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CULTURA

Mombojó traz à cidade ‘Carne de Caju’, show com canções de Alceu Valença

Turnê, que já passou por 35 cidades, desembarca pela primeira vez em Salvador

Por Maria Raquel Brito*

13/02/2025 - 3:00 h
Mombojó
Mombojó -

Esta semana, os soteropolitanos poderão experienciar a música de Alceu Valença numa roupagem diferente. É a turnê do disco Carne de Caju, da banda Mombojó, homenagem à trajetória do cantor pernambucano através de releituras. A banda, conterrânea de Alceu, se apresenta na CAIXA Cultural entre hoje e domingo (16).

A turnê, que já passou por 35 cidades, desembarca pela primeira vez em Salvador. O show vai marcar o reencontro do Mombojó com a capital baiana depois de quase uma década – e eles mal veem a hora de matar a saudade. “A gente tem uma história muito legal em Salvador de muitos shows, uma relação com o público, festas maravilhosas e shows memoráveis. Na dificuldade de circulação, faz um tempo que não passamos por aí. Mas, finalmente vamos voltar, tocando quatro noites seguidas, então vamos ter chance de reviver essas emoções e reiniciar um movimento de passar por aí mais vezes”, diz o baterista, Vicente Machado (Vivi).

Além dele, o Mombojó é Felipe S. (voz e guitarra), Marcelo Machado (voz e guitarra), Chiquinho Moreira (teclados e sintetizador) e Missionário José (baixo e sintetizador). No repertório, uma mescla entre as músicas de Alceu e as canções autorais que marcaram a história da banda. Uma grande parte é do NadadeNovo, primeiro álbum do Mombojó, que completou 20 anos em 2024. Dez são do Carne de Caju e regravações extras que saíram como singles. E como ao vivo é sempre melhor, o show conta com a adição de Tropicana, que não está no álbum. No palco, o clássico do Carnaval de Olinda ganha uma versão puro rock ’n’ roll.

“O show mescla principalmente esses dois álbuns, NadadeNovo e Carne de Caju, mas pintam outras músicas da carreira, as ‘mais importantes’, por assim dizer, as que o pessoal fica chateado se a gente não tocar, tipo Papapá e Casa Caiada”, adianta Vicente.

‘Deixa que eu canto’

Em Carne de Caju (2024), o Mombojó propõe novas roupagens para oito músicas de Alceu. Com o disco, o grupo pernambucano venceu o Prêmio Música Brasileira em 2024 na categoria Melhor Grupo de Pop/Rock. A ideia do disco de releituras veio de forma despretensiosa, enquanto gravavam outro álbum, que ainda será lançado. “A ideia chegou tão suave, e a gente pensou: ‘poxa, por que não?’. Nessa fase, nós sentimos que é legal agregar o algoritmo de outros artistas com o nosso, para poder furar as bolhas. A gente quer que o Mombojó chegue às pessoas que não conhecem o Mombojó, mas que chegue de uma forma natural. Então, de alguma forma, se debruçar sobre a obra de Alceu foi muito bom para isso”, conta o guitarrista Marcelo Machado.

Para o repertório, tentaram fugir das escolhas mais óbvias, os clássicos como Tropicana, Anunciação e La Belle de Jour. O processo foi rápido, tanto pela familiaridade com as músicas de Alceu como pela familiaridade de produzir juntos, mas nunca apressado – viveram cada etapa com muita calma e se permitiram experimentar. Romance de Bela Inês é um grande exemplo: decidiram fazer um ‘reggaezinho’ e simplesmente fluiu, e ainda na voz de Marcelo. “A música tem uma letra grande, uma métrica diferente, e lembro que Felipe queria tirar [do repertório] por isso. Mas, eu senti tanto essa música que pela primeira vez eu falei: ‘não, pô, eu canto. Pode deixar que eu canto’. Eu queria tanto essa música que nem eu mesmo pensei tanto antes de falar isso. E foi muito legal, porque eu estava tão conectado que saiu espontaneamente”, conta.

O artista homenageado não poderia ser outro que não o gigante pernambucano Alceu Valença, conterrâneo da banda, ao qual todos os integrantes cresceram ouvindo. O nome surgiu naturalmente, sugerido pelo vocalista Felipe, e o processo de colocar o estilo do Mombojó na música de Alceu foi igualmente fluido. Isso porque as músicas já estão presentes no imaginário e praticamente nas veias de todos os membros. Cada canção vem acompanhada de uma memória. No caso de Felipe, por exemplo, Amor Que Vai remete à relação com os pais.

Alceu foi trilha sonora da vida de muita gente. Marcelo lembra bem de quando era criança, seus pais escutando as canções e não conseguia gostar. “A profundidade daqueles timbres, daquelas letras, era até um pouco repulsiva para a minha criança. E acontecia o mesmo com o caju: era uma fruta que eu não conseguia comer de tão esquisita que achava. Hoje em dia, tanto o caju quanto o Alceu eu consumo de uma forma muito diferente. Eu vejo ali a beleza do intrigante, a beleza do estranho”, diz o guitarrista, que hoje é um grande apreciador dos dois.

20 anos de ‘NadadeNovo’

Primeiro álbum do Mombojó, NadadeNovo veio ao mundo em 2004, de forma independente, após ser contemplado por um edital. Agora, em homenagem aos 20 anos do disco, que inseriu a banda no cenário nacional, ele está sendo relançado em vinil pelo selo pernambucano Mistura Pop.

Quando estrearam, Felipe, Marcelo, Chiquinho, Vicente e Missionário José já chegaram com a vontade de continuar e a certeza de que era isso que queriam fazer pelo resto da vida: compor, tocar, fazer música. Lá, já sabiam também que viver exclusivamente da música seria um desafio. “Para definir a nossa trajetória, às vezes a palavra foi resiliência, porque é um desafio compor, gravar, tocar e viver disso, de conseguir criar essa relação das nossas canções com as pessoas, com o público de diversos lugares. E também sinto que a gente é muito feliz fazendo o que faz, então, acho que pode ser que ‘felicidade’ passe por aí também", diz Vicente. Hoje, com famílias formadas e as demandas da vida, eles seguem compondo e levando o Mombojó para todo o Brasil.

Foram muitas realizações, entre as quais a Modern Cosmology, banda que nasceu do encontro entre o Mombojó e a cantora francesa Laetitia Sadier, da banda Stereolab, de quem sempre foram fãs.

Mombojó: Carne de Caju / A partir de hoje até domingo (16), 20h e domingo às 19h / CAIXA Cultural Salvador / R$ 30 e R$ 15 / Classificação: Livre

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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