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22/10/2024 às 2:00 | Autor: Eugênio Afonso

DIVERSIDADE EM CENA

Mostra internacional de artes cênicas da Bahia chega à 15ª edição

Mostra apresenta cardápio variado de espetáculos do Brasil, do Marrocos e da França

Brunno de Jesus em Sample
Brunno de Jesus em Sample -

Agora, na penúltima semana de outubro, o teatro comanda a cena cultural soteropolitana com mais uma mostra do Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (Fiac Bahia). Esta é a 15ª edição do evento, que acontece de hoje a sábado, com o tema Que Bahia É Essa?.

São seis dias de programação intensa, com espetáculos de dança, teatro e performances, além de oficinas artísticas e do 9º Seminário Internacional de Curadoria e Mediação em Artes Cênicas.

Com a ocupação de espaços culturais e ambientes não convencionais de Salvador, nesta edição o Fiac traz produções vindas de diversas regiões da Bahia e do Brasil e conta com a participação de artistas nacionais e internacionais (França e Marrocos).

Para Felipe de Assis, 46, diretor e coordenador geral do Fiac, o propósito do festival, neste novo ciclo de quatro anos, é não só apresentar as produções e promover as atividades formativas, mas também observar como as políticas públicas têm impactado certas territorialidades baianas.

“O festival tem um conjunto articulado de ações. A intenção é tentar sempre valorizar a produção artística corajosa, ousada, com desejo de expandir as fronteiras da linguagem, mas também reforçar o caráter profissional das artes cênicas, além de tentar produzir reflexão”, informa Felipe.

O tema deste ano – Que Bahia É Essa? – tem a ver com a pluralidade das possibilidades de enxergar o estado, segundo Assis: “A gente não está buscando uma resposta única. É um convite para que as pessoas venham caminhar pelas diversas paisagens que a Bahia oferece”.

Com uma programação elaborada através de um exercício político e filosófico sobre o que cada produção comunica e dialoga com a sociedade, Felipe diz que tudo é definido na base do diálogo com uma comissão especializada.

Para esta edição, foram selecionados nove espetáculos de diversos cantos do mundo. De Salvador, tem SAMPLE: é que nem cortar quiabo e Museu do que Somos; da Chapada Diamantina, Batom de Beterraba; de Juazeiro, Eu Cá com meus botões; do Rio de Janeiro, Vogue Funk e Meu Corpo Está |Aqui.

Tem ainda CONTRA XAWARA, Deus das Doenças ou Troca Injusta, de Natal; a performance acrobática L´Homme V, da França; e Subject to, uma performance inspirada no ritual tanjawi, do Marrocos.

“As artes são um lugar de provocação, de pensar novas possibilidades, então o festival reflete esta efervescência, este interesse em buscar a compreensão da complexidade que é nossa sociedade. Tudo inserido num contexto de muita fruição, alegria, descoberta e descontração”, relata Felipe.

Brasil no palco

A abertura do Fiac fica por conta do espetáculo carioca Vogue Funk, hoje, às 19h, no Teatro Experimental da Escola de Dança da Ufba (Ondina).

Misturando os universos da cultura funk, a peça quer transformar a abertura do evento em uma grande festa dançante, ao trazer para os holofotes os questionamentos sociopolíticos desse movimento que ganha cada vez mais força nas culturas periféricas do Brasil.

Uma das marcas desta décima-quinta edição é a estreia local do espetáculo soteropolitano SAMPLE: é que nem cortar quiabo, de Brunno de Jesus, que reverencia artistas da dança negra do estado.

Bruno diz que tem uma pergunta que o mobiliza no espetáculo. “Quais danças dos nossos mais velhos compõem nossas camadas de memórias? Este é um solo que reverencia a memória de danças que deixaram rastros e se transformam em outras danças. Cortar quiabo para nutrir e fortalecer o desejo que move danças, sons, vibra na pele”, explica.

“A Bahia é um polo efervescente da cultura negra e periférica. Se destaca pelas suas produções diversas no campo da arte e cultura, sobretudo na linguagem da dança com grandes referências nacionais e internacionais. A Bahia ‘recoreografa’ suas formas de existir a cada geração. Apresenta diversas formas de criação a partir da ancestralidade negra, dos orixás, dos candomblés”, alinhava o dançarino, cantor e compositor baiano, que também dirige o solo.

A programação traz, pela primeira vez à Bahia, o espetáculo carioca Meu Corpo Está Aqui e o potiguar CONTRA XAWARA, Deus das Doenças ou Troca Injusta, uma performance contracolonial que revisita o encontro entre indígenas e colonizadores.

Cineasta, jornalista e ator paulista, Pedro Henrique França, 39, um dos integrantes do elenco de Meu Corpo Está Aqui – os outros são Bruno Ramos, Haonê Thinar, Pedro Fernandes e Jadson Abraão – informa que o espetáculo fala sobre afeto e sexualidade da pessoa com deficiência (PcD): “Acho isso muito interessante porque é um avanço na discussão, até porque pessoas com deficiência ainda são muito invisibilizadas”.

Com texto e direção de Julia Spadaccini e Clara Kutner, a peça coloca em cena experiências pessoais de atrizes e atores PcDs, misturando ficção e realidade. Ela propõe uma aproximação com a intimidade desse grupo, que assume, sem estereótipos, ser protagonista das próprias histórias. E quer provocar o público a questionar os próprios padrões e preconceitos.

“A gente está falando de um extrat social no qual sete em cada dez PcDs estão fora do mercado de trabalho. Isso sintetiza muita coisa. A sociedade tem uma dificuldade enorme de naturalizar e conviver com esses corpos. O espetáculo é importante, necessário, urgente”, arremata o ator.

Criação artística

E além da parte cênica, o Fiac Bahia oferece, também, o 9º Seminário Internacional de Curadoria e Mediação em Artes Cênicas, que conta com a coordenação da artista, pesquisadora e educadora carioca Rita Aquino, 40.

Em parceria com a Universidade Federal da Bahia (Ufba), o evento visa promover encontros, diálogos e atividades performativas com a participação de artistas, gestores e pesquisadores do Brasil e de Portugal. “O seminário foi criado em 2014 com o objetivo de estabelecer um espaço, dentro do próprio Fiac, para reflexão crítica a respeito de questões que atravessam o festival, promovendo encontros e trocas entre artistas, pesquisadores/as e os públicos do evento”, detalha Rita Aquino.

A partir do tema Que Bahia É Essa?, o evento – cujas atividades formativas e oficinas serão gratuitas com tradução e interpretação em Libras – propõe discutir processos de internacionalização das artes cênicas, relações entre práticas curatoriais e criação artística, o papel da universidade na formulação de políticas que promovam a cultura do acesso, assim como um olhar para a importância dos espaços artísticos em seus territórios.

“Mais do que um tema, esta é uma pergunta mobilizadora para um novo ciclo do Fiac Bahia. Nos pareceu fundamental questionar, não apenas o papel de um festival internacional hoje, mas também nos indagar sobre a produção artística do estado. Afinal, sabemos que a Bahia é referência nas artes desde a metade do século XX”, analisa Rita Aquino.

Ela acrescenta que é preciso compreender o papel do festival no fortalecimento dos diálogos com outras paisagens. “Nesse sentido, posso antecipar que a pergunta ‘que Bahia é essa?’ seguirá ecoando também nas próximas edições”, conclui a coordenadora.

Parte da programação terá tradução e interpretação em Libras e toda ela pode ser conferida no site do festival: fiacbahia.com.br, lembrando que alguns espetáculos serão gratuitos.

A 15ª edição do Fiac Bahia é uma realização 7oito Projetos e Produções, com apoio financeiro do Estado da Bahia, através do Fundo de Cultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda. Contemplado com o edital de apoio a eventos calendarizados, o festival tem a garantia de mais três edições.

‘Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (FIAC Bahia)’ / de 22 a 27 de outubro / Diversos espaços culturais / fiacbahia.com.br

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