ENTREVISTA
Manoel Soares: "Sou leal ao interesse das pessoas"
Em entrevista exclusiva, apresentador traz novidades do seu novo projeto
Por Bianca Carneiro e Matheus Calmon
Após deixar a TV Globo depois de 14 anos na emissora, onde passeou por diversos espaços, Manoel Soares agora mergulha, com ousadia, em um projeto multiplataforma próprio.
A ideia é oferecer ao público um agregador de notícias que, segundo Manoel, foge à regra da antiga casa e abraça informações, independente do veículo que noticiou. Para Soares, o objetivo é democratizar a informação e oferecê-la à população com linguagem simples.
Em entrevista ao A TARDE, Soares conta que o projeto é uma tentativa de pluralizar cada vez mais o processo de comunicação e seguir sua missão como comunicador.
"O Bombou é um boletim de notícias multiplataforma que traz diariamente os principais temas abordados pela mídia e redes sociais, mas com uma linguagem simples, de fácil compreensão, resumindo tudo o que de fato as pessoas precisam saber para se manterem informados. Se bombou, está no Bombou!", disse o apresentador.
Ele explica que a ideia é ampliar os horizontes sobre o sentido do consumo de informações. "Compartilho essa experiência com a minha esposa, a Dinorá, minha família está muito envolvida nesse projeto, analisamos as notícias de uma perspectiva familiar. As notícias saem de casa e vão para o mundo".
No Bombou, após parceria firmada com o iFood, Manoel agora visa em também impulsionar a valorização e o respeito ao entregador, temática fundamental no dia a dia do delivery.
"A missão é trazer conteúdos que ajudem a criar mais empatia da sociedade com quem faz entregas e, para o entregador, um espaço para tirar dúvidas como, por exemplo, em relação à plataforma, programas de educação e ganhos. O Bombou é um projeto vivo, ele vai encontrando o seu formato, sua identidade, seus desenhos e caminhos".
Eu não sou leal a uma plataforma, eu sou leal ao interesse das pessoas e a relevância que esse interesse pede, então acho que a minha plataforma é o olho e para onde ele for eu acho que eu preciso ir
Pai de duas crianças portadoras do espectro autista, Manoel observa que Salvador tem se destacado no quesito atenção às pessoas especiais. Mas, infelizmente, nem sempre graças ao poder público.
"Salvador, em alguns aspectos, não tanto pelas políticas públicas, mas, muitas vezes, por iniciativas privadas e ações sociais por parte das ONGs tem nos dado algumas lições. Por exemplo, existem shoppings em Salvador que, em um dia do mês, reduzem a luminosidade e sonorização para que pessoas com autismo possam passear".
Ele espera que estas iniciativas da comunidade empresarial e da sociedade civil sirvam como ideias que o poder público poderá adotar, apesar dos processos lentos. Ele frisa ainda que as famílias devem assumir papel primordial no processo.
"Eu acho que a família pode contribuir, acima de tudo, administrando os conflitos emocionais. Para que isso aconteça, a família precisa absorver conhecimento e cuidar da sua saúde emocional. É igual natação, quem não sabe nadar, não tem como salvar quem está se afogando. Quem não sabe gerenciar as próprias emoções, não tem como gerenciar as emoções de uma pessoa em um quadro de crise de regulação, por exemplo".
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