas vezes.
Sobre a música ‘Fábio Assunção’. O ator chegou a criticar a canção, mas logo depois a questão se transformou em uma boa ação, com as doações do dinheiro arrecadado a instituições de caridade. Como ocorreu esse acordo? E como vai a relação da banda com o ator?
Se eu já era fã do Fábio antes como ator, hoje eu sou como pessoa. É uma pessoa excepcional! O primeiro contato foi através do advogado dele, então logo se criou um grupo no Whatsapp com ele e o Gabriel Bartz (compositor da música), e ele veio com a proposta de transformar toda a repercussão da música em uma coisa boa, para ajudar de fato aos que precisam, que sofrem pela dependência química, que não é brincadeira, é uma triste realidade. De primeira aceitamos e ele se tornou um grande amigo, com conversas constantes, conselhos, dicas, coisas de pai pra filho. E recentemente escolhemos as instituições que receberiam a doação dos valores arrecadados, uma daqui de Salvador e outra de São Paulo.
* Sob a supervisão da jornalista Ashley Malia
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